Flávio Valle – Vereador mais jovem da 12ª Legislatura, é formado em Economia (EPGE/FGV) e mestrando em Administração Pública (FGV). Atuou na Secretaria Municipal de Fazenda e Planejamento, assumindo posteriormente o cargo de subprefeito da Zona Sul durante o terceiro mandato do prefeito Eduardo Paes. Flávio é judeu e está no primeiro mandato.
Hoje é um dia de luta, dia para lembrar de um dos períodos mais sombrios da história. Há 80 anos, no dia 27 de janeiro de 1945, as tropas aliadas libertavam os sobreviventes do campo de extermínio de Auschwitz-Birkenau, revelando ao mundo o horror indescritível do Holocausto. O genocídio perpetrado pelo nazismo tirou a vida de seis milhões de judeus e fez milhões de outras vítimas, em um projeto de destruição sistemática que marcou para sempre a civilização.
O Holocausto foi o ápice do antissemitismo, mas não o seu fim. O ódio contra os judeus não desapareceu. Pelo contrário, ele persiste assumindo novas formas e, muitas vezes, disfarçado sob diferentes pretextos para continuar sua disseminação. Mas não podemos e não vamos permitir que a história se repita.
Ao lembrarmos os que foram libertados de Auschwitz, também pedimos pela liberdade daqueles que ainda estão mantidos reféns. Desde 7 de outubro de 2023, homens, mulheres, crianças e idosos foram sequestrados pelo Hamas em Israel e continuam presos, submetidos a sofrimentos que nem conseguimos descrever. Cada dia que passa sem a libertação é um lembrete doloroso de que o antissemitismo ainda ameaça vidas e desafia a humanidade.
O combate ao antissemitismo não é apenas uma questão de memória histórica, mas uma necessidade urgente da atualidade. O Rio de Janeiro foi um exemplo ao se tornar a primeira cidade do Brasil a aderir à definição de antissemitismo da International Holocaust Remembrance Alliance (IHRA), no dia 3 de novembro de 2023. Esse compromisso, assumido pela Prefeitura, reforça que o antissemitismo não será tolerado em nossa cidade, que não permitiremos que o ódio, a intolerância e a discriminação tenham espaço em nossa sociedade.
Recentemente vimos a notícia de que um soldado israelense, sobrevivente dos ataques de 7 de outubro de 2023 a Israel, teve que deixar o Brasil, no meio de suas férias em Morro de São Paulo, na Bahia, após ser denunciado para a justiça brasileira pela Fundação Hind Rajab (HRF), ONG com sede na Bélgica. Com o ocorrido é bem possível que o número de turistas judeus vindos de Israel para o Brasil caia vertiginosamente.
Segundo dados levantados pelo meu gabinete, cerca de 11,9 mil israelenses judeus visitaram o Brasil no ano passado (dados da EMBRATUR), com um impacto na economia brasileira de aproximadamente R$54,5 milhões (dados do Banco Central).
Somos um país plural e diverso, reconhecido mundialmente por nossa cultura, belezas naturais e hospitalidade. Essa diversidade é um dos nossos maiores patrimônios e se reflete na convivência de diferentes etnias, religiões e tradições. A promoção do turismo no Brasil depende, em grande parte, da nossa imagem no cenário internacional, que deve ser pautada pelo respeito e pela inclusão. Ações antissemitas ou qualquer forma de discriminação não apenas ferem os princípios de igualdade e respeito, mas também podem afastar turistas e investidores, prejudicando nossa economia e a reputação do país.
Essa situação reforça que a nossa luta contra o antissemitismo precisa avançar ainda mais. Como vereador do Rio de Janeiro trouxe essa bandeira para dentro do parlamento. Continuarei trabalhando para que a cidade do Rio se torne um modelo no combate ao antissemitismo, promovendo iniciativas legislativas que garantam a segurança da comunidade judaica, a educação sobre o Holocausto e a defesa dos direitos humanos.
Lembrar é um compromisso com o futuro!
O Holocausto nos ensinou que o silêncio diante do mal é uma forma de cumplicidade. O silêncio mata e a indiferença fortalece os opressores. Por isso, nossa lembrança deve ser ativa. Nossa memória deve ser um compromisso. E esse compromisso deve ser a defesa intransigente da liberdade, da dignidade humana e da verdade histórica.
Precisamos seguir educando nossas crianças e jovens sobre o Holocausto. Precisamos fortalecer a cultura do respeito entre os povos. Precisamos garantir que o Rio de Janeiro e o Brasil sejam territórios onde nenhum povo precise temer pelo seu direito de existir.
Que este dia não seja apenas um momento de reflexão, mas um chamado à ação. Que a libertação de Auschwitz e o fim da guerra há 80 anos nos inspirem a trabalhar por um mundo onde o antissemitismo não tenha vez e onde a memória seja sempre uma luz contra a escuridão do ódio.
LÓ ÓD! ?? ???
NUNCA MAIS!
Palestinos também são semitas. Mas ninguém liga pra eles.