Após a demolição anunciada em agosto, o terreno que abrigava a Flora Santa Clara, em Copacabana, começa a ganhar novos contornos. O local, que por 80 anos esteve na esquina das ruas Barata Ribeiro e Santa Clara, será transformado em um moderno empreendimento residencial. O anúncio gerou grande comoção, especialmente entre os moradores mais antigos do bairro, que viam a floricultura, fundada pelo português Afonso em 1942, como uma espécie de patrimônio local.
A antiga loja já foi demolida para dar espaço ao stand de vendas do novo residencial, intitulado “Lis”. A incorporadora Performance está à frente do projeto, que seguirá a tendência dos novos lançamentos na Zona Sul do Rio, oferecendo principalmente studios com metragens entre 34 e 55 m². No entanto, o prédio também contará com apartamentos de dois quartos e coberturas duplex, estas últimas podendo chegar a 118 m².
O prédio será equipado com uma série de comodidades, incluindo academia, espaço de coworking, minimercado e uma lavanderia OMO. Pensado para a locação por temporada, o edifício aproveitará a alta rotatividade turística do bairro. A gestão das locações ficará a cargo da empresa Charlie, prometendo uma rentabilidade anual entre 12% e 14%.
O prédio será o primeiro lançamento residencial na Rua Barata Ribeiro em anos — a via é tradicionalmente conhecida pelo seu perfil comercial consolidado.
A Flora Santa Clara não acabou. Mudou para a Rua Barata Ribeiro 458 loja C, pertinho do endereço anterior.?
Mais um espigão que surge com a especulação imobiliária que faz com que o bairro perca da sua identidade e peculiaridade. A sua identidade não está só no turismo, mas na sua história, nas casas centenárias com os diversos estilos arquitetônicos, o lazer e a interação com a sua beleza geográfica com o mar e a cultura familiar de pertencimento, aonde os filhos dos pequenos comerciantes estudavam na mesma escola, frequentavam os inúmeros cinemas e se encontravam nos finais de semana no lugar mais democrático e popular, a Praia de Copacabana e que hoje é impossível.
Quanto mais espigões e concreto, o calor a cada ano fica insuportável. Não há mais ventilação da brisa que vem do mar. Mesmo que o bairro de Copacabana tenha tido a sua fama desde que a primeira comitiva real tenha feito um piquenique nas areias para avistar às baleias, não vejo um turismo salutar que os insensíveis governantes insistem de vender o bairro às construções civis sem se preocupar com o meio ambiente urbano, com a destruição das pedras portuguesas, a proliferação da camelôs, os restaurantes gananciosos invadindo às ruas, o abandono no que diz respeito a segurança pública, a mendigada, o excesso de esporte que privatizam com as suas rede, às areias poluídas, a falta de cultura que não passa de entretenimento de massificação. Esporte E onde reina o caos urbano e a falta de autoridade, instala o caos humano. Esse é o turismo nocivo que o senhor Eduardo Paes dá aos turistas estrangeiros e nacionais. E vamos de Lady Gaga!