No Rio Comprido, criminosos a serviço de ferros-velhos roubam até o portão das casas

A população de rua e os adictos estão sendo instrumentalizados por quem compra materiais metálicos roubados. E eles estão depenando uma cidade inteira.

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No Rio Comprido, nem os portões das casas escapam da audácia dos criminosos que atuam a serviço de ferros velhos que receptam todo tipo de metal roubado em toda a cidade. Foto: Página Rio Comprido Alerta

A audácia dos criminosos que roubam metais para fornecer aos ferros velhos que compram mercadoria roubada diariamente por toda a cidade vem aumentando consideravelmente por toda a cidade. Além de roubar tubulações de gás em funcionamento, letreiros de prédios e partes de monumentos históricos, já noticiamos aqui a criminosa destruição de propriedade alheia – e pública – em bairros como Copacabana, Centro, Glória, Riachuelo e Tijuca.

Desta vez um dos bairros que mais sofre com os sucessivos roubos e furtos de cabos e peças em metal, assistiu a mais uma absurda ‘evolução’ da audácia criminosa desses bandidos. Portões de residências estão sendo roubados no bairro, pedaço a pedaço, dia após dia. Portões às vezes imensos que as famílias moradoras do Rio Comprido são ‘obrigadas’a instalar para se proteger numa cidade que tem problemas de violência por todos conhecidos agora são o alvo deste crime que passou a assolar a cidade, deixando pessoas sem telefone, sem eletricidade…e, agora, sem porta! A página Rio Comprido Alerta noticiou o evento. “O destino do material todo mundo já sabe, né”, debochou.

A moradora do bairro Luciana Borges foi no cerne do problema: “infelizmente eles roubam tudo e ficam queimando fios na base do viaduto, nas estruturas de sustentação, ao longo da avenida Paulo de Frontin. Todas as Noites! Fora as brigas, o uso de drogas, a poluição que faz….bairro muito maltratado, abandonado”.

Parece que a todo o minuto temos uma novidade neste verdadeiro front de guerra que é a instrumentalização da população de rua e dos adictos pelos criminosos que vivem da compra de metais a peso, em alguns estabelecimentos absurdamente sediados em plena área residencial. Isso sem contar o ‘ferro velho delivery’, itinerante, serviço executado por kombis e caminhões que circulam por todas as zonas da cidade com alto-falantes gritando, em alto e bom som, que compram tudo. Isso, tudo. Quem nunca ouviu a ladainha?  “Compro fogão velho, compro ar condicionado velho, compro geladeira velha, compro grade velha, compro metais, pago em dinheiro”. 

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A piada é de tal mau gosto que relatos de uma leitora do DIÁRIO em Irajá dão conta que as tais kombis foram apelidadas pela população carioca, sempre irônica, de “compro tudo que você rouba“. Mas a história piora: a leitora Camila, de Vila Isabel, relatou algo inimaginável até para quem é carioca da gema: ela relatou que foi utilizar os serviços do tal ferro velho delivery para se desfazer de algo que tinha em casa – e que efetivamente pertencia a ela – e após o pessoal da kombi apanhar o material descartado para “pesar na balança que tem no carro” e poder calcular o valor devido, fecharam a porta e arrancaram com o carro e o material dentro, sem nada pagar nada por ele. [Nota do Editor: Nossas expectativas já eram baixas, mas P*M*].

Não há como negar que estes crimes têm, sim, sido executados pela população de rua, que, sabemos, vive em desespero atrás de sua própria sobrevivência assim como de dinheiro para comprar drogas e álcool, ítens que não lhes é permitido consumir nos abrigos mantidos pelo governo. Aliás, temos bons abrigos mantidos pela Cidade e pelo Estado, mas eles não são obrigados a sair das ruas, onde exercem penosos trabalhos – inclusive a mendicância, a prostituição e o ‘delivery’ de drogas pra quem não quer ir até as bocas de fumo – assim como uns catam lixo e outros roubam mesmo fios e metais de todo o tipo. Mas é preciso também deixar bem claro que eles só roubam metais porque alguém compra metais. Português bem claro.

Recentemente, um prédio histórico foi depenado pelos bandidos no Bairro do Riachuelo, na avenida Marechal Rondon (ACIMA).

Os roubos e furtos ocorrem a todas as horas do dia, e os bairros da Zona Norte são os mais sacrificados com a audácia destes bandidos que sobrevivem graças a leniência da municipalidade e do estado com relação aos verdadeiros culpados por tudo isso: os ferros-velhos que agem ilegalmente e compram material roubado.

Tudo isso sempre nas barbas das inoperantes autoridades, que seguem concedendo alvarás de funcionamento para estes negócios que, obviamente, seriam capazes de identificar quem está vendendo mercadoria roubada e quem não está. O vereador Dr. João Ricardo (PSC) contou ao DIÁRIO sobre um projeto que tem para proibir a concessão de alvarás para estabelecimentos deste tipo em áreas residenciais: “seria uma forma de dificultar um pouco mais o cometimento destes crimes. Em vários bairros, é só caminhar poucos metros pela rua para encontrar o receptador“.

Enquanto nada de útil é feito pelas autoridades, o Rio vai sendo vendido a peso.

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2 COMENTÁRIOS

  1. Ali nas proximidades da Chevrolet, na Rua da Mariele Franco ou João Paulo, rua também do Detran, tem um terreno onde conseguiram quebrar um portão de ferro, está servindo de depósito de entulho, cracudos dormem, defecam, queimam fios… Ou seja, as pessoas ficam com medo de passar por ali e não fazem nd

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