Ao longo da Avenida Boulevard 28 de Setembro, em Vila Isabel, na Zona Norte, é bem fácil perceber o estado de abandono e degradação das calçadas musicais, trecho decorado com pedras portuguesas que formam figuras de instrumento musicais, nomes de compositores e partituras de músicas famosas, como Cidade Maravilhosa, Abre Alas, de Chiquinha Gonzaga, Feitiço da Vila, de Noel Rosa, e Aquarela do Brasil, de Ary Barroso, entre outros clássicos.
Patrimônio tombado pelo município do Rio, as calçadas icônicas que ajudam a contar a história do bairro e do Rio estão sofrendo com o descaso e a degradação.
O caso mais recente, denunciado por moradores da região nesta terça-feira (06/10), é de uma estrutura de concreto que foi instalada pela rede de supermercados Extra, na altura da quadra da escola de samba Unidos de Vila Isabel.
A construção foi feita com o objetivo de impedir que motoristas estacionem na calçada e pegou um pedaço de uma das dezenas de partituras que existem ao longo de mais de 1 km de extensão.
Na manhã desta quarta-feira (07/10), a estrutura de concreto havia sido retirada do local. Mas, no entanto, o trecho permanece danificado.
O projeto artístico das calçadas musicais, feito com pedras portuguesas, existe desde 1965 em comemoração a um aniversário de fundação da cidade.
Toda a calçada foi tombada em 1989 pelo município, pelo decreto 7291, e, em definitivo, pela Lei 2790, de 27 de abril de 1999, e não pode sofrer qualquer modificação.
Por meio de nota enviada ao DIÁRIO DO RIO, a rede Extra informou que a “demolição da estrutura já foi realizada e que aguarda a Prefeitura Municipal para realizar uma nova obra no local e garantir a segurança dos pedestres. A loja esclarece ainda que no espaço havia uma árvore, derrubada por conta das chuvas na cidade em setembro de 2019“.
O DIÁRIO DO RIO entrou com a Secretaria Municipal de Conservação, mas até a publicação desta matéria, não obteve retorno.