Passageiros de aplicativos de transporte dizem ser alvos de preconceito religioso

A CPI da Intolerância na Alerj, liderada pelo deputado Átila Nunes (MDB), denunciou os apps Uber e 99

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Imagem apenas ilustrativa | Foto: Reprodução/Internet

Cancelamento de corridas, problemas dentro dos carros. Muitos são os relatos de preconceito religioso que vêm acontecendo nos últimos tempos envolvendo usuários de aplicativos de transporte na cidade do Rio de Janeiro. A CPI da Intolerância na Alerj, presidida pelo deputado Átila Nunes (MDB), denunciou os Apps Uber e 99.

A sacerdote Manu da Oxum informa que perdeu a conta de quantas vezes, ao final das sessões de sua Casa, motoristas de aplicativos, ao se aproximarem de sua sede e ao verem os médiuns vestidos de branco aguardando na porta, negaram-se a parar para apanhar os passageiros, arrancando com o carro.

De acordo com outros relatos, além de se negarem a apanhar passageiros vestidos de branco ou nos endereços de centros espíritas, muitos abusam do uso de seus rádios nos carros, sintonizando em emissoras com músicas gospel (‘louvor’), constrangendo passageiros de outras religiões. O preconceito por parte de alguns motoristas não se resume ao aspecto religioso. Homossexuais e negros são também alvos de preconceito.

Como relator da CPI da Intolerância na Alerj, decidi denunciar ao Ministério Público os aplicativos Uber e 99 por omissão em relação às denúncias de discriminação religiosa por parte de vários motoristas. São incontáveis os casos de passageiros que têm suas corridas canceladas quando alguns motoristas identificam que o endereço é de um centro espírita. É comum ainda, casos de motoristas que se negam a transportar pessoas com vestimentas brancas, características dos seguidores dos cultos afro-brasileiros. E absolutamente nada é feito por parte dos dirigentes desses aplicativos, que só descadastram motoristas por outros tipos de delitos, mas jamais por preconceito religioso. Não basta monitorar os motoristas que cancelam as corridas. É fundamental que se saiba a razão dos cancelamentos, já que um grande número é decorrente de preconceito religioso. É indispensável a intervenção da Secretaria Municipal de Transportes do Rio, como também de todas as secretarias dos demais municípios, já que esse serviço é de natureza municipal. Todos os casos em que esteja caracterizado o crime de preconceito, seja religioso, por orientação racial ou sexual, deve ser imediatamente comunicado à Delegacia de Crimes Raciais e Combate à Intolerância (Decradi) para que sejam abertos inquéritos, sendo seus autores denunciados”, disse Átila Nunes.

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A Uber informou, em nota, que: “Os motoristas parceiros da Uber são independentes, no entanto, negar-se a atender uma pessoa em razão de seu credo, raça, nacionalidade, religião, necessidade especial, orientação sexual, identidade de gênero, estado civil, idade ou inclinação política configura violação dos termos e condições da plataforma e conforme explicitado no código de conduta da comunidade Uber casos de conduta discriminatória podem levar à desativação do perfil”, diz a nota enviada pela Uber.

A ’99’, também em nota, se posicionou sobre o caso, afirmando que tem uma política de tolerância zero a qualquer tipo de discriminação.

“Para nós, o respeito mútuo é a base de tudo e é obrigatório para a utilização do app, por isso, todos os usuários devem se tratar com educação e civilidade, independentemente de sua religião ou credo. Por isso, a plataforma orienta condutores parceiros a não recusarem uma viagem por conta de alguém estar vestido de forma a expressar sua crença, por exemplo. Comportamentos como esse vão contra os Termos de Uso e o Guia da Comunidade 99, e nesses casos todas as medidas cabíveis são adotadas, incluindo o bloqueio do perfil do agressor e apoio às investigações”, disse o aplicativo.

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1 COMENTÁRIO

  1. Eu como budista ateu me sinto constrangido no trem,no ônibus, no táxi… qualquer lugar que vou aparece algum, ou berrando no meu ouvido louvor, quando não colina numa rádio. Ora isso não é liberdade religiosa. não tem para onde ir então é um constrangimento.

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