Choveu forte no Rio de Janeiro, e como sempre a cidade sofreu os problemas vindo de temporais, e todos sabemos quais são. E a razão, é claro, a falta de infra estrutura, problema vindo de gerações e gerações de administradores municipais. Se junta ao fato que o Rio é feito de aterros, baixadas e pântanos, então temos isso aí: alagamentos, engarrafamentos, o de sempre.
Mas o secretário da Casa Civil, Paulo Messina, se superou hoje ao explicar a razão da chuva deste dia 26 ter parado a Zona Sul carioca, de acordo com ele, o problema foi que choveu na maré alta, com a Lagoa completamente cheia, somado ao horário de rush. Ao que parece, para o secretário de Marcelo Crivella será necessário baixar urgentemente uma lei permitindo chuva fora do horário comércio e em maré baixa.
Como disse o professor do Laboratório de Hidrologia da Coppe/UFRJ Paulo Canedo, ao O Globo, o problema não é a maré cheia, e sim o costume de terceirizar os problemas:
É uma mera justificativa, não espelha a realidade. Como ninguém reconhece os defeitos, temos os problemas. As pessoas terceirizam os problemas. Hoje foi a maré alta. Não estou dizendo que não tenha maré. Tem, e é de Lua cheia, quando a maré é alta, mas não é isso que provoca o alagamento
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Quando o poder público não arranja desculpas, ele investiga o que está errado e corrige. Se ele virar um expert em terceirizar o problema, não procura a causa e aí não resolve nunca
E o que não falta na atual Prefeitura é terceirização, o problema começou sendo a gestão de Eduardo Paes, que quase 2 anos depois, Crivella e seus assessores continuam culpando pelos problemas do município. Depois é a imprensa que é malvada e não acha nada de bom em seu governo. E agora a culpa é das marés, no futuro, quem sabe, dirão que a cidade está possuída e só um exorcismo será capaz de curar.
Só que está na cara que a cidade está abandonada, recentemente falamos da situação da Praça XV, e felizmente na mesma semana estiveram lá e fizeram uma limpeza. Mas o problema vai além de uma simples vassoura, o Rio precisa que o prefeito faça o que prometeu, e passe a olhar para as pessoas. E que chame a atenção de seus secretários e diga que não dá para culpar a Lua pelos problemas infraestruturais da cidade.