Os bairros mais valorizados do Rio enfrentam a maior ameaça de erosão e perda de faixa de areia

Uma análise revela que, nos últimos anos, Ipanema e Leblon perderam aproximadamente 1,5 milhão de metros cúbicos de sedimentos

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Ipanema e Leblon são os mais ameaçados com o avanço do nível do mar

O metro quadrado mais caro do Rio está sendo engolido pelo mar. De acordo com um estudo da Folha de São Paulo, a orla carioca dos bairros de Ipanema e Leblon perdeu nos últimos anos cerca de 1,5 milhão de metros cúbicos de sedimentos. Para os cariocas, isso não é nenhuma novidade. Nos dias de ressaca, por exemplo, o trecho é o mais atingido. No Leblon, as ondas chegam a invadir o calçadão e, em casos mais graves, tomam as pistas da Delfim Moreira.

Copacabana perde faixa de areia

Copacabana também está presente nos estudos, enfrentando sérios problemas de erosão, especialmente nos postos 4 e 6, os mais próximos ao Forte e, justamente, o trecho com distância mais curta entre o calçadão e o mar. Nessa área, o planejamento de aterramento e alargamento da orla, realizados na década de 70, foi mais sutil, o que resultou em uma faixa de areia mais estreita, particularmente no posto 6.

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Faixa de areia no posto 6, em Copacabana

Desde 2019, o bairro tem sido monitorado por estudos realizados com imagens do Google Earth. Na época, imagens da plataforma foram usadas para embasar uma preocupação já crescente entre os moradores. Foram analisadas imagens de satélite de um período de 10 anos, e os resultados mostraram uma redução significativa na faixa de areia. Em 2009, a distância entre a orla e o mar, na altura da Princesa Isabel, era de 164 metros. Já em 2019, essa medição caiu para 109 metros, uma perda de 55 metros. Já na altura da Miguel Lemos, onde a faixa de areia sempre foi mais estreita, a distância passou de 41 metros para 27, uma diminuição de quase 50%.

Elevação do nível do mar na costa do Rio

Pesquisas recentes mostram que as ressacas mais fortes e o aumento do nível do mar, causados pelo aquecimento global, estão acontecendo de forma cada vez mais rápida e ameaçam tanto o município quanto os ecossistemas locais. A taxa de elevação do nível do mar tem sido mais rápida no Oceano Atlântico Sul, que banha a costa do Rio. A ONU, inclusive, já alertou para o aumento do nível do mar em Atafona, no extremo Norte Fluminense e na própria cidade do Rio, com previsões de que o nível da água pode subir entre 12 cm e 21 cm até 2050.

A Prefeitura do Rio chegou a criar, em agosto do ano passado, um comitê para estudar o aumento do nível do mar e buscar soluções para proteger a cidade. No entanto, ambientalistas afirmam que é preciso ir além e garantir a proteção dos ecossistemas naturais e a recuperação de áreas que foram degradadas. A Secretaria de Estado do Ambiente também reconhece que a emergência climática é uma realidade e está trabalhando em um projeto para lidar com as mudanças. O Programa Rio Clima está sendo desenvolvido para fornecer dados atualizados sobre os impactos do clima no estado e para traçar metas para reduzir os efeitos do aquecimento global.

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1 COMENTÁRIO

  1. Realmente. O que me toca nesses 74 anos de Praia de Copacabana, vejo com grande temeridade o que pode acontecer daqui há poucos anos entre os Postos 4, 5 e 6. Os moradores terão que conviver, que em vez de sair de carros em suas garagens com às lanchas, canoas e jetsky. Só fico em dúvida onde ficarão os ambulantes de praia, quiosques e as redes desportivos.

    A propósito, alguém sabe o que é feito do MIS ou do Museu da Carmem Miranda na Av. Atlântica que já levou anos de construção, e nada de inaugurar. Pelo que sei, tentaram construir duas garagens subterrâneas para mais de centenas de carros, e para isso escoaram por vários meses toda água do lençol freático. Um espanto!

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