Uma semana após o caso do anestesista que estuprou uma mulher durante uma cesárea em um hospital em São João de Meriti, a Baixada Fluminense, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, volta a ser cenário de prisão de um médico. Desta vez, trata-se de um cirurgião plástico suspeito de manter uma paciente sob cárcere privado em uma unidade de saúde em Duque de Caxias, município vizinho.
Bolívar Guerrero Silva foi preso nesta segunda-feira (18/07) por policiais da Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam). De acordo com a investigação, ele e sua equipe estariam dificultando que uma paciente internada no Hospital Santa Branca, no bairro Jardim Vinte e Cinco de Agosto, do qual é um dos administradores, fosse transferida para outra unidade de saúde.
A mulher em questão, segundo informações levadas por sua tia à delegacia na semana passada, passou por uma abdominoplastia (cirurgia plástica para retirada de excesso de pele no abdômen) em março e, em junho, retornou ao hospital para mais três intervenções.
No entanto, ainda de acordo com a família, o procedimento teria dado errado, gerando complicações, inclusive com a barriga da paciente tendo sido necrosada.
Sendo assim, imediatamente após ficar ciente do caso, a Deam solicitou à unidade – que é particular – o prontuário da paciente e o respectivo relatório médico, documentação esta que, até o momento, ainda não havia sido entregue.
Na última sexta-feira (15/07), então, os agentes disponibilizaram à vítima um celular e, após ligarem para testar o aparelho, ouviram dela, desesperada, que precisava ser retirada do hospital, pois estava com medo de morrer.
Logo após, os agentes se dirigiram até o local e, quando chegaram, foram informados pela advogada do hospital que não conseguiriam falar com a mulher pois ela estava sedada. Eles, porém, não acreditaram na história, entraram mesmo assim e conseguiria localizá-la. Ela chorava copiosamente.
Ao constatarem o péssimo estado de saúde da paciente, os policiais solicitaram à Justiça um pedido de prisão preventiva de Bolívar, o que foi acatado. O inquérito, agora, investiga outros possíveis casos similares referentes ao mesmo médico.
