Paulo Cezar Soares: Talento não tem idade

Dóris Monteiro teve uma carreira brilhante na música e passagem marcante no cinema

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*Paulo Cezar Soares é jornalista

A cantora Dóris Monteiro vai fazer 70 anos de carreira, fato inédito na Música Popular Brasileira. Corria o ano de 1951 – o Rio de Janeiro ainda era a capital do país – e, no dia 7 de agosto, gravou seu primeiro disco no estúdio da gravadora Todamérica, com os sambas, “Se Você Se Importasse”, de Peter Pan, de um lado, que ficou em primeiro lugar nas paradas de sucesso durante três meses, e “Fecho Meus Olhos, Vejo Você”, de José Maria de Abreu.

  Filha de um porteiro com uma empregada doméstica, começou cantando fados em programas infantis, estreando como intérprete em outubro de 1949, aos 13 anos, no Programa de Calouros Papel Carbono, de Renato Murce, na Rádio Nacional. Como o nome do programa indica, tinha que imitar alguém. Dóris cantou em francês – Bolerô, de Luciene de Lirio.

Durante oito anos trabalhou na Rádio Tupi e, em 1953, atuou no cinema. Estreou com o filme “Agulha no Palheiro”, de Alex Viany. Foi considerada a melhor atriz do ano. E participou de diversos outros filmes.

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Uma das cantoras mais bonitas da sua época e já um nome consagrado no cenário musical brasileiro, em 1955 foi para a gravadora Continental, onde estreou com os sambas “Por que Razão”, de José Maria de Abreu e José Peixoto, e “Quando Passas por Mim”, de Antônio Maria e Vinícius de Morais. Neste ano gravou outros sambas e foi uma das estrelas da TV Tupi, apresentando o programa que levava seu nome. Saiu-se muito bem na função e recebeu elogios do dono da emissora Assis Chateaubriand (1892-1968). No ano seguinte gravou “Mocinho Bonito”, de Billy Branco, uma das canções mais marcantes do seu repertório.

Com 86 anos, mantém a mesma voz e o jeito elegante de cantar. Costuma fazer shows esporádicos. Lamenta-se, pois poderia estar exibindo seu talento de forma mais ampla se o mercado tivesse uma visão menos preconceituosa em relação a artistas do passado.

Dóris Monteiro, que em 21 de outubro próximo vai fazer 87 anos, mora no bairro de Copacabana, Zona Sul do Rio, no mesmo prédio onde o seu pai trabalhou como porteiro. 

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