O Rio de Janeiro acabou

Para o empresário José Koury, o que precisamos fazer é reinventar o Rio de Janeiro, sermos mais bairristas (por que não?), acreditar mais nas pessoas, investir mais por aqui e eleger governantes honestos, pois corrupção mata. Outro caminho é resgatar a dívida histórica do país com a cidade, que foi abandonada pelo governo federal, transformando o Rio em Segunda Capital do Brasil.

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O que precisamos fazer é reinventar o Rio de Janeiro, sermos mais bairristas (porque não?), acreditar mais nas pessoas, investir mais por aqui e eleger governantes honestos, pois corrupção mata.
Nunca é demais lembrar que Nova York enfrentou sérios problemas e que apenas um homem, o prefeito Rudolph Giuliani, mudou a cidade em somente 10 anos. Miami, na década de 1970, estava arruinada, com grandes problemas econômicos e alta criminalidade. Hoje é uma potência. Somos muitos, e este é um momento histórico para iniciarmos as mudanças. O Rio pode muito.

Por José Koury – Empresário e fundador do grupo Rio, Vamos Vencer
Publicado originalmente no Correio da Manhã

Desde os anos 1970, escuto pessoas falarem que o Rio de Janeiro acabou. Que medo! Nos anos 1980 e 1990 fiquei mesmo preocupado. Cheguei a pensar em me mudar e concentrei grande parte dos meus negócios em São Paulo. Montei apartamento, escritório, tinha carro com motorista e passava boa parte da semana por lá. Mas o trânsito e a poluição eram tão ruins, a vida e as pessoas tão diferentes que resolvi ficar por aqui mesmo.

O resultado da minha decisão foi ótimo, pois os pessimistas foram embora e, na década de 1990, vivi um grande “boom” imobiliário no Rio de Janeiro. A Barra da Tijuca, que era quase um areal, se tornou praticamente uma cidade independente, com a construção de milhares de apartamentos, escritórios, hotéis, agências de automóveis, hipermercados, vários condomínios com mansões maravilhosas e shopping centers. Vi o crescimento da Barra e dos outros bairros na Zona Oeste e Zona Norte, que continuam a todo vapor até hoje. Como assim? O Rio não acabou? O Rio não acabou e não vai acabar. É uma cidade internacional como Nova York, Paris, Londres, Madri, Lisboa e outras.

Somos o segundo maior PIB do Brasil, além de também sermos o segundo maior consumidor dos produtos fabricados no país. Continuamos sendo um dos destinos mais desejados do planeta, segundo a lista de um dos maiores sites de viagem, o Booking.com. Também não deixamos de ser a caixa de ressonância do Brasil. O que acontece aqui reverbera e se transforma na imagem do país no exterior. O Rio é a primeira cidade no mundo a receber da Unesco o título de Patrimônio Mundial como Paisagem Cultural e mais recentemente o de Primeira Capital Mundial da Arquitetura.

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Ok, algumas empresas, fábricas, a Bolsa de Valores e muitos profissionais se foram. Ainda assim estão na cidade as sedes de duas das maiores empresas do país: Petrobras, líder mundial de exploração petrolífera em águas profundas e Vale, maior produtora mundial de minério de ferro. Fora as principais empresas de telefonia, Tim, OI e VIVO, dezenas de empresas de petróleo e gás, além da Coca-Cola, Peugeot Citröen, Pneus Michelin, Xerox, Previ, SulAmerica, Lojas Americanas, GlaxoSmithKline, Merck, Roche, entre outras. Sem falar dos Estúdios Globo, o maior complexo de conteúdo da América Latina, produtor de novelas, séries, minisséries e programas de televisão exportados para o mundo inteiro. É no Rio que também acontece 20% da produção científica nacional, em suas universidades e institutos. Aqui temos os principais museus, universidades e bibliotecas do país e o teatro mais célebre, o Theatro Municipal do Rio de Janeiro.

O que precisamos fazer é reinventar o Rio de Janeiro, sermos mais bairristas (por que não?), acreditar mais nas pessoas, investir mais por aqui e eleger governantes honestos, pois corrupção mata. Outro caminho é resgatar a dívida histórica do país com a cidade, que foi abandonada pelo governo federal, transformando o Rio em Segunda Capital do Brasil. A ideia, que não é nova e que existe em mais de 15 países, voltou com força num grupo de aplicativo de mensagens, formado por cerca de 200 grandes empresários do Rio de Janeiro, e vem ganhando corpo. Vale ressaltar que mais do que um resgate histórico daquela que é a cidade símbolo do Brasil no exterior, seria parte da solução dos problemas que o Rio enfrenta.

Outra coisa importante seria a criação de incentivos fiscais, a redução de impostos (nossos IPTUs e IPVAs são os mais altos do país) e o aumento da segurança para que as empresas e indústrias retornem. Junto a isso, estimular a criação de “startups” e os jovens a empreenderem na cidade em vez de, depois de formados, irem embora, ou procurarem empregos seguros.

Nunca é demais lembrar que Nova Iorque enfrentou sérios problemas e que apenas um homem, o prefeito Rudolph Giuliani, mudou a cidade em somente 10 anos. Miami, na década de 1970, estava arruinada, com grandes problemas econômicos e alta criminalidade. Hoje é uma potência. Somos muitos, e este é um momento histórico para iniciarmos as mudanças. O Rio pode muito.

Jair Bolsonaro (Presidente da República), Paulo Guedes (Ministro da Economia), Tarcisio Gomes de Freitas ( Ministro da Infraestrutura ) Luiz Fux (Presidente do STF) Rodrigo Maia (Presidente da Câmara dos Deputados), Roberto Campos Neto (Presidente do Banco Central), Pedro Duarte Guimarães (Presidente da CEF), e tantos outros cariocas que amam esta cidade,  ou que escolheram o Rio de Janeiro para viver, e onde seus filhos e netos, com certeza viverão, precisam abraçar esta causa.    

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20 COMENTÁRIOS

  1. Caramba! Ser mais bairrista??
    O Rio de Janeiro é a capital mais bairrista do Brasil. Menospreza o interior do Estado e as cidades da região metropolitana (em menor grau), uma classe intelectualóide minoritária da Zona Sul sempre tenta organizar o retorno do estado da Guanaraba e etc. A grande diferença é o que o bairrismo carioca se disfarça em uma falsa sensação de simpatia e hospitalidade que acabam na segunda página deste livro confuso que é a história do Rio.
    Ninguém tem dúvidas das belezas naturais do Rio, mas são belezas naturais que estão por aqui desde que o mundo é mundo.
    A saída pro Rio de Janeiro, tanto cidade quanto o estado, é colocar o pé no chão, recalcular a rota e entender que em um mundo global se restringir à apenas um sentimento de “carioquismo” é perda de tempo. Que sejamos mais cosmopolitas, globais, menos bairristas, mais metropolitanos e, principalmente, empreendedores (já que lamentavelmente a grande maioria da população prefere o funcionalismo público).
    Historicamente o Rio é extremamente importante, porém os tempos passaram e novos players surgiram ameaçando a hegemonia do Rio.

  2. Esse texto é pra rir ou pra chorar ( de tanto rir ) ? Politicos do RJ ( mas sao do brasil Todo ) querem dinheiro e poder , o povo que se exploda ??? Estado rodeado por favelas , gangues de bandidos dominam quase todos os bairros , batedores de carteira e celular em Todo lugar ( e atirando) … O futuro do RJ ta onde ??? Quem puder que saia daqui …

  3. “Rio 40 Graus” canção composta por Fernanda Abreu, Fausto Fawcett e Laufer e gravada por Abreul,em 1992.
    Os filmes Cidade de Deus, de 2002 e os 2 filmes. Tropa de Elite , de 2007 e 2010,
    mais o livro Cidade Partida, de Zuenir Ventura, de 1994,
    são a síntese da Cidade do Rio de Janeiro.
    Misturando tudo, coloque governadores que já foram presos, e alguns péssimos prefeitos.
    E uma trajédia anunciada. Com a favela descendo os morros e engolfando bairros dos asfaltos e nas periferias das grandes vias da cidade (Av. Brasil, Dom Helder Camara, Maracanã, Grajau-JPA, etc.) ;
    O Rio virou uma grande favela que ilhou a cidade.Seu principal problema é a falta de Planejamento Urbano, onde quase todo o dia surge uma nova favela, por incentivo de politicos (ter o seu curral eleitoral), narcotraficantes e milicias.A figura do latifundiario nas favelas vem crescendo, com aluguel de diversas casas e puxadinhos.
    Na década de 80/90 , falou-se muito em criar um polo de alta tecnologia na Barra.Uma boa ideia seria criar tais polos, na Barra, na Ilha do Governador e nas margens da Avenida Brasil , dada a proximidade de uma excelente mão de obra, e da cidade universitária e a Fio Cruz .
    Outra questão é atrair empresas fabricantes de produtos diversos, para as margens da avenida Brasil, se instalar, com criação de conjuntos habitacionais ao lado, gerando mão de obra direta e indireta. Explorar mais a vocação do Turismo da cidade. Naturalmente, a segurança terá um grande papel permeando tudo isso.

  4. Quem tiver condições tem que sair do Rio, no máximo, em 5 anos. A cidade ja passou de um ponto sem volta! Louvável o texto otimista, mas comparar NY e Miami com RJ beira a ingenuidade. Só a nivel de educação e governantes temos um abismo que nos separa! Quem puder saia o quanto antes! O Rio acabou, sim!

  5. Amo o Rio de Janeiro, uma cidade incrível.mas não vejo futuro para o Rio. Sendo muito realista, vejo serios conflitos socias no horizonte desta cidade, o tráfico de Drogas, a pobreza extrema, a polícia que se tornou um grupo paralelo à segurança pública, o políticos que desperdiçaram por decadas e inúmeras chances de fazer do Rio uma cidade moderna e uma geração inteira de crianças e adolescentes perdidas para o crime e para o analfabetismo e o fim do Rio de Janeiro.

  6. Bsirrista. Quero tanto ser que por mim de Sulacap até a Pavuna e Santa Cruz poderia ser outro lugar, com a devisa atenção dos governantes.
    A situação é tão absurda que por uma década tivemos um governador da zona e sul e barra da capital. E o resto…bom, pra pagar imposto a gente serve.

    • Joe, o Rio sempre foi uma cidade partida. Com foco na ZS e na Barra da Tijuca. Suburbio sempre serviu de massa de manobra, com o pior de tudo: escolas publicas, hospitais,transportes, infraestrutura,planejamento urbano, segurança, etc.
      Nas favelas de estimação da ZS, como a Rocinha, se encontra ONGs para tudo: desde equitação, balet, linguas, e por ai vai.
      A Hipocrisia de nossa cidade é o consumo de drogas. Quem são e onde estão tais usuarios: vamos encontra-los principalmente em nossas universidades publicas (federal, estadual), exceto o IME. Umas 6. , professores , advogados, medicos ,profissionais liberais, filhos de papais, etc. Quando assisto na TV uma grande apreensão de drogas na tv, fico imaginando quanto se consume drogas em nossa cidade. Agora, em epoca do politicamente correto, vimos candidatos a prefeitos, como se o seu foco principal fosse a favela e negros. Coitado do suburbano, com sua casinha bem aparelhada, pagando horrores com o seu IPTU e a falta de segurança, transportes, boas escolas publicas e hospitais publicos. Não adianta nem reclamar com o Bispo,quanto mais com o Papa. rsrsr

  7. ?Não seja ingênuo, os filhos e netos dos citados foram e são criados no exterior. Pergunta: Miami era sitiada por favelas por lados? Favelas eram erguidas em nesgas de terrenos públicos? Sei! Então “tamu” combinados! Em 10 anos nos veremos por aqui de novo!

  8. O Rio é uma cidade histórica e cultural, mas não educacional! Em termos de educação e ensino, estamos muito distante do que realmente necessitamos! Essa questão educacional, não deve ser encarada como um problema setorial daqueles que não podem bancar bons estudos, pois estes que não podem pagar são a maioria da sociedade, e aí é que mora o problema!!! Enquanto não acordar-mos pra essa realidade, as coisas não melhoram !!!

  9. O Estado do Rio de Janeiro tem o maior imposto de transmissão por herança e doação, 8%!!! É claro que não é de responsabilidade da cidade, mas é mais um fator que onera ainda mais os cariocas.

  10. Perfeito, muitas palmas para o texto, mas a cidade não acabou. Existem cariocas insistentes que plantam o pé e gritam quando fazem mal ou escutam algum conformismo em relação às mazelas que danificam a cidade.
    Temos que dar uma sacudida e realmente brigar por todas as possibilidades de ressurgimento da nossa cidade.
    Conformismo não!

  11. importante reflexão. O Rio de janeiro continua sendo, mas para que tudo isso dê certo tem que se enfrentar a causa mais importante das empresas e pessoas saírem do Rio, que é a VIOLÊNCIA, esse sim, o mal que afugentou e afugenta os investimentos, empresas e turistas. Quantas pessoas e empresas desistiram do Rio, por causa da violência endêmica? Ignorar esse fato é perder tempo e ilusão de que um dia o Rio será melhor. Vide Nova York e Miami, onde os administradores enxergaram a causa.

  12. Catastrofismo ineficiente e autofágico.
    Não ajuda a cidade, afasta investimento, só reclama e não melhora nada. O carioca tem esse pessimismo vira lata que não ajuda. Moradores de outras cidades, inclusive Niterói, jamais fariam artigo dizendo “Minha cidade acabou”.

    Cidades não acabam, cidades pioram. E pioram pq ao invés de fazer algo pra melhorar, os seus moradores só reclamam.

    • Como carioca da gema , sou fã da nossa cidade maravilhosa, que na época como capital da república esbanjava cultura e a educação era vista com outra ótica, onde o ensino era de excelente qualidade. Na minha opinião a nossa cidade não deixa nada a desejar para as grandes metrópoles do mundo. Entretanto para que se possa resgatar a dignidade da cidade , penso que precisamos de uma política séria e de grande comprometimento nas áreas de educação, saúde pública, segurança e infra estrutura, onde a nossa sociedade deverá cobrar intensamente , com a participação da imprensa, junto aos novos governantes.
      Torço pela a nossa cidade e por todos nós que vivemos nessa parte de paraíso pertencente ao mundo.

    • “O resultado da minha decisão foi ótimo, pois os pessimistas foram embora e, na década de 1990, vivi um grande “boom” imobiliário no Rio de Janeiro.”

      SÓ RINDO!

      JOSÉ KOURY e seus amigos CHAPCHAP foram os donos da finada SÃO FERNANDO PATRIMONIAL, também chamada CONSTRUTORA PRESIDENTE, também chamada COMPANHIA LHI IMOBILIÁRIA (CNPJ 40.404.105/0001-20), que lesou CENTENAS de consumidores no Rio de Janeiro que compraram imóveis no BARRA BALLY e BARRA LIGHT até hoje não viram 1 real de suas indenizações. O Tribunal de Justiça do Rio está lotado de ações, e aqueles que conseguiram a posse dos apartamentos nunca conseguem passar o imóvel pro seu nome (só com ajuda do advogado da empresa, Dr Pedro Paulo Pontes, claro). Se esse é o “empreendimento” de sucesso que o texto fala, o Rio está em maus lençois.

      https://www1.folha.uol.com.br/fsp/dinheiro/fi110820.htm
      https://oglobo.globo.com/rio/bairros/moradores-do-barra-bali-negociam-com-prefeitura-concessao-do-habite-se-14856131
      https://oglobo.globo.com/rio/bairros/predio-inacabado-com-agua-parada-preocupa-moradores-do-recreio-18252548

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