O Republicanos terá nova liderança no Rio de Janeiro. O presidente nacional da legenda, Marcos Pereira, confirmou a nomeação do pastor Luiz Carlos para a presidência estadual do partido. Atual suplente em Brasília e com forte influência na Igreja Universal do Reino de Deus, Luiz Carlos substitui o prefeito de Belford Roxo, Waguinho, que deixa o cargo após uma série de reveses políticos e problemas jurídicos.
A mudança sinaliza uma reorientação estratégica para os próximos ciclos eleitorais. Luiz Carlos representa uma guinada do partido às suas bases religiosas e aproxima a sigla da ala bolsonarista, movimento visto como alinhado à disputa que se desenha para 2026, quando o grupo do prefeito Eduardo Paes deve polarizar com a base do governador Cláudio Castro, possivelmente liderada por Rodrigo Bacellar.
A nova composição também prevê uma sucessão já desenhada. O deputado federal Luciano Vieira, aliado de Hugo Motta, presidente da Câmara, assume a vice-presidência do diretório fluminense e está previsto para assumir a presidência em 2026, com a missão de conduzir o Republicanos até as eleições municipais de 2028.
A saída de Waguinho provoca efeitos colaterais. Pelo menos quatro deputados federais que aguardavam aval da Justiça Eleitoral para se filiar à legenda podem desistir da mudança. Daniela do Waguinho, Ricardo Abraão, Marcos Soares e Dani Cunha já tinham obtido salvo-conduto em decisão liminar do ministro Nunes Marques, do STF, mas o caso será decidido em definitivo pelo TSE ainda neste mês, após recurso do Ministério Público Eleitoral.
A expectativa é de uma possível evasão no partido, principalmente entre parlamentares e lideranças ligadas ao grupo de Waguinho, que acumulou desgaste após a tentativa frustrada de eleger seu sobrinho em Belford Roxo e por enfrentar investigações que ameaçam sua elegibilidade.