Papo de Talarico: Ouvi tambores de Olokun na Igreja de Nossa Senhora do Rosário

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Tambores de Olokun
Momento onde todos se abaixam para agradecer (foto: Alvaro Tallarico)

No domingo que passou, a convite da economista e dançarina, Layza Soares, fui ver o Tambores de Olokun em um dos locais mais históricos do Centro do Rio de Janeiro. Foi uma apresentação mágica, talvez até mística. Assim que cheguei, não vi a pessoa que me convidara, mas pingava um pouco. O tempo estava nublado. As pessoas do bloco dançavam lindamente girando com suas saias enquanto os tambores rufavam.

Quando alcancei o local, agradeci a São Benedito e um relâmpago rasgou o céu entre os prédios que vislumbrava ao final da Uruguaiana. Entendi como um sinal da presença divina, afinal, procuro ser um homem de fé. Estávamos em frente ao número 77 da geralmente movimentada Rua Uruguaiana. É o endereço da Igreja de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito dos Homens Pretos.

Para mim há um carinho especial por essa localidade, pois meu pai, que trabalhou durante muitos anos na região central da cidade, frequentava essa igreja e era devoto de São Benedito. Tal devoção segue comigo, assim como por Nossa Senhora Aparecida.

Odoyá

O mais inusitado foi que naquela tarde um temporal caía em várias partes da cidade maravilhosa. Inclusive, na praça Tiradentes, bem perto, a chuva descia mais forte, no bloco Chá da Alice, segundo me informaram. Um amigo falava comigo pelo celular e dizia que cairia um toró em pouco tempo. Respondi que não, pois onde eu estava tinha uma proteção divina. Então disse: “se quiser ficar eventualmente molhado, vai fundo”. Contudo, ali, o bloco citava o caboclo Pena Branca e cantava “Seu Tupinambá, quando vem na aldeia, ele traz na cinta uma cobra coral”. Os pingos vinham suaves, molhando testas e coroas, sutilmente. Acabei lembrando da Fundação Cacique Cobra Coral, a qual tinha convênio com a Prefeitura para conter chuvas em eventos específicos.

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Igreja de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito dos Homens Pretos (foto: Alvaro Tallarico)

Não era o caso de convênio, mas havia sim alguma conexão que impedia a chuva de engrossar e atrapalhar o show que víamos, gratuitamente, na rua. Em seguida, até os pingos leves cessaram. Doralyce, a miss beleza universal, ainda cantou para Xangô. Em certo momento, Layza Soares chegou e entrou para dançar com os outros integrantes. Mais para o fim, teve um momento só dela, onde bailou para Iemanjá. Ela inclusive vive a Orixá no espetáculo Cosmogonia Africana. Era interessante como algumas pessoas se emocionavam e gritavam “Odoyá”.

A única chuva real, que nos molhava, era de alegria. O maracatu estava abençoado e o furacão era de pessoas girando em prol da música e das fés diversas que se encontravam. Olhei para o alto e vi, no topo da igreja, o “M” que simboliza a fé mariana. “Salve, Nossa Senhora”, falei baixinho. Outro relâmpago cruzou o céu.

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