Palácio Gustavo Capanema será reaberto ao público após restauração de R$ 84 milhões

Após restauração de R$ 84,3 milhões com recursos do Novo PAC, o Palácio Gustavo Capanema, no Rio, será reaberto ao público em 20 de maio como centro cultural e sede de instituições vinculadas ao Ministério da Cultura.

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Palácio Gustavo Capanema - Rio de Janeiro - Brasil - Foto: Alexandre Macieira | Riotur

O Ministério da Cultura (MinC) e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) apresentaram, nesta terça-feira (6), os detalhes da restauração do Palácio Gustavo Capanema, no Centro do Rio de Janeiro. Ícone da arquitetura modernista brasileira, o edifício será reinaugurado no próximo dia 20 de maio, após obras de conservação e modernização conduzidas pelo Iphan no âmbito do Novo PAC, com investimento total de R$ 84,3 milhões.

Iniciadas em 2019, as intervenções incluíram a modernização das redes elétrica, hidráulica e sanitária, além da climatização, segurança e combate a incêndios. Também foram restaurados o mobiliário original, luminárias, persianas e os jardins assinados por Roberto Burle Marx. Obras de arte do acervo ainda passarão por restauros ao longo do segundo semestre. Todo o processo respeitou o valor histórico e arquitetônico do prédio, tombado pelo Iphan desde 1948.

A nova proposta de uso prevê que 60% do prédio seja aberto ao público, com espaços culturais, áreas expositivas e visitas guiadas. Os 40% restantes serão ocupados por escritórios do MinC e de entidades como a Funarte, Biblioteca Nacional e Fundação Casa de Rui Barbosa. Entre os destaques, estão o acesso ao “pavimento do ministro”, um espaço multiuso no nono andar, o auditório Gilberto Freyre, a Biblioteca Euclides da Cunha, além de um restaurante e um café na cobertura.

Durante a visita guiada à imprensa, a ministra da Cultura, Margareth Menezes, celebrou a reabertura: “Importante lembrar que o Palácio Capanema colocou o País na vanguarda da arquitetura moderna mundial. Entregar esse prédio para a população é também uma afirmação da nossa cultura, da nossa democracia”. Ela também ressaltou o papel do edifício na formação das novas gerações: “Tudo o que existe aqui é memória, e é com ela que conseguimos traçar o futuro”.

Para o secretário executivo do MinC, Márcio Tavares, a reabertura em meio às comemorações dos 40 anos do Ministério da Cultura é simbólica: “É um marco do modernismo brasileiro e da construção das políticas culturais”.

O presidente do Iphan, Leandro Grass, também destacou a relevância política do projeto: “Recuperar e devolver espaços como o Capanema à população reafirma nosso compromisso com a Cultura enquanto política de Estado”, afirmou, ressaltando que a obra só foi possível com o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Entre as instituições que passarão a ocupar o prédio, a Funarte, que completa 50 anos em 2025, estará presente com três andares dedicados às artes. “Este palácio abraça as artes e possibilitará uma interação permanente com seu público”, afirmou a presidente da fundação, Maria Marighella.

O presidente da Fundação Biblioteca Nacional, Marco Lucchesi, destacou o valor do acervo da Biblioteca Euclides da Cunha: “São 100 mil títulos que preservam e difundem a nossa memória cultural”.

Já o presidente da Fundação Casa de Rui Barbosa, Alexandre Santini, celebrou o retorno simbólico de Carlos Drummond de Andrade ao edifício: “Temos muita alegria em trazer Drummond de volta para cá e de participar desse processo”.

Para a superintendente do Iphan no Rio, Patrícia Wanzeller, a obra representa mais do que restauração: “Estamos preparando o Capanema para ser, mais uma vez, um espaço vivo, acessível à população e integrado à dinâmica cultural da cidade”.

Construído entre 1937 e 1945 como sede do antigo Ministério da Educação e Saúde Pública, o Palácio Gustavo Capanema foi projetado por Lúcio Costa, com participação de Oscar Niemeyer, Affonso Eduardo Reidy, Carlos Leão, Jorge Moreira, Ernani Vasconcelos e consultoria de Le Corbusier. O prédio abriga obras de Cândido Portinari, Bruno Giorgi e Burle Marx, e já foi palco de manifestações marcantes, como o Ocupa MinC, em 2016. Sua preservação reafirma o papel do patrimônio cultural como alicerce da democracia, da educação e da cidadania.

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3 COMENTÁRIOS

  1. Mais um belo espaço aberto a população do mundo inteiro, principalmente do Rio de Janeiro.
    Una verdadeira obra de arte que agrada nossos olhos.

    E pensar que foi quase vendido na gestão anterior ao do Governo Lula!
    Muita ignorância!

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