Para pesquisadora da FGV crise na segurança no Rio é anterior a crise

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UPP Para pesquisadora da FGV crise na segurança no Rio é anterior a crise

Para a pesquisadora da Fundação Getulio Vargas (FGV DAPP) Maria Isabel Couto, a crise financeira do Estado do Rio certamente é um dos motivos que explicam a escalada de violência no Rio de Janeiro. No entanto, a especialista diz que não é a causa preponderante. Segundo ela, a deterioração dos indicadores de segurança pública é anterior à crise financeira, tem início ainda em 2011, e diz respeito a graves falhas na gestão da política de segurança.

No entanto, a crise financeira atual representa um entrave significativo para apresentar respostas ao aumento da violência, sendo, portanto, um dos elementos centrais do problema de hoje“, ressalta Maria Isabel Couto.

A pesquisadora da FGV DAPP lembra que a crise na segurança pública não está limitada à cidade do Rio de Janeiro, ela afeta todo o estado. Nesse sentido, Maria Isabel aponta o desmonte do programa conhecido como Sistema Integrado de Metas como uma das principais causas da escalada da violência, uma vez que afeta a organização da gestão da segurança como um todo.

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A deterioração das UPPs, no entanto, é talvez o aspecto mais visível dessa crise, tendo em vista a esperança que se formou em torno daquele projeto e o espaço na mídia que ele alcançou“, observa.

Homicídios – Maria Isabel Couto cita que os números de 2016, divulgados pelo Instituto de Segurança Pública (ISP), demonstraram uma tendência significativa de aumento nos homicídios em todo estado. “Em relação ao mesmo período do ano anterior, a capital apresentou um aumento de 11% nos homicídios dolosos, seguida pela Grande Niterói, com 17%; pela Baixada, com 19%; e pelo interior, com 33%. No caso dos municípios do interior – de acordo com a classificação do ISP – a soma de homicídios dolosos em 2016 bateu o recorde da série histórica de 10 anos“, descreve a pesquisadora da FGV DAPP.

Disputa de territórios por facções criminosas – A especialista relata também que as disputas entre facções do tráfico de drogas por territórios indicam um rearranjo na divisão de poder entre elas. “É difícil, a esta altura, saber quem vai sair mais fortalecido ou quem perderá mais espaço. No entanto, o fato de que essas disputas estão ocorrendo de forma clara em todo o estado indica uma fragilidade das instituições de segurança pública, que deveriam deter o monopólio legítimo do uso da força“, destaca.

UPPs – Maria Isabel Coutro alerta para a promessa de se afastar da política de confronto típica da chamada “guerra às drogas”, as UPPs reduziram significativamente a existência de tiroteios em suas áreas de atuação. “Agora, com a deterioração da política voltam a ser comuns as mortes por “bala perdida” em áreas de UPP. Mas é importante dizer que essa explicação não é suficiente para dar conta do aumento de vítimas desse fenômeno. A disputa de territórios por facções do tráfico de drogas – que inclui as tentativas de intervenção nesses confrontos por parte da Polícia Militar – é também parte importante na compreensão desse cenário“, sustenta a pesquisadora da FGV DAPP

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