Paes garante fim de ano com R$ 7 bilhões em caixa, mas afirma: ‘longe do ideal’

Prefeito fez balanço do seu primeiro ano de gestão prometendo uma série de ações, como a volta do Programa Asfalto Liso, o fim da fila do Sisreg em 18 meses e a possibilidade de encampar a Linha Amarela

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Eduardo Paes, prefeito do Rio - Foto: Reprodução/Internet

Em seu primeiro ano de gestão após ser novamente eleito, o prefeito Eduardo Paes citou avanços da administração pública no combate a pandemia, destacou o saldo de R$ 7 bilhões em caixa da Prefeitura e reconheceu que mais coisas ainda podem ser feitas para melhorar a vida dos cariocas. Em entrevista ao Jornal Extra, Paes ainda projetou uma série de ações, como a retomada do Programa Asfalto Liso, o projeto para zerar em 18 meses a fila do Sisreg e a possibilidade de encampar a Linha Amarela para evitar reajuste de tarifa.

Abaixo, você confere os principais trechos da sabatina:

Avaliação do primeiro ano da nova gestão

Teve uma coisa meio óbvia de controle da pandemia, de trabalhar principalmente voltado para a vacinação e para evitar mortes. Houve também uma necessidade óbvia, que era a de organizar as contas da prefeitura. Recebemos duas folhas de salário para pagar em 2021, além das 13 já previstas. E uma cidade que há quatro anos não apresentava equilíbrio nas suas contas. Houve ainda uma outra missão, que era de retomar e qualificar a prestação de serviços da prefeitura. Acho que a gente ainda está longe do ideal. Mas foi um esforço permanente ao longo deste ano. Então, naquilo que a gente se propôs, que foi controlar a epidemia, equilibrar as contas e melhorar a prestação de alguns serviços, acho que conseguimos avançar bastante”.

Contas da Prefeitura em 2021

Em relação às contas, pegamos restos a pagar em torno de R$ 6 bilhões. Em seis meses, equacionamos o deficit. Voltamos as contas para o azul. Já em julho, fechamos com R$ 4 bilhões em caixa. Vamos fechar 2021 com R$ 7 bilhões, R$ 7,5 bilhões em caixa. Cumprimos com nossas obrigações, pagamos as folhas e, hoje, temos uma situação financeira confortável. Metade do caixa é dinheiro da concessão da Cedae. Mas a gente inicia o

Dívidas da Prefeitura com fornecedores

Temos ainda a dívida do município com fornecedores, que faremos parcelamento. Com o servidor, temos um residuozinho para o ano que vem (da gestão passada). As contas da prefeitura estão no azul. A razão de ser do equilíbrio fiscal foi uma série de medidas que tomamos: a alienação de imóveis, o plano da recuperação da Previdência do servidor, a reforma tributária, o novo regime fiscal aprovado, a gestão de caixa adequada. Fizemos isso sem aumentar imposto. Ao contrário, anunciamos, agora no fim do ano, uma redução de IPTU para cerca de 60 mil imóveis (nas Zonas Norte e Oeste).

Conservação da cidade

Admito que estamos muito aquém do que é desejado. Não estou satisfeito ainda com a qualidade da prestação de serviço temos hoje. Mas se olharem as paredes brancas de túneis, vão ver que estão voltando a ser recuperadas. Fizemos o Luz Maravilha, tapamos muito buracos. Houve um trabalho de manutenção da cidade, que é algo que, a partir do ano que, vai acontecer com mais força. Em relação ao cuidado com a cidade, voltamos com o reordenamento do espaço público, com dificuldade porque há ainda muita gente desempregada. O Ambulante em Harmonia foi implantado em Taquara, Ilha do Governador, Bonsucesso, Méier. Estamos atuando também em áreas do Centro, começando por parte da Avenida Rio Branco. Olhando para o futuro, para o orçamento de 2022, vamos retomar o padrão alto de investimento. A Saúde tem um volume de recursos enorme, a Conservação está quase triplicando o seu orçamento, a Comlurb aumentando o orçamento de forma significativa. A gente tem uma musculatura muito maior.

Volta do Programa Asfalto Liso

O Asfalto Liso volta com toda a força ano que vem. Serão R$ 600 milhões. Já licitamos AP1 (Centro e adjacências) e AP2 (Zona Sul, Tijuca e adjacências). Esta na rua a licitação das outras áreas. O serviço de conservação da cidade ainda está muito aquém, mas é porque a gente tem um orçamento muito modesto ainda para o grau de abandono que encontramos a cidade.

Manutenção de Praças e Parques

A Fundação Parques e Jardins e a Comlurb vão anunciar uma série de iniciativas para a manutenção de praças e parques. São licitações que estão na rua. É banho de loja. Você pinta os Arcos da Lapa, ajeita os campos de futebol no Aterro do Flamengo, recupera a Quinta da Boa Vista. Vamos ter ainda uma fábrica de praças (contratos de revitalização de praças, contando com polo em Bangu, para a recuperação de brinquedos, bancos e outros equipamentos).

Saúde

Acabamos concentrando muitos esforços na pandemia. Então, não houve uma plena recuperação da rede de atenção básica e dos hospitais. Estou botando mais R$ 2,5 bilhões na Saúde ano que vem. Vamos zerar a fila do Sisreg (Sistema de Regulação) em 18 meses, a partir de janeiro. Aí, passamos a ter de novo um atendimento, que será mantido num grau aceitável.

Fim da fila do Sisreg

Vamos lançar um grande centro de especialidades na região de Benfica. Estamos comprando um prédio ali. Nele vai haver um hospital do olho e outras grandes especialidades. E a gente vai contratar muita coisa no privado. Essa fila do Sisreg é uma das maiores vergonhas do Rio. Infelizmente, não deu para avançar este ano por causa da pandemia e também por causa de recursos.

Situação do transporte público e bilhetagem digital

Conseguimos avançar nos transportes, mas será um processo mais lento. Gostaria de ter terminado tudo este ano. Mas, desde o início digo, que é impossível terminar em um ano. Também não é simples terminar em dois. Fizemos a intervenção no BRT. Dia 24, entregaremos a última estação fechada: a 46ª. Iniciamos o processo licitatório da mudança de modelagem do sistema de transportes. Infelizmente, a licitação da bilhetagem não foi bem sucedida. Estamos botando na rua a contratação de 600 BRTs novos, e, depois, a nova concessão do sistema de BRT. Retomamos as obras do Transbrasil e passamos a fazer um monitoramento de forma mais inteligente do transporte público, usando GPS.

A minha ideia é manter o processo licitatório. É uma licitação totalmente inovadora no Brasil. Quero acreditar que não tem jogo ali, com a Riocard (operadora dos cartões, ligada à Fetranspor), por exemplo. O que a gente precisa fazer é uma nova rodada de conversas com os privados, com os atores que possam participar de uma licitação dessas. A secretária (de Transportes, Maína Celidonio) vai verificar o que eles entendem como ruim. Ouvi empresas estrangeiras dizerem que o prazo era muito curto para constituir proposta, conseguir os documentos, as garantias. Pode ser que a gente tenha que dar mais prazo.

Por que o problema dos transportes é o mais desafiador? Não é uma questão só de dinheiro. Você tem questões habitacional e institucional e há um desequilíbrio no sistema. Mesmo que as empresas de ônibus presentes aqui fossem a Madre Teresa de Calcutá, há um desequilíbrio. Você tem uma diminuição brutal do número de passageiros, o congelamento da tarifa, o aumento do óleo diesel, o aumento de salário dos funcionários. Escolhemos começar a solução do novo modelo pelo BRT. No BRT, vamos pagar por quilômetro rodado, vamos passar a subsidiar. É uma nova experiência.

Transbrasil

Terminamos ano que vem. Segurei um pouco a conclusão do Transbrasil, por mais louco que isso possa parecer, para avançarmos com o Terminal Gentileza, em frente à Rodoviária, onde vai haver a integração com o VLT.

Linha Amarela e possibilidade do aumento da tarifa por decisão judicial

Se for essa a decisão final, vou encampar a Linha Amarela, com a diferença que vou fazer o pagamento devido à Lamsa. A gente quer respeitar contratos. Encampo, pago e licito no dia seguinte. É inaceitável aumentar o pedágio da Linha Amarela. Pelas nossas contas, a tarifa atual mantém a Linha Amarela, inclusive com a taxa de retorno.

O que faltou em 2021?

Não ter as clínicas da família funcionando adequadamente, os hospitais do jeito que eu deixei em 2016, é uma angústia diária. Eu gostaria de ter resolvido também a questão dos transportes. Ter o sistema de transporte no estado em que se encontra hoje é uma angústia diária. São as duas áreas. Manter a cidade limpa, asfaltada, me incomoda. Mas se me perguntar o que mais me angustia é resolver o problema dos transportes e da saúde. Tem ainda a questão do desemprego. Estou pedindo a todas as secretarias. É preciso ter muito foco no emprego. A gente tem um problema de pobreza, de miséria, de desemprego.

Ocupação irregular

Voltamos a agir de maneira muito forte contra a ocupação irregular. Foi algo que eu sempre fiz e me atacavam. Agora, grileiros são chamados de milícia e ninguém da esquerda reclama mais. Nessas operações de ocupação desordenada do uso do solo, há o efeito pedagógico, contamos com o apoio da PM e da Polícia Civil e temos uma força tarefa com o Ministério Público. Quase diariamente há uma operação da prefeitura demolindo alguma coisa. Mas foi muito tempo de desmando. Mudar essa cultura leva um tempo. Mas tenho certeza que as pessoas hoje, ao iniciar um empreendimento, pensam duas vezes. O IPP (Instituto Pereira Passos) faz hoje levantamento aerofotogramétrico, usa a tecnologia. Esses levantamentos somados a ações efetivas permitem um melhor controle e evitam o avanço das comunidades.

Lixo Zero

O Lixo Zero continua, não acabou. Mas a gente vive um processo de degradação do espaço público na cidade muito grande: excesso de população de rua, comércio ambulante totalmente desorganizado. Então, essa herança leva um tempo para a gente recuperar.

Secretaria especial para a população de rua

Estou estudando essa possibilidade. É você ter foco na população de rua. Mas não decidi ainda. A Assistência Social pode fazer isso. Mas eu quero um secretário focado só nisso. Era um problema grande que virou um problemaço. A gente tem que dar alternativa para as pessoas, mas é preciso organizar minimamente isso também. Não dá para as pessoas ficarem com barracas acampadas no Centro da cidade.

Número elevado de ambulantes

A gente vive uma crise de emprego, um problema social profundo. Não tem como fazer choque de ordem, sair arrancando. O processo vai ser mais lento Já resolvemos em áreas como Taquara e Méier, que eram complexas. Estamos fazendo com diálogo, com um olhar mais carinhoso. Desenvolvemos o programa Ambulante em Harmonia, dando licença, organizando. Só que essa necessidade não pode significar uma esculhambação completa. Não precisa ser zoneado para ter ambulante.

ELEIÇÕES 2022

Apoio a candidatura de Felipe Santa Cruz (PSD) ao Governo do RJ

Vou falar até o último dia: o meu candidato é Felipe Santa Cruz, a não ser que ele não queira. Ele é o melhor nome para disputar o governo do estado. A gente tem um problema grave no estado que tem a ver com a segurança pública, que é a grande deseconomia externa do Rio de Janeiro. Precisamos colocar alguém ali que tenha uma coluna ereta, capacidade de articulação com o Ministério Público e o Poder Judiciário para enfrentar os desafios enormes da segurança pública, Não há ninguém melhor que o ex-presidente da OAB Nacional para tal.

Eventual desgaste com o Governador Claudio Castro

Comigo a relação nunca desandou. O Cláudio é um político responsável, correto e maduro. E eu sou um político responsável, correto e maduro. Jamais usarei minha posição de prefeito para fazer oposição a ele. Ao contrário. Dialogo muito bem, tenho carinho por ele e respeito. E terei até o fim da eleição

Presidente Jair Bolsonaro

(pausa) Eu não acho que o presidente Bolsonaro seja um presidente que estabeleça relações institucionais com os demais níveis do governo. Não consegue diferenciar a atividade política eleitoral e partidária do convívio administrativo e institucional. E não é só comigo. Desde o início do ano não nos falamos, quando o encontrei em um evento. Acho que não é um privilégio meu. Ou o sujeito é um aliado dele, bate palma e continência para tudo que diz ou não dialoga. Isso eu acho um absurdo. Cláudio Castro não é assim. Sabe diferenciar o que é disputa eleitoral. O governo federal do presidente não é federativo. Não existe diálogo entre estados e municípios. Há coisas que ele tem que cumprir mesmo. Como mandar vacinas e fazer os repasses constitucionais. Não é algo que faça com prazer, é obrigado. Mas eu não tenho também qualquer gesto de hostilidade.

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6 COMENTÁRIOS

  1. 7 bilhoes em caixa com.os semaforos das ruas na Zona Norte todos apagados. Funcionaeios da Prefeitura em casa de home office. Assim fica facil arrecadar IPTU. Quero saber se o senhor vai isentar IPTU do setor de bares e restaurantes que a Prefeitura destruiu na pandemia. Fez gato e sapato, mandou fechar e ponto final. Os lojistas no Centro da Cidade a maioria fechou. Enquanto isso o apetite do Prefeito em fazer caixa não para, cobrou IPTU mesmo mandando os bares e restaurantes fecharem. Nervosinho da Odebrecht, larga a prefeitura e vai prps EUA que é sua praia.

  2. Tem muitas dívidas ainda não pagas, fora a não conservação de diversos praças e seus respectivos brinquedos. A nave do conhecimento em frente ao Engenhão, que seria reaberta no início do segundo semestre, está fechada.

    É muita conversa para 2022 ano eleitoral. A conta vai chegar pro amigo do 9 dedos.

  3. Pra um pilantra como ele é,quando mais dinheiro melhor!
    Pois,assim ele continua colocando em prática o que aprendeu com o Luladrão!
    A velha tática de “dar com uma mão e tirar com a outra!”

  4. Só em dívidas com o VLT são 300 MM e com a Porto Novo são outras dezenas de milhões. Não fosse o dinheiro da CEDAE, estaria com o pires na mão: no fim, azar que o Crivella teve em não ser prefeito quando este dinheiro pingou – senão seria ele a dizer que “tá com dinheiro em caixa”. Não foi mérito do Paes Palho.

    A falta de honra na condução do governo é notória: não se respeita contratos. Se respeitasse, pagá-los-iam sem enrolar impondo parcelamentos goela abaixo com descontos.

    A exigência maluca de passaportes sanitários que de nada servem é a face autoritária do Paes Palho. Isso é outra coisa que minou-lhe para sempre.

    O esquecimento das zonas norte e oeste então, nem se fala.

    Dação de dinheiro pra carnavalesco enquanto várias outras necessidades estão em aberto, bem mais antigas, mostra a prioridade do Paes Palho: alegrar a plateia pondo o carioca pra sambar… e quem tá sambando é o povo, como sempre.

    E com o avanço de investigação das coisas havidas no tempo do Sergio Cabral, olimpíadas e pandemia, muito provavelmente o Nilton Caldeira virá aí.

  5. Desculpe prefeito, você esqueceu de mencionar a zona Oeste que você esquece que existe. Eu não fala da Barra da Tijuca não, eu falo a outra zona Oeste esquecida: Campo Grande, Santa Cruz, Sepetiba. O transporte continua uma porcaria e você mais uma não vai dar jeito sabe porque? Você não administra nada, você só tem olhos para zona Sul, você é uma porcaria de administrador que esteve com Sergio Cabral aquele ladrão, você fala do Presidente, mas o que foi o fiasco dos jogos Olímpicos de 2016, que transporte lixo, de primeira parecia que ia deslanchar e agora aonde está esse transporte. Aqui em São Paulo, o governo que aqui está é uma bosta, mas o transporte eu não tenho o que reclamar:ônibus, metrô, trem, todos andam em sitônia.
    No Rio: metrô, para onde, algum bairros da zona Sul e só, Barcas, poderia ir para mais lugares, Trem, ainda vai, faz o seu papel, mas pode ficar melhor e ir para mais lugares. Esqueci de mencionar que o metrô agora vai ser administrado pelos Árabes, quem sabe venha mais projetos por ai. O governo Federal está investindo em ferrovias coisa que o Rio deveria está aproveitando. Abra os olhos prefeito.

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