Mesmo após denúncias, Águas do Rio continua destruindo calçadas sem licença

Em meio às reclamações, algumas pessoas já chamam a empresa de 'Pragas do Rio"

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O DIÁRIO DO RIO denunciou, mas a Águas do Rio, que substituiu a Cedae em várias partes do estado do Rio, continua quebrando calçadas para “cortar água” ou “instalar hidrômetros externos“, de forma irregular. Depois da publicação da matéria, o DIÁRIO recebeu inúmeras denúncias envolvendo a mesma situação. O número de reclamações não para de aumentar, com a concessionária ganhando de algumas pessoas o apelido de “Pragas do Rio“.

Nos próprios comentários da última publicação, muitos fluminenses reforçaram que o problema está sendo recorrente: “Fizeram um buraco na minha calçada. Colocaram o hidrômetro. No mesmo dia, afundou tudo. Ainda colocaram na direção que passa a roda do carro. E escolheram qual casa iam colocar, porque só colocaram em algumas casas. Agora está lá o buraco pra eu consertar“, disse uma das vítimas da situação.

Outro internauta afirmou que, após a concessionária assumir, as coisas “só pioraram”: “Em Duque de Caxias, as ruas estão sendo todas quebradas e largadas sem consertar. Um absurdo… em ruas principais, em frente a UPA do Parque Lafaiete, os carros têm que desviar de buraco, muito perigoso de acontecer um acidente“.

O DIÁRIO entrou em contato com um advogado, que explicou como esse tipo de situação pode causar problemas: “No Rio de Janeiro, há uma legislação municipal específica que trata da conservação das calçadas. Quem é responsável pela conservação, manutenção e bom estado da calçada é o proprietário do imóvel em frente a ela. Caso o pedestre sofra danos por defeitos nas calçadas, a responsabilidade é dos municípios. Como te disse, isso tem uma legislação muito específica“, explicou Daniel Campanario.

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A mesma situação se repete em uma praça do Flamengo: “A Águas do Rio também está destruindo a Praça Cuauhtemoc. Em março, nós moradores presenciamos uma cena de abandono na praça, porque a concessionária colocou uma unidade de tratamento de resíduos. Aí, todos os dias, a praça virou passagem de carros, tratores, guindastes, e a praça já era. A Comlurb aparece todo mês, corta a grama e não recolhe. Os moradores se juntaram, fizemos um mutirão há 2 semanas e juntamos a grama. Até hoje, a Comlurb não recolheu“, disse um morador do bairro, que preferiu não se identificar.

Em nota, a Comlurb informou que “a denúncia não procede. Não há nenhuma área na cidade que a Companhia realize a roçada e não faça a limpeza. A Comlurb enviou um técnico ao local mencionado e encontrou apenas os canteiros de obras da Águas do Rio. A Companhia pretende notificar os responsáveis para que tomem providência para a retirada do entulho. Vale lembrar que os 983 mil metros quadrados do Parque do Flamengo são roçados a cada dez dias. A Companhia alcançou um grau de excelência na limpeza do parque, realizada duas vezes por dia, e vem mantendo todos os meses os índices padrões para a roçada“.

A secretária de Conservação, Anna Laura Seco, que recentemente deu entrevista ao DIÁRIO, afirmou que a concessionária está sendo multada por esse problema nas calçadas. Já o ex-superintendente do Iphan, Manoel Vieira, criticou a recorrência da situação: “por muito menos, o pessoal reclama com a arqueologia, e aí estão quebrando um piso histórico, de um dos pontos mais significativos do Centro Histórico e não acontece nada“.

Além disso, a Águas do Rio tem praticado a cobrança de água não-medida e, segundo os relatos, utilizado um ininteligível sistema de “economias” que já é considerado ilegal pelo Judiciário.

Estão trocando o hidrômetro sem avisar e sem medir a água, estão dizendo que espera juntar o valor. Isso é um absurdo […] é uma falta de respeito… e pior, só trocou o meu. As outras casas continuaram com o antigo“, contou mais um fluminense, indignado com a situação.

Na última terça-feira, 12/07, uma equipe da Águas do Rio, tentou quebrar a calçada próxima à redação do DIÁRIO RIO. Questionados sobre qual era a licença e o motivo para tal ação, os funcionários não quiseram falar, respondendo rispidamente à reportagem do jornal.

O DIÁRIO DO RIO entrou em contato com a concessionária Águas do Rio, mas até o momento desta publicação, não obteve retorno.

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9 COMENTÁRIOS

  1. JÁ TENTEI TODOS ESSES CAMINHOS . Simplesmente não leem as nossas defesas e descritivos das ocorrências. Cumpriram a ameaça de multa em que tenha realmente ocorrido qualquer Fraude, como estão me imputando, dizendo que não recebi os funcionários. Estiveram vistoriando meu hidrômetro por três vezes e esburacaram minha calçada e o piso onde é feita a guarda do hidrômetro. Já recebi aviso de cadastro de inadimplente no SERASA. Multa de quase R$7000,00.

  2. Empresa instala hidrometros contrariando relações de consumo, impedindo leitura de acompanhamento pelo consumidor, sem comunicar troca, possibilitando ligações clandestinas entre hidrometro e imovel, quebrando e abandonando calçada quebrada que pode gerar multa pelo municipio contra morador, usando funcionarios truculentos que constrangem, trocam mesmo com hidrometros atuais visíveis, agem como se todos furtassem água, não acreditam na responsabilidade do consumidor pela guarda do medidor, mas nos obrigam a confiar em ligações fora de nossos domínios, já há queixas de leituras abusivas e a qualquer tempo, desestabilizando valores e orçamentos familiares e comerciais, dificultando reclamações das medições ou de vazamentos, cobram abusivamente por estimativa ou por médias acima da realidade, com tabela de valor diferenciado acima de 15 metros cúbicos (se a tabela é escalonada, as leituras deveriam ser em datas previstas e já não ocorre), etc, etc, etc… são muitas as reclamações, mas estamos coagidos/constrangidos. Por favor pedimos urgência ao MPRJ para minimizar o número de injustiças e prejuízos.

  3. Outra coisa é a Light e a Comlurb fazendo poda drástica das árvores.

    Reparem em certos lugares onde existem aquelas estações de bike Itaú abastecidas à energia solar.

    A pedido da mantenedora do serviço de bikes parece que a Comlurb e a Light estão removendo as árvores no entorno ou poda drástica dos galhos deixando praticamente só o tronco.
    Observo bem isso nas estações do Parque do Flamengo, inclusive, passando esses dias.

  4. Estão destruindo o calçamento de praças onde antes eram pedras portuguesas são deixadas de cimento ou mesmo areia fina.
    Estão fazendo isso em todo canto. Em trechos da orla de interesse turístico, inclusive.

  5. Reclamem à empresa e peçam o protocolo do atendimento.
    Se não resolverem, reclamem à Ouvidoria da empresa usando o número do protocolo inicial.
    Se isso ainda não der certo, reclamem com a AGERNESA.

  6. A ”saudosa” CEDAE sempre fazia assim.
    Esburacava a calçada, fazia o serviço e cobria com o entulho do próprio buraco.
    Só que agora a empresa é privada e o povo deve reclamar, já que tem a nova empresa tem um patrão.

    • Bastou a empresa ser privada que virou vidraça. NENHUMA palavra sobre os mais de 50 anos de descalabro da CEDAE. As obras da CEDAE tinham 50 pessoas: uma cavando e 49 assistindo cavar. Pela madrugada! A Águas do Rio deve tar encontrando uma merd atrás da merd deixada pela CEDAE. Se ficar olhando licencinha de prefeitura, não vai atender no prazo as metas de universalização. Deixe em paz quem quer moralizar o Rio de Janeiro. Reclamem dos bailes funk que vomitam decibeis altas horas da madrugada!

    • A CEDAE também tinha um patrão. Era o POVO. Patrão este que não dá a mínima para sua condição de cidadão. Com direitos! Patrão tão tolo, tão bonzinho, que venderam na mão grande. Na cara de pau. Sobrou dinheiro para todo mundo. OBA!!! E o carioca trouxa que se dane.
      Agora atura a PRAGAS DO RIO.
      Fixa calmo que daqui a um tempo o grupo (amigos dos amigos) vende todo o patrimônio e devolver a concessão.
      Tolinhos . .

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