Onça-parda cruza viaduto vegetado da BR-101 em Silva Jardim pela primeira vez

Pela primeira vez, uma onça-parda foi registrada utilizando o viaduto vegetado da BR-101, em Silva Jardim (RJ), estrutura criada para reduzir atropelamentos e reconectar a Mata Atlântica.

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Foto: Arteris Fluminense

Uma onça-parda (Puma concolor) foi registrada, pela primeira vez, atravessando o viaduto vegetado construído sobre a BR-101, no município de Silva Jardim, interior do Rio de Janeiro. O flagrante ocorreu no início deste mês e representa um marco para a conservação da espécie, considerada ameaçada de extinção no Estado.

Inaugurada em 2020, a estrutura é a primeira do tipo em uma rodovia federal no Brasil e tem como objetivo reconectar fragmentos da Mata Atlântica e reduzir os atropelamentos de fauna silvestre. O viaduto liga duas áreas protegidas: a Reserva Biológica de Poço das Antas e o Parque Ecológico Mico-Leão-Dourado, administrado pela Associação Mico-Leão-Dourado (AMLD). A vegetação que cobre o viaduto simula o ambiente natural da floresta, facilitando a circulação de animais silvestres entre os dois lados da rodovia.

O registro da onça foi feito por câmeras trap instaladas nas extremidades e nos arredores do viaduto. O monitoramento é conduzido pela concessionária Arteris Fluminense, como parte do Programa de Monitoramento de Fauna da BR-101.

Desde a sua inauguração, a travessia já foi utilizada por diversas espécies, como cateto (Pecari tajacu), mão-pelada (Procyon cancrivorus), tapiti (Sylvilagus brasiliensis), quati (Nasua nasua), lontra (Lontra longicaudis), irara (Eira barbara), cachorro-do-mato (Cerdocyon thous) e a ave tiê-sangue (Ramphocelus bresilius).

A vegetação do viaduto está em processo de restauração ambiental e não utiliza elementos artificiais para atrair os animais, o que garante maior confiabilidade às análises de comportamento e presença da fauna.

Embora ainda não existam dados específicos sobre a redução de atropelamentos no trecho do viaduto, os resultados de ações similares ao longo da BR-101 fluminense são animadores. Desde 2015, a instalação de 37 passagens de fauna e 54 quilômetros de cercas resultou na redução de 77% nos atropelamentos em um trecho de 71 quilômetros que atravessa áreas como a Área de Proteção Ambiental do Rio São João, a Rebio Poço das Antas e a Rebio União.

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