Foi protocolada uma representação no Ministério Público Federal (MPF) contra o prefeito Eduardo Paes, acusado de tratar de forma desigual as diversas religiões no município, favorecendo o público evangélico. O Centro de Articulação de Populações Marginalizadas (CEAP) é o autor da denúncia, que ganha contornos mais graves após o prefeito ter dedicado um palco exclusivo para o público gospel durante as celebrações do Réveillon de Copacabana.
A representação ressalta que a atitude do prefeito configura uma desigualdade religiosa, ao destinar apoio exclusivo para o segmento evangélico, o que, segundo a denúncia, gera um claro desfavorecimento no tratamento entre as religiões. Em específico, a denúncia faz referência ao palco exclusivo montado no Leme, voltado para shows de artistas gospel, enquanto as apresentações de outras religiões foram limitadas e distribuídas de maneira desigual. De acordo com o CEAP, em um evento de grande porte realizado no Réveillon, apenas um grupo de música de religião de matriz africana se apresentou em Realengo, de um total de mais de 74 atrações espalhadas pela cidade.
A situação não é inédita, pois a acusação de favorecimento ao público evangélico e à igreja evangélica tem sido uma constante ao longo do mandato de Eduardo Paes. Desde sua eleição, o prefeito tem buscado estreitar sua relação com as comunidades evangélicas, participando de cultos religiosos e oferecendo apoio financeiro a eventos de grande porte organizados por essas denominações. Entre os exemplos citados pela representação, está o patrocínio de R$ 350 mil dado, recentemente, à Igreja Adventista para a realização de um evento na Praia da Barra, além de R$ 500 mil concedidos para o festival gospel realizado no Parque Madureira no final do ano passado.
O CEAP afirma que essa prática cria um cenário de desigualdade, em que recursos públicos são direcionados prioritariamente a um grupo religioso em detrimento dos demais. “Resta evidente a diferença de tratamento dado às diferentes religiões pela Prefeitura do Rio de Janeiro. Enquanto cantores gospel recebem apoio direto e investimento financeiro, outras manifestações religiosas, como as de matriz africana, são marginalizadas”, diz o trecho da representação.
Concordo em gênero, número e grau com todas as colocações aqui. Não há como justificar a mistura de política e religião num país laico, muito menos privilegiar uma denominação religiosa em detrimento de outras. Também gosto do Paes, por revelar uma postura de estadista ao pensar a cidade para décadas à frente, mas nesta questão em especial ele claramente fez um gol contra, pois claramente tomou uma posição eleitoreira, onde nenhum argumento cola para justificá-la.
Gente, temos que ser democráticos!!
Ele destina uma verba gigantesca para o carnaval e tá tudo bem, não vejo os evangélicos criarem caso por isso. No próprio Sesc temos sempre apresentação de religião Afro e eu nunca vi nada relacionado aos evangélicos. Se queremos diversidade e igualdade o caminho não é isolar um grupo e sim estudar o que cada grupo gostaria de receber.
Onde entra o satanista, o budista, o ateu, o agnóstico, o xantoista, etc.
Vai me desculpar mas Sesc não é parâmetro.
Religião é algo supérfluo que em nada deve ser subvencionado com dinheiro público, e exdrúxula é haver sido adotado ensino religioso confessional nas escolas públicas, apenas no Rio para o contracheque mais de trezentos professores para lecionar religião.
Uruguai que fez bem de se livrar do Brasil e também da Igreja, nem mesmo feriado para santo algum é dedicado, nem Natal…
E acho que quando se tem de cultura afro é justo o propósito de afastar o preconceito que existe dos daquele pessoal cristão de associar negativamente as práticas da outra religião com o mal…
Eu gosto do Paes, mas nesse caso ele me decepcionou. Preferiria que se mantivesse afastado dessa questão religiosa. Não deveria misturar política com religião. Ganho eleitoral pequeno, ou até perda, em detrimento de uma trajetória isenta.
Exatamente! Algum órgão precisa se mexer contra essa prática.
E também procurar dar um basta ao ensino religioso em escola pública. Dinheiro público não dá em árvore para bancar remuneração de professores contratados com formação pelas próprias entidades religiosas.
Acho que deve dar em sempre pra jogar com outros lixos,e show excêntrico é vexatórios
Mas vexatório se sugere ser o da Anitta também nem eu estou de acordo.
Isto é fato. Está político até demais. Neste quarto mandato veio com tudo beneficiando evangélicos. Arrumou cargo pra filho de “pastor” bolsonarista, vai criar a tal terra prometida. Área na serra, próximo ao Cardoso Fontes, foi legalizada como espaço de oração no Monte até então proibida pelo IBAMA por ser área de preservação. Não se garante só pela competência?