Opinião: Discurso de ódio não é opinião

Advertisement
Receba notícias no WhatsApp

Semana passada, escrevi um texto aqui no Diário do Rio, trazendo uma análise, opinião e forma como entendo a prisão do ex-presidente Lula. Logo, uma enxurrada de xingamentos, indignação, ódio tomou conta dos comentários e compartilhamentos da fanpage.

Parece que conseguiram tornar as pessoas rivais, torcedoras de direita e esquerda. Não há mais espaço ao contraditório, o respeito à liberdade expressão, opinião e de usar certas palavras. 

Quando participamos de algum órgão de imprensa escrita, falada e televisionada, a liberdade de opinião é um princípio fundamental para o jornalista escrever seu ponto de vista. É difícil por demais em algum texto, livro ou artigo, não exprimir um pouco de como pensa aquele que está escrevendo. 

Aqui no Diário do Rio por exemplo, encontramos um canal que apresenta de forma apaixonante prestação de serviços, cultura, lazer, curiosidades e redescobre junto com o leitor a capital e todo nosso estado do Rio.

Advertisement

Há um mútuo respeito entre a presidência, editores, colunistas e jornalistas. Todos possuem uma consciência ideológica e há um imenso respeito pela liberdade de escrita dos autores. Há divergência? Lógico! Elas devem existir e é salutar. Pessoalmente, acredito que as transformações do mundo e do nosso meio, são pela canhota. Mas, respeito o direito de discordar daquele que tem opinião.

Opinião é um conceito egocêntrico, uma vez que ele é pessoal da realidade empírica a que um sujeito é apresentado. O discurso de ódio é uma opinião, mas é uma opinião que denota desrespeito ou que diminui um outro sujeito, seja de forma direta, ou implícita. Você é livre para expor todas as suas opiniões, entretanto discursos de ódio comumente recaem em um infringimento de leis que visam tornar o respeito igualitário para todos. Todo discurso de ódio é uma opinião, mas nem toda opinião é um discurso de ódio.

Portanto, é assustador visitar alguns perfis daquele post e ver o quão formados são para suas opiniões e convicções com o sagrado: missas, cultos, adorações, Deus abençoe, pra cá e pra lá, mas não escondem seu ódio e desprezo, pela justiça social. Sempre utilizam o famoso “Deus que me perdoe” como forma de licença poética ao poderoso, para profanarem o ódio que consta em seus corações. Já na bio de seus perfis: “Servo do senhor”, “uma mulher abençoada”, “uma pessoa apaixonada pelo mundo” e assim vai.

O que aconteceu para as pessoas se odiarem tanto? Será que alguém consegue se sentir melhor depois de atacar outras pessoas nas redes sociais? Atacar colunista, um meio de comunicação, só por que apareceu em sua linha do tempo, algo que discorda? Agredir todos que surgirem pelo seu caminho não fará da sua vida mais feliz, muito pelo contrário, só afastará as pessoas cada vez mais. Respeitar a liberdade de imprensa, de opinião, de crítica e o direito de pensar diferente é fundamental.

Melhor do que isso, é contar com seu respeito! Assim, você não entra na lista dos ditos “tolerantes” que através da tela de um celular, mostram o que realmente são por dentro: completos intolerantes!


Advertisement
Receba notícias no WhatsApp
entrar grupo whatsapp Opinião: Discurso de ódio não é opinião
Cidadão Baixada. Filho, neto e bisneto de pernambucanos é caxiense, portelense, tricolor, professor de História e Jornalista. É pesquisador na área da pessoa com deficiência, voluntário do Lions Clube Xérem e no Pré-Vestibular Comunitário da Educafro.
Advertisement

5 COMENTÁRIOS

  1. Marroni, parabéns a você, pela “lição” de tolerância e cidadania, aos editores, pelas matérias positivas que vem apresentando sobre nossa cidade, e ao Diário do Rio por destoar da regra “liberdade de imprensa = opinião do dono do jornal”.

  2. Marroni Alves, adorei a matéria de Brizola e Beth Carvalho (apaixonada pelos dois). Gostei de muitas outras matérias suas e dos outros profissionais do Diário. Adoro receber o e-mail do Diário! Quanto a matérias com as quais não concordamos devemos ter o respeito de aceitar opiniões diversas. Xingamentos não são próprios de gente educada. Abraços e continue!

  3. Marroni, li o texto anterior e o achei muito consciente. Obrigada, Diário do Rio por permitir que textos assim sejam veiculados em um meio de comunicação sério.

    Falta às pessoas informação. Informação é fundamental para concordar ou discordar e, quando não há informação, há ignorância; onde há ignorância somada à intolerância, acontece isso que você acaba de escrever.

    Temo todos os dias pela minha vida em meio a muitas pessoas conhecidas, mas ao mesmo tempo desconhecidas, posto que, muitas vezes, só são capazes de dizer quem realmente são na persona da internet ou mesmo nas urnas. Choca-me!

    Falta respeito, tolerância, amor ao próximo. Falta tudo. #tocontigo

  4. Essas pessoas não deviam existir…
    Para quem acredita em Deus, a explicação é um bug do projeto Divino.
    E para quem não acredita, mas sim na evolução das espécies e na criação pelo acaso, trata-se de um erro genético, criaturas nascidas com predominância do código genético dos primeiros neandertais…

Comente

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui