Para Secretário de Paes, Globo confunde o público sobre licenças de obra

Noticiário da emissora vem gerando muita confusão ao induzir espectadores a pensar que obras legais e licenciadas teriam algo errado. Sobre o crescimento desordenado e o surgimento de novas favelas, pouco ou nada é dito pelo canal.

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Há sempre críticas quando a economia formal da cidade constrói algo novo aqui no Rio: dizem que é desmatamento, que ali vivem aves, roedores, caranguejos.

É como se todos nós fossemos silvícolas e não morássemos em casas e apartamentos erguidos onde outrora foi a Mata Atlântica. Então, se critica qualquer construção regular, e se é em regiões com PIB mais alto, a grita é maior. Se é uma nova favela, umas lojinhas de milicianos ou um mercadinho de camelôs, aí não; aí a turma vai ao delírio. “Estão só trabalhando”, “não têm onde morar”, etc. O ódio ao empreendimento formal acaba tendo a mesma intensidade do amor à desordem. Não é à toa que chegamos onde estamos.

Este foi o caso de uma matéria nesta segunda-feira, 28/2, no RJTv 1ª Edição, sobre a retirada de árvores da Praça Irmãos Bernadelli, mais especificamente na Rua Madre Tereza de Calcutá, na Cidade Nova. A retirada das árvores foi para a construção do novo Consulado dos Estados Unidos da América; o DIÁRIO DO RIO, inclusive, fez uma matéria sobre o assunto em 21/2. O DIÁRIO, na ocasião, ouviu a Fundação Parques e Jardins, que disse:

“A Fundação Parques e Jardins informa que se trata de uma supressão autorizada pela autarquia para a construção de novas instalações do Consulado dos Estados Unidos no local. O Consulado adquiriu, junto à prefeitura, uma grande área pertencente ao PREVI-RIO, e a Praça Irmãos Bernardelli foi cedida em caráter temporário como área de apoio, sendo prevista a devolução da praça devidamente reconstruída após a construção do Consulado. Está prevista a supressão de 83 árvores e palmeiras, com o transplante de outras 31, e um plantio compensatório previsto de 888 árvores, sendo que a este total serão acrescentadas mais 226 árvores em caso de insucesso da operação de transplantar.”

O tom usado pela matéria do RJTv acabou sendo motivo de reclamação pelo secretário de Desenvolvimento Econômico, Chicão Bulhões, já que a licença de podas deixou a secretaria de Meio Ambiente e passou a ser responsabilidade da sua SMDEIS. A confusão gerada na cabeça do telespectador pela reportagem da TV Globo vem se tornando algo comum. As reportagens vêm ignorando a legislação, as licenças, e induzindo as pessoas a crer que haveria algo errado em obras normais, como a construção de um prédio na Tijuca pelo fundo imobiliário Opportunity, num terreno urbano e com todas as licenças e contrapartidas previstas na lei.

Em um Thread no Twitter, Chicão se mostrou indignado e chegou a reclamar que não foi ouvido e frisou que nenhuma norma ambiental foi alterada ou infringida. Abaixo, trechos da explicação dada pelo secretário.

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6 COMENTÁRIOS

  1. Porque a Prefeitura não exigir da autorizada a compensação imediatamente, antes de iniciar a execução do empreendimento e divulgar onde está sendo realizado a compensação. Aos bobocas que ficam criticando a imprensa, precisam aprender que todo jornal tem seus interesses comercial e políticos e Prefeitura é incompetentemente ou conivente com o não cumprimento da compensação, por esse motivo não divulga.

  2. 1 – A Globo sempre noticia o crescimento de favelas, sobretudo na região de Jacarepaguá e nada ou muito pouco é feito.
    2- As medidas compensatórias da prefeitura sempre são longe do local atingido pelo corte de árvores. Desde que o Paes assumiu, só vi plantio em área urbana pelas mãos de voluntários.
    3- Se o processo saiu da secretaria de meio ambiente e foi pra pasta econômica, é lógico que algo mudou. É a mesma lógica do Ricardo Salles ao pregar fim do licenciamento. A natureza tá sendo deixada em segundo plano em nome da construção civil que deve dar um bom retorno para os político$.

    Menos deboche, Diário do Rio.

    • Falar/escrever o que convém foi exatamente o tema intrínseco desta matéria e seguido por suas colocações. Se não, então vejamos:

      1 – A prefeitura tem derrubado de forma contínua as construções irregulares formalmente notificadas em várias áreas da cidade, principalmente na Z Oeste, área dominada por milícias. Claro que essas ações dependem de um coletivo de forças que fogem à alçada do prefeito (PMERJ / CBMERJ / LIGHT / CEG…) e de um planejamento que envolva estudo de campo, de segurança e de engenharia (isso ninguém comenta);

      2 – É ÓBVIO que não dá para replantar uma árvore onde hoje há um prédio, assim como é óbvio que não dá para plantar uma árvore já adulta. Vc sabe por que o plantio é feito dessa forma? Então PESQUISE, adquira CONHECIMENTO DE CAUSA e depois, se ainda achar corrego, reclame uma dica para pensar: por aue será que os animais selvagens resgatados de traficantes em centros urbanos não são imediatamente devolvidos ao seu habitat natural!? PENSE!!!).

      3 – Você sabe a resposta efetiva e verdadeira para essa questão ou é mais uma MERA ESPECULAÇÃO? INFORME-SE!!!

      O mal do brasileiro (e eu até entendo, pois sofremos muito nas mãos da classe política) é enchergar qualquer mudança, qualquer obra, qualquer melhoria como se fosse mais uma fonte de trambique, de superfaturamento, de coisas escusas. Ao invés de se informar, de estudar e pesquisar, já sai disparsndo a “metralhadora giratória de especulações e reclamações” sem nem ao menos saber o que está falando. Tudo pelo simples fato e prazer de RECLAMAR.

      Enquanto olharmos um prédio na Viera Souto pensando “ali mora um picareta, empresário escravizador, político corrupto…” ao invés de pensar “ali mora um cara que estudou muito, que batalhou a vida inteira para chegar aqui, que venceu profissionalmente…”, continjaremos sendo um POVINHO BOSTA, mal formado, invejoso, preconceituoso, tendencioso e cuja mediocridade nos limitará apenas a reclamar.

  3. Vc que escreveu o artigo não deve assistir ao jornal – nem sou globista, mas justiça seja feita, eles falam bastante do crescimento nas Vargens, tudo invadindo a Pedra Branca, mas falam da favela, de vez em quando.

  4. Por isso mesmo que a credibilidade da imprensa como um todo está indo rapidamente para a lata do lixo. Cada vez menos se confia nos telejornais e, em retorno, a televisão e o jornalista daqueles veículos apenas têm como resposta e defesa atacar aqueles que lhes desconfiam.

    Rotulam logo quem questiona como agentes de desinformação, como mentirosos e geradores de fake news. Para isso, nem se importam em tornarem-se defensores de medidas tirânicas (como o sugerido bloqueio do Telegram pelo jurisconsulto que só fala barrosidades). Notaram que perderam o controle da narrativa, estão rumando rápido à total irrelevância.

    Ao Diario do Rio cabe a tarefa de distanciar-se daquela escumalha, traçando clara uma diferença entre si e aqueles que envergonham o jornalismo. Esse é o caminho para preencher-se de credibilidade e viabilidade de longo prazo.

    E façam isto com cuidado, porque ao começarem a se diferenciar, poderão vocês mesmo serem acusados injustamente de desinformadores ou geradores de fake news por aqueles membros do doente mas ainda poderoso diktat jornalístico atual.

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