Um levantamento feito pelo Instituto Fecomércio de Pesquisas e Análises (IFec RJ) com consumidores do estado do Rio mostra que o receio dos fluminenses em perder o emprego aumentou. Dos 434 entrevistados, entre os dias 16 e 19 de maio, 40,3% disseram que tiveram muito medo de ficar desempregados nos últimos três meses, contra 38,9% da pesquisa anterior. A nova pesquisa mostrou que a confiança diminuiu também para os que não tiveram medo de perder o emprego. Em maio, foram 36,2%, contra 40,9% em abril. O mesmo foi verificado para os que tiveram pouco medo do desemprego: 23,5% em maio, contra 20,2% em abril.
Em relação aos próximos três meses, os números revelam a diminuição do temor dos consumidores em relação à pesquisa anterior. Agora em maio, 42,2% não estão com medo de perder o emprego, enquanto 47% tinham a mesma preocupação no levantamento de abril. 30,9% estão com muito medo de ficar desempregados, contra 30,5% em abril. Estão com pouco medo 27%. No mês anterior, o índice foi de 22,4%.
“No estado do Rio, o consumidor apresentou queda na confiança no índice geral, mas a situação presente subiu. O que puxou o resultado para baixo foram as expectativas futuras. Isso mostra que podemos estar próximos de um limite da não influência das variáveis macro sobre a tomada da decisão por parte do consumidor, o que deve afetar as expectativas dos empresários nas próximas medições. Ao que parece, estamos iniciando um processo de maior pressão sobre a economia e aquela ‘poupança’ por conta do avanço recente do setor de serviços pode estar acabando”, explicou o diretor executivo do IFec RJ, João Gomes.
Retomada econômica
Em relação à expectativa da retomada econômica brasileira para os próximos três meses, a pesquisa mostra a desconfiança dos consumidores aumentando. Estão muito pessimistas ou pessimistas, 46,8%. Em abril, esse número era de 41,4%. Os confiantes ou muito confiantes, em maio, somaram 33,7%, contra 39,6% da pesquisa anterior. Os que acreditam que a situação não irá se alterar são 19,6%.
Sobre a retomada da economia do estado do Rio nos próximos três meses, o número de pessimistas ou muito pessimistas ficou em 47,5%, contra os 44,1% da pesquisa feita em abril. Além disso, o número de consumidores confiantes ou muito confiantes também caiu em relação à sondagem anterior: 30,2% em maio, contra 32,3% em abril. 22,4% dos entrevistados em maio acreditam que a situação não irá se alterar, enquanto no mês passado, o índice ficou de 23,6%.
Renda Familiar
A quantidade de consumidores fluminenses que afirmaram ter sofrido diminuição na renda familiar nos últimos três meses apresentou aumento, indo de 53,2% em abril para 53,7% em maio. Os índices mostram que houve crescimento dos que tiveram aumento na renda familiar: 11,1%, (abril) para 13,9% (maio). 32,5% disseram que a renda familiar continuou como está, contra 35,7% do levantamento anterior.
Para os próximos três meses, 42,4% acham que a situação vai continuar como está. Já 23,5% acreditam que vai aumentar ou aumentar muito. Os que acreditam que vai reduzir ou reduzir muito somam 34,1%. Os números mostram pessimismo se comparada à pesquisa anterior, que indicou que 45,6% acreditavam que a situação iria continuar como está, enquanto 25,4% dos entrevistados achavam que iria aumentar ou aumentar muito e 29,1% que reduziria ou reduziria muito a renda familiar.
Endividamento e inadimplência
O número de consumidores não endividados ou pouco endividados nos últimos três meses ficou em 47,5%. O percentual de endividados subiu de 22,7%, em abril, para 29% agora em maio. O mesmo ocorreu com os muito endividados que em abril eram 19% e neste mês são 23,5%.
No novo levantamento do IFec RJ, 49,3% disseram não ter ficado inadimplentes nos últimos três meses, enquanto 36,6% afirmaram que tiveram dívidas. 14,1% ficaram pouco inadimplentes.
Entre os que se declararam inadimplentes, o cartão de crédito continua em primeiro lugar, com 69,1% da inadimplência, seguido pelas contas de luz, gás, telefone, água e internet (46,1%), crédito pessoal (35,5%) e IPVA (24,9%).
Consumo de bens duráveis
Perguntados sobre os gastos com bens duráveis, 37,9% afirmaram que irão manter seus gastos nos próximos três meses, enquanto 33,4% diminuirão e 28,7% aumentarão.
Nos últimos três meses, 44,3% disseram que os gastos foram menores com os bens duráveis. 35,1% gastaram mais e 20,6% tiveram os gastos iguais.