Pouco lembrada e no mínimo curiosa, uma história cerca um bairro do município de Duque de Caxias. Trata-se do Parque Beira Mar, que fica localizado próximo à Rodovia Washington Luiz. A região, hoje residencial, no passado já teve uma praia e esse foi o motivo do nome “Beira Mar”.
Entre o Jardim Gramacho e o Parque Beira Mar, ficava a Praia da Chacrinha. Ali viviam muitos pescadores no começo na primeira metade do século XX. A origem do nome retorna a esse período, quando a Baía de Guanabara banhava a região.
O assistente de pesquisa e historiador do Instituto Rio21 Pedro Henrique Alves explicou que, apesar da proximidade com a Baía, não foi daí que surgiu o nome.
“A região é próxima da Baía de Guanabara. Na década de 50, as pessoas subiam umas colinas e tinham uma boa vista da Baía. Hoje parece mais longe, por causa dos aterramentos, mas antes da urbanização era bem comum. Porém, o nome não veio por isso, mas sim por uma praia que existia ali, com água salobra, ou seja, água misturada entre mar e água doce, onde as pessoas tomavam banho“, disse.
Toda a área do Beira Mar até o Trevo das Missões foi aterrada, inclusive uma ilha, chamada Ilha da Saravatá, cujo nome ainda consta nos mapas.
A chamada Praia do Chacrinha, que deu este nome ao bairro, também tem este nome por um motivo curioso, como explicou o historiador e colunista do DIÁRIO DO RIO, Marroni Alves:
“O nome Chacrinha é o diminutivo de Chácara. Então, a gente tem que lembrar que ali era a chácara do Sarapuí, que pertencia a uma família. A praia pegava do Trevo das Missões, onde tinha a Ilha de Saravatá, e ia passando pelo Beira Mar, pelo parque gráfico do O Globo, pelo Hospital Moacyr do Carmo, atrás do Hotel Capri e ia banhada até o Jardim Gramacho, atrás do restaurante Três Marias… e tudo isso foi aterrado“, explicou.
Os imóveis da região, na época, eram muito valorizados devido à praia, chegando a ser considerados “os melhores lotes pelos menores preços“.
“A Vila São Luis é uma encantadora cidade que se está formando à beira mar. O rapido progresso lhe assegura próximo e brilhante futuro. Comprar um terreno na Vila S. Luis, é fazer um pecúlio para a família e empregar inteligentemente pequena economia, juntar um capital que se multiplicará por si mesmo, de tal modo as terras se estão valorizando“, diz um anúncio, divulgado em 1943.
Gostei demais! Obrigada!
Ótima reportagem! Eu sou moradora do bairro Jardim Gramacho e já tinha escutado parte da história por alto dos moradores mais antigos. Por mais reportagem contando história dos bairros da baixada Fluminense ??
Parabéns pela reportagem. É muito interessante conhecer a história das cidades e como elas se formaram. Abs
Mais uma belíssima e esclarecedora e educativas matéria.
Parabéns,continuem assim.