Motoristas de aplicativos no Rio de Janeiro têm faturamento mensal médio de R$ 7.200, segundo levantamento realizado pela fintech GigU. No entanto, após descontar os custos com gasolina e manutenção do veículo, o lucro líquido dos motoristas cariocas fica em torno de R$ 3.304,93. O estudo, que analisa dados de aproximadamente 81.000 motoristas de todo o Brasil, destaca ainda que esses profissionais trabalham em média 54 horas por semana na cidade.
Embora o Rio de Janeiro tenha um dos maiores faturamentos mensais do levantamento, os motoristas enfrentam desafios para manter a rentabilidade. O custo com gasolina e a manutenção do carro representam uma parte significativa das despesas mensais, impactando diretamente o lucro líquido.
Desafios e custos de operação
De acordo com Luiz Gustavo Neves, cofundador e CEO da GigU, as jornadas longas de trabalho, que em média somam 54 horas semanais, não são as únicas dificuldades enfrentadas pelos motoristas. “Embora o faturamento seja considerável, os motoristas enfrentam o desgaste físico e emocional devido às extensas horas de trabalho e aos altos custos operacionais. Isso compromete a rentabilidade e o bem-estar desses profissionais”, explica Neves.
Os custos de operação elevados, especialmente com combustível e manutenção de veículos, são fatores que limitam os ganhos líquidos. A pesquisa reflete um cenário no qual muitos motoristas precisam de uma jornada intensa para compensar as despesas, sem que isso resulte em uma melhoria significativa no lucro.
Comparação com outras capitais
Em comparação com outras capitais, o Rio de Janeiro está entre as cidades com maior faturamento, mas o lucro mensal é superado por São Paulo, onde o lucro líquido é de R$ 4.319,19, mesmo com um faturamento mais alto de R$ 8.571,43. A diferença nas condições de trabalho e custos de operação pode explicar parte dessa disparidade.
Por outro lado, cidades como Recife (PE) e São Luís (MA), embora apresentem faturamentos menores, enfrentam dificuldades semelhantes, com lucros líquidos reduzidos e jornadas semanais também longas.
A situação no Rio de Janeiro em números
- Faturamento médio mensal: R$ 7.200
- Lucro líquido médio mensal: R$ 3.304,93
- Horas trabalhadas por semana: 54
- Custos operacionais: média de R$ 3.895,07 com gasolina e manutenção
A GigU e o apoio aos motoristas
A GigU é uma fintech criada em 2017 com o objetivo de apoiar motoristas e entregadores de plataformas digitais, fornecendo ferramentas colaborativas que ajudam os trabalhadores a enfrentarem os desafios do dia a dia. Com mais de 250 mil usuários, a fintech se posiciona como uma parceira importante para esses profissionais, oferecendo uma rede de apoio que vai além da simples facilitação do trabalho.
Conclusão
Os motoristas de aplicativo no Rio de Janeiro continuam a ser uma parte vital da economia da cidade, mas enfrentam desafios significativos para garantir uma rentabilidade justa. A pesquisa da GigU destaca a necessidade de políticas que ajudem a reduzir os custos operacionais e melhorem as condições de trabalho, permitindo que esses profissionais possam equilibrar as longas jornadas com uma compensação justa.
Discordo da conclusão! O foco não pode ser em facilitar o trabalho dos motoristas de aplicativos, pois, via de regra, isso significa pressão da burguesia para redução de impostos (combustíveis, peças, serviços, etc), reduzindo os recursos do Estado e limitando sua atuação.
O foco tem que ser em investir na geração de empregos de qualidade, para que milhões não precisem recorrer a uma insana jornada de trabalho 7×0 (sem folga), deteriorando sua saúde, lotando as ruas de carros, gerando caos urbano, e aumentando a poluição do ar e sonora. É preciso estatizar o transporte coletivo, aumentar o quadro de funcionários destas empresas e pagar bons salários, e mudar a consciência das pessoas: mais ônibus, trens, metrô, e demais modais coletivos e menos veículos privados.
Dirigir para aplicativos não pode ser saída digna para ninguém.