O desafio de atravessar a Avenida Presidente Antonio Carlos, no Centro

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No dia a dia da cidade, nós que somos usuários dos passeios percebemos centenas de pequenos equívocos no planejamento de trânsito. São detalhes que apenas o pedestre consegue perceber porque ao utilizar os espaços públicos é ele que se depara com os  obstáculos.

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Um caso que ocorre no centro do Rio e que já foi inclusive objeto de um encaminhamento de minha autoria junto ao Fórum de Mobilidade Urbana é a desintegração do fluxo que ocorre na Avenida Presidente Antonio Carlos cujo prolongamento se dá na rua Primeiro de Março, para ser mais específico, no cruzamento com a rua São José.

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O que ocorre ali?

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Nas imediações existem dois importantes modais de transportes que são: A Estação de Barcas da Praça XV e a Estação de Metrô da Carioca. O via que mais favorece a  interligação destes dois modais, num trajeto a pé, é a rua São José.

Posto isso, o pedestre para fazer a travessia pela faixa, precisa fazer um desvio, dobrando  a esquina da Igreja de São José, cuja faixa de pedestres está entre a Igreja e o Edifício Estácio de Sá.

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Parece pouco, mas não é. Quando o pedestre atravessa essa faixa ele é transferido para uma “ilha” entre a entrada e saída de veículos do edifício Garagem (Terminal Menezes Côrtes). Nesta “ilha”, além da pouca extensão, o desnível entre a calçada e a pista não oferece nenhuma recurso de acessibilidade a um cadeirante, que jamais poderia fazer o percurso orientando-se pelo percurso das faixas.

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No entanto, antes da travessia, ainda na calçada próximo a Igreja de São José, o passeio é extremamente estreito para acomodar, em dias de semana principalmente, a grande quantidade de pessoas que se deslocam sentido Largo São José, Avenida Rio Branco e Estação de Metrô da Carioca. O grande acúmulo de pessoas neste pequeno trecho da calçada conflita com a circulação de pedestres que desce ou sobe a avenida Presidente Antonio Carlos. O que a maioria acaba fazendo? Prefere não utilizar a faixa e aguardam o sinal fechar para os veículos sobre o trecho da rua São José, paralela ao Palácio Tiradentes (ALERJ). Eis que, quando o sinal da avenida Presidente Antonio Carlos fecha para os carros, o sinal da saída de veículos do Edifício Garagem abre. Em nenhum instante a travessia de pedestre é privilegiada na travessia, somente os carros.

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Mais adiante, na altura do Paço Imperial, na esquina com a Rua da Assembleia, há uma outra faixa de pedestres com semáforo que sempre está fechada para carros no momento em que a saída de veículos do edifício Garagem fica aberta. Os veículos saem do Menezes Côrtes e imediatamente param, no congestionamento que se forma com o fechamento do semáforo adiante. Os pedestres têm duas escolhas. Ou ficam literalmente ilhados na calçada do Menezes Côrtes ou cortam voltam entre veículos, ônibus e motos. Em dias de chuva é um caos completo, pois os guarda-chuvas se embolam e as pessoas se espremem uma entre as outras, por trás de ônibus, caminhando o mais rapidamente possível antes que o semáforo abra e os motoristas avancem sobre elas.

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Após acionarmos o Fórum de Mobilidade Urbana, o gabinete do vereador Reimont tomou conhecimento deste caso e acionou à prefeitura do Rio. A única medida a partir daí foi a instalação de uma placa, no canteiro do edifício Garagem orientando o pedestre a atravessar “no sinal”. O que provavelmente foi uma resposta crua e seca para um cidade que se propõe a quebrar paradigmas na dependência do uso de carros e incentivar o uso de transportes públicos e deslocamentos a pé.

Próximo dali, deste ponto nevrálgico, temos a sede do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, Secretarias de Estado, a Assembléia Legislativa e do outro lado Universidades, Procuradoria do Estado e Museus, locais de atração de pessoas. Trata-se de um trecho que precisa receber um atenção mais cuidadosa na relação com os pedestres. Sou testemunha das dificuldades que pessoas com a mobilidade reduzida enfrentam para fazer uma simples travessia de uma rua que não tem sequer 20 metros de largura. É um risco para idosos e cadeirantes realizar esta travessia.

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A ideia é que a prefeitura, com seu órgão responsável, reavalie a localização deste semáforo e faixa de pedestre, considerando e privilegiando os pedestres, talvez, ao invés de dois semáforos e duas faixas, um único semáforo com uma faixa elevada mais ampla seria mais adequado, entre as ruas São José e a rua da Assembleia.

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