No 1º dia útil da nova tarifa, passageiros do MetrôRio reclamam do aumento: ‘Não condiz com o serviço prestado’

Passagem passou de R$ 5,80 para R$ 6,50; moradores das zonas Norte e Sul que utilizam o metrô diariamente reclamam do novo preço

Advertisement
Receba notícias no WhatsApp
Imagem meramente ilustrativa de composição do MetrôRio em Botafogo - Foto: Reprodução

Esta segunda-feira (04/04) marca o primeiro dia útil do novo preço da tarifa do metrô no Rio de Janeiro. Desde o último sábado (02/04), a passagem passou de R$ 5,80 para R$ 6,50.

Esse aumento de R$ 0,70, porém, por mais simples que pareça, não é encarado dessa forma por muitas pessoas que utilizam o referido meio de transporte diariamente.

Para o professor de educação física Mateus Paladino, morador do Flamengo, na Zona Sul, e que utiliza o MetrôRio para se deslocar até Leblon e Gávea, onde trabalha, o serviço prestado deixa bastante a desejar e não é condizente com o aumento da tarifa.

”Já pego o metrô todo dia há alguns anos. Os únicos horários em que ele não está cheio são, por exemplo, 5h ou depois das 21h, sendo que, no horário das 21h, já cheguei a esperar 22 minutos por uma composição. A tarifa aumenta mas não muda em nada o serviço. Não tem ninguém para ajudar os passageiros, cada vez mais máquinas e menos funcionários. O serviço prestado não acompanha o aumento”, criticou.

Advertisement

Corroborando com Mateus, o técnico em informática Thiago Santos, que reside na Penha Circular, na Zona Norte, e utiliza todos os dias o metrô para ir até Botafogo, na Zona Sul, onde trabalha e estuda, ressalta as dificuldades que enfrenta na utilização da Linha 2, especialmente na volta para casa.

”Eu pego todos os dias o metrô. Esse aumento vai pesar muito no meu orçamento. Acho um absurdo esse novo preço, pois em alguns horários diminuem os trens no sentido Pavuna. Às vezes, após às 22h, chego a esperar mais ou menos 20 minutos por um metrô para a Zona Norte saindo de Botafogo”, afirmou.

O DIÁRIO DO RIO tentou contato com o MetrôRio para comentar a insatisfação dos clientes com o novo preço e os problemas relatados, mas, até o fechamento desta matéria, não obteve resposta. A reportagem será atualizada caso isso aconteça (conferir no fim do texto).

Passagem seria ainda mais cara

Em fevereiro, a Agência Reguladora de Serviços Públicos Concedidos de Transportes Aquaviários, Ferroviários, Metroviários e de Rodovias do Estado do RJ (Agetransp) havia determinado que, quando fosse reajustada, a tarifa do metrô passasse para R$ 6,80.

No entanto, na última sexta-feira (01/04), o Governo do Estado e o MetrôRio firmaram um acordo reduzindo em 30% esse valor inicialmente proposto, ficando, assim, em R$ 6,50.

Atualização – 04 de abril de 2022 – 15h33

Por meio de nota oficial, o MetrôRio se manifestou sobre

”O reajuste tarifário anual está previsto em contrato e a cobrança de tarifa é a única fonte de receita para custear a operação e manter a prestação de serviço. Mas, diante do cenário socioeconômico provocado pela pandemia, o Governo do Estado do Rio de Janeiro e o MetrôRio assinaram, na última sexta-feira (04.04), acordo que reduz em 30% o valor do reajuste tarifário estabelecido em contrato e que entrou em vigor no sábado (02/04).

Após as negociações, o valor da tarifa será de R$ 6,50, abaixo de R$ 6,80, homologado pela Agetransp, em fevereiro. A diferença residual entre os valores será convertida em investimento na malha metroviária. Cerca de R$ 100 milhões serão destinados para reforçar a qualidade e a segurança da operação, como novos trilhos, subestações de energia, entre outros.

O termo aditivo compreende ainda a substituição do índice de reajuste estipulado em contrato. Assim, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) será adotado nas próximas revisões em vez do Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M). O objetivo é reduzir o percentual de reajuste da tarifa nos próximos anos, uma vez que o IGP-M tem acumulado altas expressivas em razão da inflação.

Mesmo no auge da pandemia, quando o MetrôRio acumulou perdas de R$ 1,2 bilhão e chegou a ter queda de demanda de passageiros superior a 80% (hoje, a redução é de 45%), a Concessionária cumpriu com o programado diante da maior crise que enfrentou e seguiu prestando um serviço de qualidade, mantendo todas as estações abertas, a oferta de lugares e os intervalos no horário de pico similares ao período pré-pandemia.”

Advertisement
Receba notícias no WhatsApp
entrar grupo whatsapp No 1º dia útil da nova tarifa, passageiros do MetrôRio reclamam do aumento: 'Não condiz com o serviço prestado'
Advertisement

5 COMENTÁRIOS

  1. Passagem do metrô do Rio, mais caro do mundo!! Sem seguranças, bilheteiros. Ônibus sem ar condicionado e, lotados…somos escravos do poder público!!

  2. Iniciativa privada toca qualquer negócio melhor que o poder público. Fato! Mas não pode se confundir livre mercado com reserva de mercado. Concessionária ou operador de serviço sobrevive com a receita da tarifa…Mas…operar concessão no Brasil com contratos a perder de vista sem exigência de metas a entregar e obtendo financiamento governamental de 100% sem risco, garantindo a entrada em outras operações e, em caso de quebra, devolve pro mesmo governo assumindo o rombo é facil. Vide o imbroglio da Linha Amarela. No modal em questão, usaram o metodo do curral, que direcionou o cidadão do Rio para que um único serviço ficasse sem concorrência em zonas da cidades, já que seus adversários foram retirados do raio de ação. O poder público deu sua cota com ações de governo travestidas de melhoria como na racionalização de ônibus na Zona Sul e na supressão de trânsito em vias importantes do Centro do Rio para o VLT reinar absoluto e em paralelo com o Metrô, sem concorrentes que foram afastados com a nova configuração do fluxo das ruas. E são as mesmas empresas nos casos citados. O livre mercado gera ganho, inovação e busca da geração de caixa com mais consumidores. Reserva de mercado traz estagnação e queda de qualidade, sem se importar com quantidade, afinal é só aplicar reajuste pra cobrir o furo. Mas o efeito obtido é queda progressiva de passageiros, que fogem do gasto alto. Nem usar o piu-piu e frajola pra dizer que sentem falta ou dar promoção no reajuste de 30% do índice irá mudar o quadro atual. E se esperar governo, esquece. Ele não resolve por ser parte interessada, pois é a tinta das suas canetas que está nos contratos de concessão ou permissão.

  3. Que absurdo, cara. O serviço do metrô é um LIXO! Até a compra do bilhete agora e em máquina. O que justifica esse valor? O povo deveria sim, QUEBRAR ESSA PORRA TODA!!!!!

    • Se o povo quebrar o sistema, o povo ficará em pior situação que a situação inicial. Como dito, a concessionária só tem a tarifa para custear o sistema. Se o Governo do Estado quiser, ele pode diminuir a tarifa reequilibrando o contrato (dando algo em troca pra concessionária – como prazo a mais de concessão). Basta o Governo do Estado querer.

      Ficar xingando o Metrô nada resolve. A concessionária opera o sistema muito melhor que o Estado operaria.

Comente

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui