Milícia fatura mais de R$ 4 milhões por prédio construído em Rio das Pedras

Investigação do MP revela que grupos paramilitares embolsam quantias milionárias às custas do sofrimento dos moradores

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Foto: Reprodução

Uma investigação do Ministério Público (MP) sobre a atuação de milícias na região de Rio das Pedras, na Zona Oeste do Rio, aponta que os criminosos embolsam mais de R$ 4 milhões por prédio erguidos na região. As construções feitas de forma totalmente irregulares forma cenário de tragédias como o desabamento na Muzema em 2019.

O inquérito do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) e do Draco (Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas) revelam um esquema que conta com a ajuda de policiais civis e militares, funcionários da prefeitura e um juiz. As informações são do jornal O Globo que teve acesso ao inquérito do MP.

A investigação culminou com à prisão de 9 pessoas em dezembro de 2020. Além isso, detalhes sobre as engrenagens do sistema foram fornecidos para as autoridades. Um dos homens presos foi Clayton Luiz Vieira, conhecido como o arquiteto da milícia. Em um diálogo com outra pessoa, em julho de 2019, ele afirmou que as obras continuaram normalmente depois da tragédia na Muzema.

É à moda Bangu, é sem licença”, disse Vieira. As obras não tinham um engenheiro responsável e eram erguidas sem adequação a parâmetros técnicos de segurança.

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As conversas obtidas na investigação também mostram os lucros da milícia. Em maio de 2019, semanas depois do desabamento na Muzema, o grupo lamentou a demolição de um prédio irregular na área.

Renato vendeu todos os apartamentos, já tinha recebido R$ 1,6 milhão e ainda tinha mais de R$ 3 milhões para receber”, disse um dos empreiteiros do grupo, Ivonaldo de Souza Costa, conhecido como Pepe.

O vendedor seria Renato Siqueira Ribeiro, que foi preso 2 meses depois. Foi ele quem vendeu os apartamentos que desabaram na Muzema. Renato foi libertado há duas semanas e responderá o processo em liberdade.

As conversas interceptadas mostram a combinação, em códigos, de propinas para funcionários da prefeitura do Rio de Janeiro, assim como para policiais civis e militares. Também há diálogos que mostram que um juiz repassava informações sobre os prédios que seriam demolidos para milícias. Dois policiais civis e um militar foram presos. Um dos policiais civis, Alex Fabiano Costa de Abreu, foi solto e colocado em liberdade provisória em março.

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