Opinião: o que foi dito na reunião ministerial é muito pior que qualquer palavrão

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Reunião ministerial ocorrida no dia 22/04 - Foto: Reprodução/Internet

O vídeo da reunião ministerial liberado pelo STF com o testemunho do escolhido de ”Deus”, ignorante, pregador da violência, do ódio, que está no terceiro casamento e é presidente da República Jair Bolsonaro, o mito com asas de Ícaro e postura do Imperador Nero em meio ao caos, foi bem recepcionado pelos cristãos (católicos e evangélicos) e pregadores dos bons costumes e da moral. Muitos até esqueceram-se de Efésios 4:29. Com jeitão de ”Última Ceia”, tinha até ex-ministro que o Messias denominou Judas. O jornal ”O Globo” fez questão de contar: em duas horas de reunião foram 42 palavrões e ”o Escolhido” disse 34. O telejornal mais aguardado do dia, o Jornal Nacional, fez questão de frisar alguns e colocar o famoso ”pi”.

Quase duas horas de reunião, os 42 palavrões, hemorroidas e o show de horrores apresentado naquele encontro nada são perto do que foi realmente foi dito e precisa ser falado! Nada para melhorar o Brasil, como ajudar muito além dos R$ 600 os mais carentes, autônomos e micro empresários. A fala mais grave da reunião veio do Ministro da destruição do Meio Ambiente Ricardo Salles, que usou palavras de alto calão! Todo resto é Bolsonaro preocupado consigo mesmo e cheio de ódio. Preocupam-me, embora a falta explicita de compostura as ameaças de prisões, armar a população para iniciar uma guerra civil, atentado a democracia e a legislação ambiental.

Falta de humanidade e sintonia com a pandemia de corona vírus no país que é epicentro de contágio, mortes e subnotificação na América do Sul e no mundo. A falta de falas sobre a pandemia que deveria ser 95% do debate é assustador! O ex-ministro da Saúde Nelson Teich disse ”a desinformação e o medo vão atrapalhar qualquer volta da economia, mesmo o Brasil tendo ‘bons números’. Ninguém com medo irá voltar à atividade de forma comum”. Foi a única frase que prestou do vídeo. Mas reparem sua postura, olhar e comportamento. Percebeu com menos de 30 dias que foi usado como ”boi de piranha” pra cloroquina poder vir ao centro do debate e finalmente virar protocolo do Ministério da Saúde. Quase bom senso, se não tivesse no Lattes ”Ex-Ministro da Saúde do Brasil no governo Jair Bolsonaro”.

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Em ministro da Saúde, Nelson Teich, com olhar de certa perplexo – Foto: Reprodução/Internet

Voltando à repercussão do vídeo de desmoralização da instituição Presidência da República, nas redes sociais muitos comparando a reunião a uma conversa de botequim. É um insulto comparar aquilo a instituição botequim, bar ou a qualquer ”pé sujo” aqui de Caxias, onde moro. Nesses espaços tem bons boleros, chorinhos, roda de samba, rock, filosofia, alegria, amor e quando se debate qualquer assunto e principalmente política, é com seriedade. Mas nos bairros periféricos, nos prédios do Leblon e em cada canto deste país estavam aqueles que Bolsonaro sabe muito bem como atingir dizendo após ver o vídeo: ”Porra, esse é dos nossos!”, ”Nossa, olha ele xingando os governadores, o prefeito. Mito demais! Por isso votei nele”. Ou a imprensa começa a enxergar a realidade ou estará contribuindo para a continuidade de um projeto antidemocrático que toma conta do país. O povo não está ligando para a liturgia do cargo! Tanta coisa dita ali que poderia e deveria ser noticiada (eu assisti todo o vídeo), mas vai destacar o clichê do povo brasileiro, o palavrão…

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Bolsonaro já cometeu vários crimes, o primeiro ainda como um inútil deputado federal quando exaltou no plenário da Câmara dos Deputados a memória de Carlos Alberto Brilhante Ustra, o maior torturador da Ditadura-Civil Militar! E o que fizeram e ainda apenas fazem? Soltam notinhas de repúdio. Quando as instituições vão tomar a atitude necessária de interdição ou impeachment deste homem? A América do Sul já conheceu a excentricidade de um presidente parecido com Bolsonaro. Foi no Equador e chama-se Abdalá Bucaram (1996-1997). Para ficar igual, falta uma banda de rock e um de seus filhos marcar um churrasco no Alvorada para comemorar o primeiro milhão de reais.

A imprensa, a oposição e as instituições que defendem a democracia precisam parar de cair no jogo de Bolsonaro, assim como fez no caso dos exames: esperneia desesperadamente pra mídia pela não divulgação para supor coisas muito fora do que a gente já sabe é aí quando solta, ele chega e fala: ”Tá vendo? Não tem nada demais aí”. Mas isso não significa que não há nada de grave, afinal ele admitiu a intenção de interferência nos poderes.

Ou seja, alguma coisa precisa ser feita. Bolsonaro quer tornar o custo de removê-lo o mais alto possível. O vídeo ajuda com os 15% ou 20% de brasileiros que ainda lhe seguem. Mas e os outros brasileiros? Não é possível que pelo menos uma, apenas uma fala não seja vista como grave nesse vídeo? Portanto o vídeo aumenta a probabilidade de queda. Mas o dilema de quem pode derrubar é: quanto mais provável, maior o custo. Ninguém que pode quer bancar sozinho. Quanto aos palavrões pensem comigo: se tem cristão que vende feijão mágico, máscara invisível, vende água que cura Corona Vírus e que diz que a cura virá das igrejas, o palavrão é apenas a cereja do bolo.

Marroni Alves é historiador, professor e jornalista. Coordenador da Educafro em Duque de Caxias.

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Cidadão Baixada. Filho, neto e bisneto de pernambucanos é caxiense, portelense, tricolor, professor de História e Jornalista. É pesquisador na área da pessoa com deficiência, voluntário do Lions Clube Xérem e no Pré-Vestibular Comunitário da Educafro.
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16 COMENTÁRIOS

  1. Esse professor é esquerdista e amigo do André Ceciliano(PT), aquele que teve uma assessora que foi investigada pelo COAF por ter movimentado R$ 45 milhões num período de 6 anos.

    O Ceciliano deu até medalha na Alerj pro amigo professor. Dá uma olhada no perfil dele que fica claro a paixão pelo Luladrão, Frouxo e cia.

  2. Rapaz me interessei em ler seu comentário mas na terceira linha notei que era mais um que ia pelo mesmo caminho e na sexta linha desisti de vez, é tudo igual, o povo está mostrando quem está falando o q eles querem ouvir e vcs continuam com o mesmo canto da sereia, será que vcs comunistas ainda não notaram que o povo agora está enxergando e essas mentiras de vcs já não enganam mais

    • Não perca seu tempo com um boçal deste.
      Dá uma lida nas “qualificações” e/ou “formação” do “cidadão” e entenderá o motivo da militância.
      Descutir com essa gente é como jogar xadrez com pombos, derrubam todas as pedras, cagam no tabuleiro,mas ainda assim, enchem o peito e dizendo que venceram.

      Esquerdista sendo esquerdista, tudo normal.

  3. “…ignorante, pregador da violência, do ódio, que está no terceiro casamento e é presidente da República Jair Bolsonaro, o mito com asas de Ícaro e postura do Imperador Nero em meio ao caos…”.
    Chega a ser hilário ver um comentário deste e achar que quem o faz ainda merece algum respaldo ou que percamos nosso tempo lendo até o final.
    Mais um militante se passando por jornalista e age como uma besta vociferante denegrindo a profissão. Que declínio ler essa aberração de “texto”.

  4. O comentário é totalmente tendencioso, preconceituoso ( o autor tenta denegrir o Presidente até por este estar em seu terceiro casamento), cheio de sentimentos como inveja, despeito e absurdos. Deprimente! Típico de uma alma menor.

  5. Texto chinfrim, colunista “comunista”, amargurado pelos efeitos causados pelo vídeo: esperava que o Presidente cometeria crimes. O que vimos foi o porta voz do povo sofrido, tiranizado por governantes corruptos que o impede de trabalhar e prover seu sustento. Cria de nossas faculdades contaminadas de Paulo Freire.

    • É só vc ver o perfil da criatura que escreveu essa boçalidade (coisa típica de comunista), e perceberás o tipo de militante que se passa por jornalista.

  6. Deixa de ser retardado. O processo contra o Flávio foi arquivado em março e a reunião fio 22 de março,qual motivação ele teria pra interferir na PF do Rio de Janeiro?

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