Onda de calor e cidade em NC3: saiba como se proteger neste verão

Especialistas alertam para cuidados essenciais durante o calor extremo. Veja como se proteger e prevenir problemas de saúde

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Foto: Daniel Martins/Diário do Rio

O Rio de Janeiro enfrenta mais um verão com temperaturas que ultrapassam os 40°C, levando milhares de cariocas e turistas às praias em busca de alívio. Nos últimos dias, a onda de calor intensa colocou a cidade em alerta Nível de Calor 3 (NC3), que indica índices entre 36°C e 40°C, com previsão de permanência ou aumento por pelo menos três dias consecutivos. Pela 1ª vez, no dia 17/01, o Rio “pulou” do Nível de Calor 1 (NC1) para o Nível de Calor 3 (NC3), que vai até 5.

Apesar de um início de ano mais ameno, especialistas reforçam a necessidade de cuidados redobrados com a saúde. Hidratar-se regularmente, evitar a exposição direta ao sol nos horários mais críticos e usar protetor solar de forma adequada são medidas indispensáveis para minimizar os impactos do calor extremo.

O DIÁRIO DO RIO reuniu orientações importantes para enfrentar o verão sem prejuízos à saúde. Durante a estação mais quente do ano, a exposição prolongada ao sol aumenta os riscos de insolação, alterações no sistema imunológico e até câncer de pele.

“A exposição solar excessiva pode causar envelhecimento precoce, manchas, queimaduras e doenças como ceratoses actínicas, consideradas lesões pré-cancerosas. Além disso, pode comprometer o sistema imunológico cutâneo. Esses riscos estão associados à exposição desprotegida ao sol e ao uso de câmaras de bronzeamento artificial, proibidas pela Anvisa desde 2009”, explica o cirurgião plástico André Maranhão, médico-assessor da Subsecretaria de Vigilância e Atenção Primária à Saúde do Estado do Rio de Janeiro.

O câncer de pele, principal consequência da exposição aos raios ultravioleta (UV), seja diretamente do sol ou de fontes artificiais, reforça a importância da fotoproteção diária. “Recomenda-se o uso de protetor solar com FPS 30 ou superior, chapéus, óculos de sol e roupas com proteção UV, além de buscar sombra sempre que possível”, orienta Maranhão. Ele destaca que o horário mais seguro para exposição solar é antes das 10h e após as 16h, quando a radiação UVB é menos intensa.

Embora as chuvas tenham aliviado o calor em algumas regiões do estado, com dias e noites mais frescos do que o habitual para esta época do ano, especialistas alertam que os raios UV continuam presentes, mesmo em condições de tempo nublado. “Mesmo em dias assim, os raios UV continuam presentes e podem causar danos à pele. Por isso, o uso de protetor solar permanece fundamental, além de outras medidas preventivas”, completa o especialista.

Danos à saúde

Com a onda de calor excessivo que a capital vem enfrentando, especialistas alertam sobre os principais danos à saúde que podem afetar tanto cariocas quanto turistas. Entre os riscos mais comuns estão:

  • Estresse térmico 
  • Suor em excesso (regula temperatura, mas pode causar desidratação)
  • Insolação (pode acontecer inclusive na sombra)
  • Alterações no metabolismo (pressão arterial e descompensação cardiovascular)
  • Ressecamento de olhos e pele, além de irritação no nariz, em casos de baixa umidade do ar
  • Queimaduras
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Os principais danos à saúde. Foto: Prefeitura do Rio

Os sintomas de alerta para o calor extremo, aos quais todos devem estar atentos, são:

  • Alucinações
  • Convulsões
  • Náuseas e vômitos
  • Desmaio
  • Variações na pressão arterial (pressão muito alta ou muito baixa)

Caso você ou alguém que conheça esteja com estes sintomas, procure imediatamente uma emergência.

Passou mal por causa do calor?

Caso passe mal por causa do calor, siga estas orientações:

  • Beba bastante água, de preferência gelada, e vá para um local fresco.
  • Refresque a pele com borrifadas de água, lavagem do rosto e compressas frias nas áreas de dobras, como pescoço e axilas.
  • Se apresentar sintomas como tontura, fraqueza, sede intensa mesmo após ingestão de líquidos ou dor de cabeça forte e persistente, procure imediatamente uma unidade de saúde.

Grupos vulneráveis ao calor

Alguns grupos são mais vulneráveis ao calor, como idosos, crianças, gestantes e pessoas com doenças crônicas não transmissíveis. Diante disso, os cuidados devem ser redobrados. Confira as recomendações para esses grupos em períodos de altas temperaturas:

Idosos

A resposta do corpo ao calor varia com a idade. Pessoas mais velhas produzem menos suor para regular a temperatura e podem ter problemas de saúde preexistentes, como diabetes e hipertensão, o que aumenta os riscos relacionados ao calor.

  • Ofereça água, mesmo que estejam sem sede
  • Verifique se os remédios de uso contínuo estão sendo ingeridos regularmente
  • Evite exposição direta ao sol, principalmente nos horários de pico da temperatura
  • Mantenha os ambientes ventilados e arejados ou refrigerados com ar condicionado
  • Caso esteja com olhos ou narinas secas, lave com soro fisiológico
Gestantes e lactantes

A desidratação e o calor extremo causam alterações fisiológicas na gestação, reduzindo o fluxo sanguíneo no útero e a chegada de oxigênio ao feto. Gestantes costumam apresentar maior temperatura corporal e menor pressão arterial, o que é agravado pelo calor intenso. Para quem está amamentando, é necessário beber mais água, já que o leite materno é 90% composto por água.

  • Hidrate-se com muita água e coma frutas, legumes e verduras em abundância
  • Preste atenção em sua pressão arterial, e siga tomando remédios de uso contínuo conforme foram prescritos
  • Se precisar sair, não esqueça do protetor solar
  • Utilize roupas frescas, mas que possam fornecer proteção, como boné, chapéu e óculos de sol
  • Mantenha os ambientes ventilados e arejados ou refrigerados com ar condicionado
Crianças

Bebês e crianças podem não comunicar sintomas como sede excessiva, diminuição da quantidade de urina, fadiga e irritabilidade. Por isso, é importante ficar ainda mais atento.

  • O leite materno, especialmente para bebês de 0 a 6 meses, deve ser oferecido sempre que o bebê quiser, e já é suficiente para hidratá-lo. Não é recomendado dar água e outras bebidas ou alimentos nesta idade.
  • Evite a exposição da criança ao sol nos dias de muito calor, especialmente das 10h às 16h. Caso seja necessário sair, proteja-o com chapéus e sombrinhas e evite enrolar os bebês em muitos panos.
  • Vários banhos ao dia podem ajudar a amenizar o calor, contanto que use sabão neutro.
  • Caso o bebê ou criança permaneçam por muito tempo no ar condicionado, fique atento ao ressecamento de suas vias respiratórias. Um umidificador ou balde com água no ambiente ameniza o problema. 
  • Sempre deixe o recém nascido vestido, com roupas de acordo com a temperatura local.
  • Troque a fralda sempre que estiver molhada e limpe a pele para evitar brotoejas e outras reações. O uso de lenços umedecidos não é indicado.
  • Não utilize óculos escuros ou loções bronzeadoras em recém nascidos. Lembre-se que sua pele é sensível. Utilize produtos próprios para crianças e siga as instruções do fabricante.
Portadores de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT)

Condições como hipertensão, diabetes, doenças cardiovasculares e respiratórias podem prejudicar a resposta do corpo ao calor, aumentando o risco de complicações como insolação ou agravamento das condições preexistentes.

É fundamental seguir a orientação médica ao tomar medicamentos de rotina, com atenção redobrada para as particularidades das doenças crônicas. Por exemplo, diabéticos devem ter cuidado ao ingerir sucos, enquanto hipertensos devem ser cautelosos em relação à ingestão de isotônicos. 

Como se proteger?

  • Hidrate-se com muita água e coma frutas, legumes e verduras em abundância.
  • O gelo também ajuda na hora de abaixar as temperaturas, principalmente se enrolado em panos e colocado em regiões de dobra, como atrás do pescoço, axilas e virilha.
  • Não deixe de tomar medicamentos de rotina. O calor pode prejudicar mais quem tem hipertensão, diabetes, insuficiência cardíaca e outras condições médicas preexistentes.
  • Grupos mais vulneráveis a sofrer com o calor e que devem ter cuidado redobrado incluem crianças, idosos, gestantes, trabalhadores ao ar livre e atletas.
  • Não esqueça do protetor solar e reaplique de acordo com orientações do fabricante.
  • Utilize roupas frescas, mas que possam fornecer proteção, como boné, chapéu e óculos de sol.
  • Evite praticar atividades físicas em horários de pico do calor.
  • Se possível, permaneça em locais ventilados. Cuidado com choques térmicos, que podem ser causados pelo frio do ar condicionado e o calor da rua.
  • Evite o consumo de bebidas alcoólicas, elas podem provocar a desidratação.

Os animais também precisam de cuidados:

  • Evite passeios entre 9h e 16h para evitar queimaduras nas patas do seu amigo e sempre confira a temperatura do solo – as patas dos animais são sensíveis e eles podem se queimar com facilidade. O chão não estará próprio se você encostar a mão e não aguentar o calor por 5 segundos.
  • Prefira passeios na grama ou na terra. 
  • Troque regularmente a água do seu pet – ela precisa estar sempre fresca. Não dê água quente aos bichinhos. 
  • Vai levar o bichinho na caixinha ou gaiola? Mantenha o objeto em espaços ventilados e com sombra. 
  • Não deixe as casinhas dos animais no sol.
  • Cuidado com correntes de metal – elas podem causar queimaduras.

Riscos do bronzeamento artificial

Apesar de proibidas pela Anvisa desde 2009, as câmaras de bronzeamento artificial continuam em operação de forma ilegal, sendo procuradas, especialmente no verão, por pessoas que desejam uma aparência bronzeada e a popular marquinha de fita. No entanto, é preciso ter cuidado, já que o uso pode trazer sérios riscos à saúde.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), essas câmaras aumentam em 75% a chance de uma pessoa desenvolver o câncer de pele”, alerta André Maranhão. Ele acrescenta que a exposição excessiva a raios UV, tanto naturais quanto artificiais, pode causar elastose solar, um envelhecimento precoce da pele, caracterizado por rugas intensas e danos à sua qualidade.

“Não se trata de questionar o tratamento com raios ultravioleta, sempre muito bem-vindos para fins medicinais, com acompanhamento de dermatologistas, no caso de vitiligo e outras alterações de pele. Ou mesmo tratamentos dentários específicos, acompanhados por odontólogos. São situações que nada têm a ver com fins estéticos de bronzeamento artificial. É importante que as pessoas estejam atentas a não procurar formas de embelezamento que podem fazer muito mal à sua saúde”, finaliza.

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