A chuva forte que cai na cidade do Rio de Janeiro na tarde desta sexta-feira, 17/12, está colocando em risco 20 anos de história do Museu do Samba, localizado no bairro de Mangueira, Zona Norte do Rio. Com salas inundadas e o telhado com ameaça de desabamento, o acervo de 45 mil itens da história do samba e do carnaval correm perigo.
Na coleção do museu há peças que pertenceram a personalidades como Cartola, Zé Kéti, Nelson Sargento, Candeia, entre outros, um acervo audiovisual com 160 depoimentos de grandes sambistas (Monarco, Neguinho da Beija-Flor, Tia Surica, Haroldo Costa, Delegado, Dodô da Portela, por exemplo). Duas exposições estão atualmente em cartaz, além de atividades e workshops culturais, e as instalações do Pré-Vestibular Social Tia Zica.
“É impressionante como tudo com o samba é na base da resistênia. O Museu do Samba existe graças a mobilização dos sambistas para criar esse espaço, que tem um acervo ímpar e que está vivendo agora este momento alarmante, colocando em risco 20 anos de trabalho”, desabafa Nilcemar.
Uma reforma do telhado iniciada pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) há dois anos e hoje paralisada tem causado a maioria dos problemas, segundo Nilcemar Nogueira, neta de Cartola e fundadora do Museu do Samba. Na chuva do fim de semana passado, um muro desabou. Com a água caindo diretamente sobre as instalações elétricas, existe ainda risco de incêndio.
“Como este prédio é federal, não podemos sequer realizar obras emergenciais; o Iphan precisa se posicionar, porque está tudo paralisado e este patrimônio todo ameaçado”, alerta Nilcemar Nogueira.