O Governo do Rio de Janeiro estima que a conclusão da estação de metrô da Gávea levará três anos e sete meses. O prazo foi indicado em um estudo técnico preliminar realizado pela Companhia de Transportes Sobre Trilhos do Estado do Rio (RIOTRILHOS).
Apesar da previsão, o cronômetro das obras só começará a contar a partir da emissão da Ordem de Serviço, que depende da finalização do aditivo contratual que unificará os contratos de concessão das linhas 1, 2 e 4 do metrô.
A retomada das obras havia sido prometida pela Secretaria de Estado de Transportes e Mobilidade Urbana (SETRAM) para o fim de 2024, depois adiada para janeiro de 2025. Agora, a nova previsão da pasta é que os serviços comecem ainda em fevereiro.
Aditivo contratual e investimento para conclusão das obras
O aditivo contratual está sendo elaborado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE), contratada pelo governo estadual por R$ 3,2 milhões.
Na última sexta-feira (7), a SETRAM habilitou a concessionária MetrôRio para prosseguir com os trâmites necessários para consolidar o contrato, após a entrega da documentação exigida para formalizar a transferência da Linha 4.
O Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) que viabiliza a retomada das obras foi homologado pela Justiça do Rio em outubro de 2024. Pelo acordo, a MetrôRio assumirá a operação da Linha 4 e investirá R$ 600 milhões nos serviços.
O governador Cláudio Castro garantiu que o Estado investirá R$ 97 milhões nas obras e reservou R$ 300 milhões adicionais para garantir a conclusão da estação, caso sejam necessários novos aportes.
“Vamos garantir que essa obra finalmente seja entregue à população, sem novas interrupções”, afirmou Castro.
Análise estrutural e mudanças no projeto original
Com o reinício das obras, será feita uma análise da atual situação do buraco de 35 metros de profundidade, além do processo de retirada da água que foi inserida para evitar danos estruturais aos túneis.
O trecho que será concluído terá uma versão reduzida do projeto original, operando apenas até a estação São Conrado, diferentemente do plano inicial, que previa conexões mais amplas.
Histórico: obra iniciada em 2013 e alvo de investigação por superfaturamento
As obras da estação da Gávea começaram em 2013, durante o governo de Sérgio Cabral, mas foram interrompidas após o Tribunal de Contas do Estado (TCE) apontar um superfaturamento de R$ 3,7 bilhões, o que representa 22% do valor total da obra.
A Linha 4, que liga a Zona Sul à Barra da Tijuca, foi entregue em 2016, mas sem a estação da Gávea, que permaneceu inacabada.