Os problemas com a interdição do Engenhão

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EngenhãoApesar de acreditar que o Engenhão teve lá os seus erros, é de convir que a coincidência do momento de interdição é de uma coincidência de repetir a frase de Jeferson Haas: “Não existem coincidências, apenas desculpas para dar motivo a acontecimentos inesperados em nosso percurso”.

A ex-vereadora pelo PV e Procuradora do Município, Sonia Rabello, chama inclusive a atenção para a ilegalidade do laudo que interditou o Engenhão:

 

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“Laudo pericial sobre segurança estrutural é serviço de Engenharia.  O laudo aceito pela prefeitura do Rio é de uma empresa alemã.

É necessário contratar estrangeiros para ver que a estrutura está podre? Esta empresa tem registro no CREA-RJ para exercer a Engenharia no Brasil? Ela fez Anotação de Responsabilidade Técnica – ART para o laudo pericial ?

A Lei 5.194/66 proíbe a contratação de serviços de Engenharia produzidos por pessoas não registradas no Brasil:

`Art. 6- Exerce ilegalmente a profissão de engenheiro ou engenheiro-agrônomo:

Vale ressaltar que outras figuras como o engenheiro calculista Flavio D´Alambert, uma das principais figura do Brasil na área, disse ao Jornal Nacional que o Engenhão é um local seguro.

O Caos Carioca, inclusive, fez um post sobre os dois pesos e duas medidas usadas pelo prefeito Eduardo Paes para interditar o Engenhão mas manter liberado o Elevado do Joá que está em uma situação perigosíssima. Vale ler.

Já o vereador Cesar Maia (DEM), em cujo mandato como prefeito foi construído o Engenhão, falou hoje em sua newsletter chamada ex-blog sobre o “Estranho Caso” da licitação. Sei que muitos leitores do Diário do Rio não compartilham da minha opinião sobre Cesar Maia mas o texto deve ser lido para entender como a atual prefeitura administra.

O “ESTRANHO CASO” DA LICITAÇÃO DA CONCESSÃO DO MARACANÃ E INTERDIÇÃO DO ENGENHÃO!

1. A cada hora que passa fica mais clara a conexão entre a interdição do Engenhão e a licitação do Maracanã. Ambas ocorrem no mesmo período. Dias atrás o Flamengo e o Fluminense assinaram contrato de utilização do Engenhão por 2 anos. Dias antes foi divulgado o estudo de viabilidade do Maracanã com gestão privada,que sublinhava a necessidade de que dois grandes times, (Flamengo e Fluminense), fizessem parte do projeto com uso exclusivo –por eles- do Maracanã. O Flamengo tem um campo de treinamento na Gávea. O problema seria o Fluminense. Mas rapidamente –uns 10 dias atrás- a prefeitura do Rio doou 5 milhões de reais para seu novo centro de treinamento.

2. Surpreendentemente –antes mesmo de conhecer o relatório, como disse na TV- o prefeito do Rio, determinou a interdição do Engenhão. Os vazamentos oficiosos produziram um noticiário distorcido na imprensa: risco de desabamento, erros de projeto, participação da Delta, e por aí foi.O caso da Delta tornou-se ridículo pois a Odebretch, que construiu a cobertura do Engenhão, (com a OAS), se associou anos depois a Delta, para ganhar e fazer as obras bilionárias de reforma e cobertura do Maracanã.

3. Já na quarta-feira,(27), no final da tarde, menos de 24 horas do anuncio, se passou a saber que se trata de debate técnico entre os calculistas sobre pontos de resistência ao vento em altas velocidades. E se soube mais : essa questão foi levantada em 2010, e a conclusão é que mesmo no caso de reforço no ponto indicado, isso não exigiria interditar.

4. O Jornal Nacional, (27), entrevistou o engenheiro calculista Flavio D’Alambert –top nacional em cálculo de estruturas metálicas- e ele disse que tem a mesma certeza que o “Engenhão é um local seguro para jogos esportivos”. E que levaria sua família sem susto ou risco. Ele é também responsável pelas estruturas metálicas dos estádios de Brasilia e Cuiabá em construção.

5. Curiosamente –digamos- o novo estudo foi pedido pela Odebretch que constrói o novo Maracanã, a empresa alemã Schlaich Bergerman und Partner (SBP), que, aliás, também é responsável pela cobertura do Maracanã. Essa fez um laudo que informa ser ideal um reforço no tal ponto que estaria um detalhe além do calculado, de forma a se ter garantias plenas para resistir a ventos com velocidade superior a 115 kms por hora.

6. Como já havia sido dito e escrito em 2010,( 9/11,Dia), mesmo que houvesse a necessidade de reforço esse poderia ser feito isolando um trecho, colocando suportes, e fazendo os ajustes com calma. No máximo bloquearia 10 mil lugares. O que aliás nada mudaria pelo público de futebol hoje no Brasil. Essa possibilidade foi repetida agora: não precisa interditar.

7. Bem, serviço feito para “fortalecer” o edital de concessão e os futuros e pré-conhecidos concessionários. E um dano de imagem para os JJOO-2016, por ser o Engenhão um estádio de atletismo, modalidade-eixo,desde sempre, das Olimpíadas. O COI mandou um recado: não gostou do que leu.

8. (Lance-30)  Dupla de empreiteiras responsável pela construção da cobertura do Engenhão  a OAS e a Odebrecht estão de olho aberto na licitação que definirá o futuro grupo gestor do Maracanã.   Das 19 visitas técnicas de grupos interessados no estádio, sete fazem parte de uma das duas gigantes da construção. A lista é composta por Construtora OAS S.A, OAS Arenas S.A, OAS S.A, Construtora Norberto Odebrecht S.A, Odebrecht Properties Entretenimento S.A, Construtora Norberto Odebrecht Brasil S.A e Odebrecht Participações e Investimentos S.A. A OAS está por detalhes para fechar uma parceria com a francesa Lagardère, grupo de mídia com holding voltada à indústria esportiva, enquanto a Odebrecht e a IMX, do bilionário Eike Batista, costuram uma parceria para gerir o complexo esportivo.

9. Canal 51, Discovery em 31/03/2013. Documentário sobre a cobertura do Engenhão.  Os Engenheiros do Consorcio construtor Flavio Cesaris e Sancho Montaldon, disseram claramente que após o descimbramento os arcos se comportaram de acordo com o projeto e dentro do previsto.

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