Pedro Henrique de Sousa: A garantia da liberdade

"O indivíduo, o cidadão, não nasce de esquerda ou direita. E assim que ele nasce, a constituição já garante sua livre expressão"

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Foto: Rafa Pereira/Diário do Rio

Quando liberdade é um valor inerente do povo, tiranos são facilmente desmascarados. A
administração Biden nos EUA, tentou enfiar no povo, goela abaixo, uma espécie de CPI do Fake
News, para regular o que é dito na internet. O resultado foi humilhante. Praticamente todos os
estados se revoltaram imediatamente, e tiveram que revogar a tentativa.

Em Abril deste ano de 2022, o Disinformation Governance Board (Conselho de Governança de
Desinformação) foi anunciado. Um mês depois a diretora do conselho, Nina Jankowicz, renunciou o
posto por pressões políticas criticando o conselho, que agora está suspenso. Demorou só um mês
pra puxarem o gatilho.

A primeira emenda constitucional dos EUA é a de livre expressão. A constituição americana foi
escrita por intelectuais em 1787 e o povo aprende ela na escola. A nossa foi rabiscada por mafiosos
em 1988 e ninguém nunca nem leu inteira. Faz parte inerente da identidade americana ser livre, falar
livremente e proteger a liberdade individual.

No nosso caso, é o contrário, a CPI da fake news foi uma jogada independente do STF contra a
vontade do Executivo, uma batalha entre as cabeças da Hidra. E a esquerda, supostamente libertária,
foi a que mais aprovou este ato anticonstitucional. A caça às bruxas foi usada para perseguir
inimigos políticos de pretendentes ao golpe de estado. Ninguém é isento de méritos ou culpa, a
esquerda e a direita são populadas por mentirosos buscando o próprio avanço, que às vezes
acidentalmente ou não, fazem algum bem. O indivíduo, o cidadão, não nasce de esquerda ou direita.
E assim que ele nasce, a constituição já garante sua livre expressão.

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Proteger o bem estar de grupos marginalizados e perseguidos é um ato de nobreza. Abusar
verbalmente qualquer indivíduo ou grupo, é algo deplorável, e devemos, como sociedade, nos educar
a extirpar este tipo de comportamento desumano. Porém, este tipo de poder não deve ser dado ao
Estado. Pois o Estado usa qualquer desculpa para estender o alcance de seus tentáculos, e no final os
marginalizados, que lutaram pela sua livre expressão durante décadas, entregam as chaves pro
inimigo.

Nós confiamos no governo, em um grupo escolhido por governantes, para calar a boca das pessoas
certas? Sem buscar o benefício próprio? Sem costurar a estratégia para própria reeleição e acabar
com seus inimigos? Um cidadão livre, deve defender o direito de seu inimigo de discordar. Uma
mente iluminada, jamais se acharia tão absolutamente certo de suas convicções a ponto de não
desejar o atrito de oponentes que lapidam seu discurso.

*Pedro Henrique de Sousa é jornalista do Jornal Voz de Portugal

Este é um artigo de Opinião e não reflete, necessariamente, a opinião do DIÁRIO DO RIO.

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