Reaberto há cerca de um ano para receber, de forma gradual, a Câmara de Vereadores, o Edifício Serrador, ícone art déco da Cinelândia, abriu recentemente um edital para dar início às obras no edifício. O prédio, que completou 80 anos de abertura agora em outubro, foi adquirido pela Câmara em 2022, a fim de unificar não só o plenário, mas também os gabinetes e todos os setores administrativos que estavam espalhados por cinco imóveis alugados no Centro. O prédio foi adquirido por R$ 149,6 milhões.
Em junho, em uma reportagem especial do DIÁRIO DO RIO, a Câmara confirmou que apenas três andares do edifício estavam ocupados, com previsão de expansão para cinco andares até agosto, e que já tinham sido transferidos 21 setores para o prédio, incluindo os setores jurídico, de controladoria e a corregedoria. Deixando de pagar aluguéis em prédios para os outros setores, a ocupação do Serrador representaria, segundo a assembleia legislativa, uma economia de R$ 1,5 milhão aos cofres públicos. Agora, para finalmente o prédio receber os parlamentares, terá que realizar uma reforma orçada em mais de R$ 85.191.091,39. A previsão de término é de cerca de um ano e meio, terminando assim, no segundo semestre de 2026.
A criação do plenário no Serrador — onde vão ocorrer os debates e as votações — deve ser uma das obras mais complicadas. Será necessário demolir parte de um dos andares para aumentar o pé-direito. As adaptações serão necessárias para acomodar os painéis de votação e as galerias para o público.
Futuro do Palácio Pedro Ernesto
Uma vez concluída a transição, a Câmara divulgou que o Palácio Pedro Ernesto, atual local de trabalho dos vereadores, será transformado em centro cultural. O Palácio, construído em 1922, tornou-se pouco espaçoso para abrigar os 51 nomes que compõem a Câmara atualmente, além de não poder ser restaurado à altura de sua qualidade arquitetônica sem ser efetivamente desocupado. O movimento faz parte da integração ao Quadrilátero Cultural da Cinelândia, criado em 2023, consolidando ainda mais a área como um polo de cultura e história.
Para dar conforto e melhores condições de trabalho para a cúpula do funcionalismo público – uma casta reduzidíssima – não existe redução nem limite de gastos. Já quando é para investir no povão…
Em tempos de pacote fiscal do governo federal e da polêmica proposta de redução de gastos da Prefeitura na área da educação, 86 MILHÕES só para reforma de um prédio beira o indecente.
É bem por ai mesmo. Farinha pouca meu pirão primeiro.
O pior é que a farinha não é tão pouca assim. Exemplo? Esse prédio foi comprado (de investidores privados) por quase 150 milhões de reais. Se essa reforma acontecer (paga a empreiteiros privados), o gasto total do contribuinte carioca com as novas instalações da Câmara de Vereadores será de mais de 230 milhões de reais (dinheiro que vai parar no bolso de entes privados). Lembra do Ed. A Noite? É bem maior que este Ed. Serrador, e pertencia ao público. Foi vendido a especuladores financeiros privados por míseros trinta e tantos milhões. Estes vão repaginar o prédio e revendê-lo depois, auferindo lucro de sei lá quantos milhões. Percebe os sutis mecanismos de transferência de patrimônio e recursos públicos para poucos espertalhões privados se darem bem? Trocando em miúdos: dinheiro para beneficiar magnata nunca falta, mas para beneficiar o cidadão comum…
E ainda tem gente que santifica o empresariado. Será por burrice ou por benefício próprio?