A Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro (Sececrj) iniciou um processo de reforma na Biblioteca Parque Estadual do Centro da cidade. Entre as mudanças estão a remoção da cinemateca e a transferência de uma grande quantidade de livros do terceiro para outro andar. De acordo com bibliotecários que preferiram não ter os nomes citados na matéria, a ideia vai contra a concepção e o funcionamento do projeto.
Ainda segundo os bibliotecários ouvidos pelo DIÁRIO DO RIO, o grande acervo de filmes da cinemateca pode se perder nesta transferência e a troca de lugar dos livros vai reduzir o espaço de leitura e pesquisa da Biblioteca Parque, que já passou por reduções antes, em julho de 2019, quando a Secretaria Estadual de Cultura precisou, por conta de dívidas, deixar o antigo prédio onde funcionava, na Rua da Quitanda, e mudar para a Biblioteca de forma imediata.
Os bibliotecários também questionam a forma como a cinemateca está sendo removida: “A marteladas”. Além disso, a convivência entre as artes, um ponto central do projeto das Bibliotecas Parque, será prejudicado sem uma área de cinema e com menos espaço para realizações de atividades.
A principal suspeita dos bibliotecários é de que a remoção do espaço de cinema e a retirada dos livros do terceiro andar são para a construção de um novo gabinete para a Secretaria, que nega essa informação. Uma solução, de acordo com os bibliotecários, seria a Sececrj usar outro prédio do estado para funcionar.
O que diz a Secretaria
A Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro (Sececrj) informa que desde a sua reabertura, a Biblioteca Parque Estadual (BPE) vem passando por manutenções preventivas para melhorar a utilização do espaço.
A Sececrj informa, ainda, que parte do acervo do terceiro andar será disponibilizado no segundo, para ampliar a democratização do acesso aos livros.
Já a Cinemateca está passando por processo de reorganização, para que seja transformada em uma sala multiuso, com o objetivo de atender melhor o público, acompanhando a evolução dos meios digitais utilizados atualmente.
A Sececrj nega que as mudanças estejam ocorrendo em função do gabinete da secretária, que permanece no mesmo local.