O Monobloco, um dos cortejos mais aguardados do Carnaval de Rua do Rio, reuniu 100 mil foliões na Rua Primeiro de Março, no Centro, neste domingo (09/03), encerrando em grande estilo o Circuito de Megablocos. Comandado pelo músico Pedro Luís, o desfile celebrou os 25 anos da agremiação com o tema “Nossa história de amor”, trazendo um repertório que misturou clássicos do samba, MPB e pop nacional.
“Graças ao carinho do público estamos há 25 anos nessa brincadeira. Acima de tudo, são as histórias de amor que marcam a nossa caminhada, e nós agradecemos ao público devolvendo em dobro todo o amor que recebemos, a cada ano”, declarou Celso Alvim, mestre de bateria e um dos fundadores do Monobloco.
A bateria de 140 ritmistas, formada em oficinas ao longo do ano, deu o tom para sucessos como “Taj Mahal”, “Fio Maravilha” e “País Tropical”, de Jorge Ben Jor, além de “Peguei um Ita no Norte”, enredo do Salgueiro de 1993, “Meu bloco na rua”, de Sérgio Sampaio, e “Zé do Caroço”, de Leci Brandão.
Para a foliã Marina Oliveira, moradora de Ramos, o Monobloco é um destaque especial entre os blocos de rua: “O Monobloco devia desfilar mais vezes no Carnaval. Não tem repertório melhor. E essa bateria fantástica? Dá vontade de aprender a tocar só pra desfilar junto”. Sua amiga, Jéssica de Jesus, participou pela primeira vez e se surpreendeu: “Ela me chama todo ano e eu nunca venho. Mas dessa vez não tive como escapar, e estou muito feliz de ter vindo”.
Além da potente bateria, o cortejo contou com uma ala coreografada e a participação do tradicional Cacique de Ramos, homenageado anualmente pelo bloco. Lúcio Cláudio, da diretoria do Cacique, destacou a importância dessa conexão: “A reverência que eles fazem ao Cacique é única. E nada mais justo que o próprio Monobloco reconheça a nossa importância, da mesma forma que nós reconhecemos a deles. Essa troca é algo incrível”.
Emocionado, Celso Alvim fez questão de celebrar as agremiações históricas do Carnaval de Rua do Rio: “Saúdo todas as agremiações parceiras, todos os sambistas que fazem história no Rio de Janeiro. Tudo o que a gente faz vem das escolas de samba. Muito obrigado a esse povo que resiste, fazendo essa festa linda”.
Criado no ano 2000 como uma oficina de percussão, o Monobloco se tornou referência no cenário carnavalesco, inspirando novos blocos e levando sua batucada a diferentes cidades do Brasil. Mas é sempre no domingo pós-Carnaval que acontece a grande festa. Para Pedro Luís, a trajetória do bloco superou todas as expectativas: “Quando a gente se propôs a montar uma oficina usando instrumentos do samba para contemplar a diversidade da música brasileira, não imaginávamos que chegaríamos aos 25 anos formando tantos batuqueiros e reunindo milhares de pessoas em torno dessa festa”.
Com esse desfile apoteótico, o Monobloco se despede do Carnaval 2025, mantendo sua tradição de encerrar a folia carioca com muita música, energia e emoção.