O arquiteto gaúcho André Piva morreu no Rio nesta quarta-feira (05/08). Ele sofria de leucemia linfocítica aguda. O enterro acontecerá na sexta-feira (07/08). A cerimônia será reservada à família, que pede a compreensão de todos para evitar aglomerações.
Nascido em Caxias do Sul em 1968, ele veio para o Rio estudar na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), onde se formou em 1990. Abriu um escritório com seu nome, atuando em projetos comerciais e residenciais tanto no Brasil quanto no exterior, em 1996.
“Penso a arquitetura através de seu uso seus espaços vazios, seu envolvimento com o entorno, busco o conforto físico, mas também estético visual. O projeto é único e fruto da sinergia entre o profissional e o cliente“, escreveu ele em seu site. Ele era irmão do ator Guilherme Piva e casado com o estilista Carlos Tufvesson.
Um dos arquitetos mais atuantes da cidade, entre seus mais recentes projetos estava a revitalização do Cinema Leblon, e o projeto do restaurante Malta, no Jardim Botânico, do qual era sócio. Além da presença no Rio, André colecionou obras em Portugal, Israel, Estados Unidos, França e Áústria. Suas propostas para o design de interiores eram também sucesso na Casa Cor Rio, mostra na qual teve nove participações. Em 2017, lançou o livro “André Piva Arquitetura”, uma reunião com seus melhores trabalhos.
“É uma perda no elenco de arquitetos do Rio que se projetam para o Brasil inteiro. André trazia uma bagagem de arquitetura mesmo, não vinha da decoração. A noção de interior dele era muito bem pensada. Sempre foi brilhante e uma pessoa incrível“, diz Patricia Mayer, organizadora da Casa Cor.
André era casado no civil com Carlos desde 2013. Os dois passaram anos tentando legalizar a união, mesmo com parecer favorável expedido pelo STF. Após sucessivas negativas da Justiça do Rio, eles conseguiram assinar os papéis em setembro daquele ano, depois de 17 anos juntos. Na época, Tufvesson, que era coordenador da Diversidade Sexual da cidade do Rio, foi às redes sociais comemorar a união que foi um marco na luta LGBT na cidade:
“Pois é… Casamos. Hoje, depois de 17 anos de luta, por não aceitar que minha relação de amor, reconhecida como tal por minha família e amigos fosse reconhecida como de fato é: um casamento. Foi finalmente reconhecida diante das leis do nosso país. Vou dormir emocionado de imaginar como o verde e amarelo de nossa bandeira tem as mesmas cores para nós”.
As informações são jornal O Globo.
