A partir do dia 31 de outubro de 2024, o Projeto Maravilha transformará o Parque Bondinho Pão de Açúcar em um espaço de arte contemporânea ao ar livre, com a inauguração do Bosque das Artes, uma nova área expositiva na cidade do Rio de Janeiro. Idealizado por Fabio Szwarcwald, o projeto comissiona grandes nomes da arte brasileira para criar obras inéditas que promovem um diálogo entre a arte e a natureza. A primeira edição do evento contará com o renomado artista Carlos Vergara, que celebra 60 anos de carreira.

O projeto, viabilizado pela Lei de Incentivo à Cultura, é patrocinado pela China National Petroleum Corporation (CNPC), com apoio do Parque Bondinho Pão de Açúcar. A curadoria é assinada por Ulisses Carrilho, que destaca o objetivo de utilizar a arte como ferramenta para promover uma conscientização crítica sobre a riqueza natural do Rio de Janeiro e da Mata Atlântica.

“Queremos proporcionar uma vivência da arte contemporânea que amplie a contemplação da paisagem e a riqueza do ecossistema”, afirma Szwarcwald, destacando que a exposição também incluirá ferramentas digitais interativas para enriquecer a experiência dos visitantes.

Esculturas de Carlos Vergara: diálogos entre arte e natureza

O destaque da exposição inaugural são três esculturas de grande escala, criadas por Carlos Vergara e instaladas na zona de preservação socioambiental do parque, a 360 metros de altura. O trabalho de Vergara, que investiga a cultura e a paisagem brasileiras, está profundamente alinhado à proposta do projeto.

“A arte enriquece o olhar, tornando-o mais profundo. Ver vai além de simplesmente enxergar”, reflete Vergara, que convida o público a ajustar seu olhar e descobrir a interseção entre a arte e o ambiente ao redor. As obras – Parênteses, A Idade da Pedra e Pauta Musical – são produzidas em aço corten, um material que ganha uma estética singular ao interagir com o tempo e o ambiente.

Segundo o curador Carrilho, o aço corten utilizado nas esculturas tem não apenas um valor estético, mas também uma dimensão poética e política, “criando um contraste singular com o ambiente ao redor e despertando reflexões sobre ciclos e mutações.”

Entre as esculturas, Parênteses se destaca por sua interação com a paisagem do Rio de Janeiro. A peça convida o visitante a “colocar a cidade entre parênteses”, criando diferentes enquadramentos do horizonte e permitindo que o observador estabeleça um diálogo íntimo e visual com o entorno.

Conexão com o meio ambiente

Além das obras de Vergara, o Projeto Maravilha busca sensibilizar os visitantes para questões ecológicas e de sustentabilidade. O “Percurso Tiê-Sangue”, inspirado em uma das aves mais icônicas da Mata Atlântica, proporciona uma experiência digital e educativa. Através de interações via WhatsApp e um chatbot de Inteligência Artificial, o público poderá aprender sobre a biodiversidade local e a importância da preservação ambiental, acumulando pontos e recebendo recompensas como NFTs.

“Essa ferramenta convida o visitante a refletir sobre uma sociedade mais igualitária e comprometida com outras formas de vida”, explica Carrilho.

O programa educativo também contempla atividades analógicas, como oficinas e jornadas sensoriais, além de envolver parceiros locais, como escolas municipais e universidades, com o objetivo de impactar 10.000 estudantes em um ano e fortalecer os laços comunitários por meio de iniciativas de acessibilidade e inclusão social.

“O Parque Bondinho Pão de Açúcar acredita que turismo e cultura podem – e devem – andar de mãos dadas. A criação do Bosque das Artes é mais um projeto que entrega experiências inesquecíveis e que seguirá contando com investimentos,” destaca Sandro Fernandes, CEO do Grupo Iter, que administra o parque.

Serviço:

Projeto Maravilha: Carlos Vergara
Abertura: 31 de outubro de 2024
Local: Bosque das Artes, Parque Bondinho Pão de Açúcar
Endereço: Av. Pasteur, 520 – Urca, Rio de Janeiro
Visitação: Diariamente, das 9h às 17h
Website: www.projetomaravilha.com.br
Instagram: @projetomaravilha_

Na próxima sexta-feira (27/09), na estreia do projeto Espirais Transfluentes, os espetáculos ‘Cabeça de Nego’ e ‘Noite do Sorriso Negro‘ se unem em uma celebração ao corpo negro brincante e suas potências. Com apresentações que combinam teatro, música, reflexão e festa, o evento acontece até dia 29 de setembro, no Ylê Asé Egi Omim, estrada Joaquim Mamede, 45 – coração de Santa Teresa, na zona Sul do Rio de Janeiro.

Em celebração ao Dia de São Cosme e São Damião, junto com as oficinas, haverá distribuição de doces e guloseimas para crianças. A iniciativa surge com o objetivo de unir arte e ancestralidade, trazendo à cena duas obras que já são referências na análise sobre o corpo negro e sua expressão festiva e brincante. Cabeça de Nego e Noite do Sorriso Negro são brinquedos cênicos que, juntos, celebram a alegria e o riso, ao mesmo tempo em que provoca reflexões sobre as muitas formas de ser e existir.

“Espirais Transfluentes surge da necessidade de aprofundar meus estudos sobre o riso, a corporeidade negra brincante, ativar as diversas conexões que a arte do palhaço me permitiu performar ao longo de 38 anos de atuação nas cenas variadas da sociedade brasileira. Assim, a partir do PROGRAMA FUNARTE RETOMADA 2023 – CIRCO, propus a renovação dos espetáculos “Cabeça de Nego” e “Noite do Sorriso Negro”. Nesta oportunidade, a arte, como uma das camadas da vida, está em diálogo com múltiplas linguagens, modos de pensar, produzir encantamentos e feitiços. Vamos abrir o picadeiro-terreiro do Escritório da Mata para a grande família afetiva, se achegar com seus fazeres ligados às artes, outras economias, educação, meio ambiente, agroecologia e muita festa”, reflete o criador e artista João Carlos Artigo.

O espetáculo ‘Cabeça de Nego’ é uma performance solo que já se apresentou em seis países e em diversos estados brasileiros, explorando temas relacionados à palhaçaria e à ancestralidade. A apresentação fica a cargo de João Carlos Artigos, sob supervisão de Vilma Melo, com dramaturgia assinada por João Carlos Artigos e Sérgio Machado.

Por sua vez, ‘Noite do Sorriso Negro’ é uma atração de variedades que integra música, teatro e poesia. Nele, os corpos se cruzam em cena, proporcionando uma experiência sensível e única ao público. A direção é de João Carlos Artigos, com um elenco que conta com Fabio Freitas, Fernanda Dias, Hugo Germano e Verônica Pereira Gomes, além da participação especial da multiartista JuJuliete.

Rodas de conversa, ações formativas e oficinas

Mais do que apresentações, o evento promove ações formativas que buscam fortalecer saberes e práticas afro-brasileiras. A Escola de Artes Práticas, iniciativa do Centro de Tradições Afro-Brasileiras Ylê Asè Egi Omim, inicia suas atividades na próxima sexta-feira, oferecendo oficinas voltadas para crianças e jovens. Entre as atividades, destacam-se a oficina de circo com Maria Angélica Gomes, a construção de máscaras com Rona e a contação de histórias “Heroínas Negras da História Não Contada no Brasil”, com Mirela.

A programação também inclui a Jornada da Mata, que acontece no dia 28 de setembro. Essa atividade imersiva explora práticas sustentáveis e outras economias, abordando temas como plantio orgânico, alimentação consciente, espiritualidade e autocuidado. A jornada contará com a participação de Luísa e da Rede Muda, que trarão reflexões sobre alternativas econômicas.

Espirais Transfluentes também propõe a ação Artes Práticas, que reúne vivências criativas em artes urbanas, como circo, grafite e hip-hop, e práticas ambientais, incluindo plantio orgânico, compostagem e manejo de áreas. O candomblé, o circo e as artes urbanas se conectam por serem culturas familiares e circulares, valorizando o bem-estar físico e entendendo o corpo como um canal para processos de aprendizagem oral e promoção da saúde. Além disso, tanto o candomblé quanto essas formas artísticas estão enraizados na sabedoria dos mais velhos, buscando preservar a identidade e a ancestralidade dos povos de matriz africana e originária do Brasil.

Para fechar com chave de ouro, o evento promove o Ajeum de Ideias no dia 29/09, uma roda de conversa que reúne os professores Uã Flor do Nascimento e Luiz Ruffino. O tema central será “Corpo negro brincante e outros feitiços como fluxo de sabedorias”, abordando as múltiplas dimensões do corpo negro na cultura e na arte, e suas conexões com saberes ancestrais.

PROGRAMAÇÃO:

Sexta feira, 27/09

• 14h: Escola de Artes Práticas – Oficinas de circo, máscaras e contação de histórias
• 19h: Espetáculos Cabeça de Nego e Noite do sorriso Negro

Sábado, 28/09

• 14h: Jornada da Mata – Experiência imersiva sobre outras economias
• 19h: Espetáculos Cabeça de Nego e Noite do sorriso Negro

Domingo, 29/09

• 14h: Ajeum de Ideias – Roda de conversa com professores
• 19h: Espetáculos Cabeça de Nego e Noite do sorriso Negro

O evento ocorrerá no Ylê Asé Egi Omim, localizado na Estrada Joaquim Mamede, 45, em Santa Teresa, Rio de Janeiro. A entrada é gratuita, e os artistas convidam o público a fazer uma contribuição consciente.