Papo de Talarico: O tapa de Will Smith e a lambada de serpente

Djavan canta uma música que traz memórias e Will Smith enche a mão na face alheia

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Will Smith e a Lambada de Serpente
Cobra no Forte São Luís, em Niterói (foto: Alvaro Tallarico)

Foi em um momento inusitado. Chris Rock faz uma piada durante a cerimônia do Oscar 2022 em cima de Jada Pinkett-Smith, mulher de Will Smith, que depois ganharia o prêmio de Melhor Ator. Will levanta, vai até Chris e dá-lhe um tapa cinematográfico. Subitamente, lembrei de uma música que não ouvia há anos: “Lambada de Serpente”. Um clássico do maravilhoso Djavan. Tem gente que diz que suas músicas são estranhas. Eu, aprendiz de poeta, jamais poderia dizer isso. Fico embasbacado com ele.

Vi um show desse artista com uma ex-namorada uma vez, no Olimpo, Vila da Penha. Bom demais. Foi puro amor ao lado dela. Hoje, uma amiga. Melhor amiga não, amiga. Ok, colega. Mantemos uma relação cordial. Foram anos de relacionamento.

Mas ouvir “Lambada de Serpente” dessa vez foi diferente. Ouvia desde menino e já me fascinava essa canção. Escutar agora mexeu diferente na minha mente e cutucou meu coração. Lembrei da última paixão que tive, e do tapa de Will Smith. Noite fria, tempo quente, né, Djavan? A gente ama, achando que é recíproco, mas, de repente, vem aquele corte da ilusão, seco. Tomei uma lambada de serpente, doeu. Estava cheio de amor para dar.

Chris levou outro tipo de lambada por não ter noção e desrespeitar Jada com um humor venenoso que falava sobre sua falta de cabelo por causa da doença que tem, alopecia.

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Interessante constatar que fiquei que nem adolescente, colocando a música para tocar repetidamente. Não cansava. Ainda por cima, escrevi essa crônica. A graça de escrever é transformar a dor em texto, traduzir sonhos em palavras, mentiras em verdades.

Will Smith vs Chris Rock

Aliás, por falar em mentiras que viram verdades, na minha humilde opinião, a situação de Will Smith e Chris Rock teve jeito de armação. Antes da cerimônia os organizadores do Oscar estavam preocupados de ter baixa audiência, da falta de importância do evento. Agora é o assunto que permeia as redes gerando debates acalorados. Coincidência?

Engraçado, logo em seguida dessa situação outra música caiu na minha cabeça como a maçã de Newton. “Assim Caminha A Humanidade”, do Lulu Santos. Essa música abria a primeira temporada da eterna novela juvenil “Malhação”. Escutava, cantava. Mas só outro dia fui entender. Uma amiga disse que tinha acabado uma relação há três meses, havia sido traída, mas seguiu a relação. “Depois que racha, não fica mais igual”. Estava bem solteira, nem pensava em outro namoro, leveza traduzia seu momento. Comecei a cantar essa música do Lulu, veio do nada. E aí entendi a letra de verdade pela primeira vez. “Não imagine que te quero mal, apenas não te quero mais”. Vá com Deus.

Quem nunca levou uma lambada de serpente, que atire a primeira pedra. E assim caminha a humanidade.

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