Marroni Alves: Trabalho infantil é bom se não for para seu filho

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Foi lindo ler durante esses dias, comentários, histórias e exemplos de artistas, deputados e internautas que não botam seus filhos nem para catar os próprios brinquedos, defendendo o trabalho infantil.

Leda Nagle só faltou dizer que dobrava suas cobertas e recolhia as fezes do animal de estimação de seu apartamento, para afirmar que não é uma revoltada com os pais. Aliás, disse que trabalhou no “nosso Armazém”. Só rico tem “galpão”, “advogado” ou “minha empregada”.

A deputada federal Bia Kissis (PSL-DF) teve a coragem de dizer que vendia deliciosos brigadeiros para pagar sua privilegiada aula de tênis. Difícil é entender tanto esforço, é não ter lhe visto disputando campeonatos com a Serena Williams.

Ter certas responsabilidades, vender brigadeiro, trabalhar no armazém do papai, fingir que é americano e vender suco de groselha e limonada em uma barraca na porta de casa não inflige a lei sobre trabalho e exploração infantil. Até porque, essa infância burguesa é tudo, menos trabalho infantil!

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Quando esse debate começou, me veio à cabeça um episódio do Chaves: o menino morador de rua que começou a vender refresco para sobreviver e Quico, o menino mimado pela mãe que recebe pensão do marido que era militar.

Chaves, é a criança moradora de rua que vende refresco para sobreviver e comprar sanduíche de presunto. Quico, o menino mimado que vende refresco por satisfação e por uma bola quadrada. Desenhar mais que isso, é impossível!

Trabalho infantil é trabalho adulto feito por crianças exploradas para ter um pedaço de pão. Não pela menina da família que tem o leite condensado, o granulado e o “gás” para preparar os brigadeiros.

Trabalho infantil, são crianças exploradas doze horas por dia em lavouras, canaviais, carvoarias, descascando castanha o dia inteiro no Pará, que catam lixo nos aterros sanitários, as que você vê faça sol ou chuva nos sinais de trânsito e as que vendem doces nos vagões de trens. Trabalho infantil, compete com EDUCAÇÃO! Querem convencer o povo que fazer nossas crianças trabalharem é bom e investir em educação é ruim. Isso tem nome: mau-caratismo! É um passeio pela cabeça dessa elite brasileira. Comparam, passar o dia no escritório da mamãe tirando xerox com cortar cana! É de dar nó no estômago, ver pessoas relativizando isso. Trabalho infantil, não é pauta para sermos a favor ou contra, é assunto para ser repudiado e ponto. Criança não deve trabalhar, nem brincando!

Se você vendia doces, ajudava sua mãe a secar louça, colocava o lixo pra fora ou ajudava na loja do seu avô, parabéns pela sua atitude, mas saiba que tudo isso está bem longe de ser comparado com trabalho infantil segundo as Leis e a OIT. Quem defende isso para o filho dos outros brasileiros, vá ler! Se mesmo assim, seguir concordando, que tal dar o exemplo e colocar sua filha, neta, sobrinha ou irmã para vender brigadeiro na Central do Brasil?

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Cidadão Baixada. Filho, neto e bisneto de pernambucanos é caxiense, portelense, tricolor, professor de História e Jornalista. É pesquisador na área da pessoa com deficiência, voluntário do Lions Clube Xérem e no Pré-Vestibular Comunitário da Educafro.
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4 COMENTÁRIOS

  1. Gostei do seu texto, mas é muito complexo esse assunto!
    Sempre fui pobre e na infância pior ainda, mas consegui construir uma casa e comprar um veículo com 25 anos, mas eu me auto avalio e penso sei que o quanto batalhei sozinha para conseguir, pois dês dos 7 anos eu tinha uma visão de que não queria me acomodar, pegava tarefas e tudo mais aos 14 consegui comprar uma câmera fotográfica sendo babá e com 23 anos já tinha uma carreira de sucesso, trabalhava e fazia faculdade. Sem pai e sem mãe para me dar apoio e amparo, hoje tenho orgulho de como foi bom meus pensamentos ao 7 anos, isso me fez ver que no mundo atual ninguém consegue fácil, tem que batalhar e isso me fez ter moralidade e disciplina, não atentando contra minha própria vida usando drogas ou procurando um coroa rico, pois não vou querer dar um celular ao meu filho, pois terá que saber o valor de uma conquista, e que mulheres podem ser empoderadas.

  2. Trabalhei desde cedo, fiz o segundo grau à note em escola pública e cheguei ao topo da carreira na minha profissão.
    Pior é ficar nos sinais de trânsito jogando bolinha, isso os órgão sociais não veem!

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