Papo de Talarico: O carioca quer sol

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Gracias, Sol
Gratidão, sol. (foto: Alvaro Tallarico)

Sou um fã incomensurável do entardecer e, em especial, daquele momento poético onde o sol vai descendo e desaparecendo. Pois é, dentro da necessidade do isolamento, uma das coisas que mais entristece é a falta do sol. Aliás, deu no Diário do Rio uma reportagem sobre o impacto do isolamento social na vitamina D. Convenhamos, o Rio de Janeiro é uma das cidades do mundo que mais tem a benção de poder ver o céu tão azul e aquele solzão quente que nos faz tomar aquele banho de suor. Que falta me faz essa vitamina D, não só por estar ligada ao equilíbrio de diferentes órgãos e funções do organismo ou por ajudar a evitar doenças crônicas como diabetes, câncer, depressão e doenças autoimunes.

Faz falta receber o sol no corpo inteiro, a luz dourada que envolve e socorre. Claro, mas o filtro solar, não se esqueça, já diziam. Sim, gosto de sol, mas não sou entusiasta do câncer de pele, e é necessário tomar os devidos cuidados. Contudo, ah, como é bom, deitar na laje e ficar ali… Ou chegar e ver aquele mar de areia. Abrir a canga como uma bandeira da natureza – essa é minha pátria.

Ademais, amo o pôr-do-sol. Lembro que tive a oportunidade de conhecer um local no Uruguai, chamado Punta Ballena, perto da famosa Punta Del Este. Essa última tem uma escultura interessante de uma mão gigante na areia. Alguns se interessam pelos cassinos que lá existem. Não é meu caso. Nada foi mais especial do que ver o sol descer no mar em Punta Ballena, diretamente da Casapueblo, do artista Carlos Paez Villaró. É onde tem, em todo final da tarde, a Ceremonia del Sol. Enquanto o rei amarelo se despede, um poema vem como uma narração. O texto é um grande e inspirador agradecimento.

No Rio de Janeiro, há tantos lugares que permitem uma bela visão dessa despedida diária. A Pedra Bonita, ou o Arpoador, famoso mundialmente pela salva de palmas. Por fim, o que importa é que, acima da pandemia, acima do isolamento, não sinta a solidão nublada, pois saiba que amanhã, o sol ressurgirá. Eu só amo o pôr-do-sol porque sei disso. Sei que ele nascerá com a esperança de um dia melhor – e de uma cura para a minha aflição.

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