Pelas Bandas do Rio: o som da Cafefrio

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Pelas Bandas do Rio: o som da Cafefrio

A Cafefrio é uma banda carioca que tem na formação bateria, baixo, guitarra e flauta transversa. Isso já pode dizer muito sobre o som dos caras. Mas dizer muito nem sempre é o melhor. Melhor mesmo é ouvir e o grupo formado por Bruno Dourado (baterista), Jefferson Arcanjo (baixista), Paulo Delorenci (guitarrista), Samuel Chuengue (vocalista e flautista).

Os primeiros passos da Cafefrio foram em 2008. Samuel e Jefferson Arcanjo decidiram musicar as letras que escreviam. Cinco anos mais tarde, eles gravaram o EP de estreia – lançado online em 2014.

Samuel Chuengue

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A decisão de gravar o EP foi muito importante, houve algumas mudanças na formação e no fim de 2014, Paulo Delorenci (Guitarra) entrou oficialmente para o time. Neste ultimo ano, produzimos e tocamos como nunca antes. A formação agora teve mais uma alteração, que na verdade é um retorno: Bruno Dourado, esta de volta à banda, ele que foi nosso primeiro batera” conta Samuel Chuengue.

Como o princípio da Cafefrio foi o verbo, as letras que grafaram o início do grupo têm muito peso: “Quem escreve sou eu [Samuel] e o Jefferson Arcanjo. Referência de escritores, poetas, letristas a gente tem de sobra no Brasil. Às vezes a gente compra um livreto de alguém na rua e fica impressionado, há muitos bons escritores, conhecidos e a se conhecer. Tem muita gente que, embora não tenha nada a ver com o nosso som, influencia, pois vai por um caminho que é completamente diferente do nosso e isso nos transforma. Vou citar alguns aqui que tão sempre presentes na música ou na literatura: Tom zé, Catatau, Lirinha, Caetano, Gil, Chico, Jackson do Pandeiro, Luiz Gonzaga, Siba, Rubem Fonseca, Gabriel Garcia Márquez, Arnaldo Antunes, Chico Science”.

Jefferson Arcanjo

Nas letras as influências ficam claras. No instrumental, os integrantes afirmam que preferem que os fãs detectem referências consagradas, no entanto, citam bandas da nova geração que eles consideram que merecem destaque: Ma Non Troppo, Vinco, Aura, Cheddars, Ventre, Salvador, Os Vulcanicos, Os Camelos, Café Republica, El Toco.

Essa cena com novas bandas ajuda os integrantes da Cafefrio a refletir sobre a situação da música feita no Brasil:

A gente não ousaria afirmar qual foi a última boa cena de nada. Podemos amar ou odiar o que tá aí, mas queremos que venha o novo, sem saudosismo. Os tempos são outros e essa organização se dá de muitas formas. Nos anos 1990 tínhamos as gravadoras/produtores como grande seletor/expositor (e praticamente único) das novidades. As pessoas passavam dez anos ouvindo os mesmos artistas, vendo os mesmos programas… Para nós não há uma possível comparação, o que vivemos agora é outro momento. Um cara grava um disco em casa, faz tudo da maneira mais coletiva possível, entre amigos, entre os contatos dos amigos, coloca na internet e um mês depois ele está em turnê pelo Brasil, com um publico formado. Há um nível de organização nisso muito elevado, embora não haja ali algo que se intitule um movimento. O Mercado fonográfico vive a ressaca disso, hoje quase todo mundo tem os meios, e ‘surpreendentemente’ temos muito mais novos artistas em destaque, seja lá do que for. A cena artística do rio em geral, e a cena rock principalmente, vive um momento inédito. Um momento de organização consciente, que traça metas, que sai Brasil a fora, que tem produtos, busca patrocínios, vem ocupando espaços públicos, criando os próprios palcos, que percebeu que tem que ser a mídia de si mesmo. Tudo é bem recente, mas não dá pra negar que conquistas estão sendo feitas e finalmente, bandas novas, que estão há quase 10 anos na correria independente tem voz em grandes meios, sejam festivais, programas de TV, de radio. Segue alguns movimentos/coletivos não só de música, que tem feito muita coisa aqui pela cidade e vale a pesquisa: Radio Libertá, Poliphonia, Rock em Movimento, Rock S/A, Sarau do Escritório, A Cena Vive, Coletivo Rock, Leão Etíope do Meier, enfim, tem gente para caralho produzindo, organizada, aprimorando sua técnica; talvez a melhor época para a cena independente seja agora” opina Samuel.

Paulo Delorenci

O nome da banda e a grafia do mesmo chamam a atenção. Samuel conta a história desse batismo: “Café frio era o nome original da música que agora se chama apenas ‘Café’ (2a faixa do EP). Quando a banda começou, ainda sem nome, uma amiga que gostava da música e deste título sugeriu que devia ser este o nome da banda. Ficou. A grafia mudou por uma questão visual. Gostamos das duas palavras juntas, sem acentuação e sem letras maiúsculas (cafefrio)”.

A Cafefrio está realizando a pré-gravação do primeiro disco, que deve ter entre dez ou 12 faixas. A produção musical será do Gabriel Mayall (Do Amor), e está tudo sendo feito sem pressa e com muita vontade e carinho. O plano é mostrar o trabalho e fazer o que eles mais gostam: rodar por esse mundo fazendo e tocando música.

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