Uma perícia inicial identificou uma ligação clandestina de energia na fábrica de fantasias de Carnaval, em Ramos, na zona norte do Rio de Janeiro, que pegou fogo na manhã de quarta-feira (12/02). O incêndio resultou na internação de 22 pessoas em hospitais da cidade.
A Polícia Civil instaurou um inquérito para investigar as causas do incêndio e o possível furto de energia. O proprietário da empresa, Hélio Araújo de Oliveira, de 41 anos, será chamado para prestar depoimento.
“Hoje, todos os meus esforços estão com as vítimas que ainda se encontram hospitalizadas. Depois que todos estiverem de alta, começo a pensar no resto”, declarou Oliveira.
A perícia final ainda não foi concluída, mas a polícia já apreendeu um computador e telefones da fábrica, que serão analisados.
Fábrica operava sem alvará do Corpo de Bombeiros
O espaço, com cerca de 500 metros quadrados e três andares, não possuía alvará de funcionamento do Corpo de Bombeiros, conforme informou a corporação. No entanto, segundo o prefeito Eduardo Paes (PSD), a empresa tinha alvará municipal.
Situação das vítimas
Das 22 pessoas hospitalizadas, oito seguem internadas em estado grave no Hospital Estadual Getúlio Vargas, sendo três homens e cinco mulheres. Elas sofreram queimaduras nas vias aéreas superiores devido à inalação de fumaça tóxica. Outras duas vítimas receberam alta nesta quinta-feira (13/02).
Entre os internados estão Penha Regina Magalhães Souza, Kitima Regi da Silva Costa e Maria da Silva Batista, as três primeiras vítimas resgatadas do galpão, segundo depoimentos de policiais militares.
Outras vítimas foram identificadas como Marcos Dias Coelho, Leda Faria, Maria Elisabete Gomes Faria, Sabrina Rosa Carvalho, Marlio Bastos, Ana Aparecida e Luciana Medeiros Oliveira, conforme registros da delegacia.
Relato dos policiais sobre o resgate
De acordo com policiais militares que estavam em patrulha na região, um homem os alertou sobre o incêndio por volta das 7h30.
Ao chegarem ao local, vizinhos da fábrica informaram que já haviam acionado os bombeiros. Os agentes reforçaram o pedido de socorro pelo rádio da viatura. Segundo o Corpo de Bombeiros, a primeira ligação foi recebida às 7h39.
No momento do incêndio, Hélio Araújo de Oliveira se apresentou aos policiais como responsável pelo galpão e relatou que ainda havia pessoas no local. Os agentes entraram no prédio, apesar das chamas, e resgataram três mulheres desmaiadas.
Eduardo Paes promete reforço na fiscalização
O prefeito Eduardo Paes e secretários municipais visitaram o local do incêndio ainda na quarta-feira. Ele afirmou que pretende solicitar à Série Ouro um levantamento de fábricas semelhantes para reforçar a fiscalização.
“A gente não sabe nem quantos lugares parecidos com esse existem. Vou pedir à Série Ouro que informe isso para termos um olhar mais atento. O fato de estar tudo cercado impediu a saída das pessoas”, declarou Paes.
O prefeito também destacou que a Prefeitura já está promovendo obras na Cidade do Samba 2, localizada na antiga Estação Leopoldina, para oferecer melhores condições de trabalho às escolas de samba.
“Não deveria ser mais admissível. Mas, de fato, é um absurdo”, afirmou.
Escolas afetadas não serão rebaixadas
As escolas de samba que perderam fantasias no incêndio não correrão risco de rebaixamento este ano, garantiu Eduardo Paes.
Após conversar com o presidente da Liga RJ, Hugo Júnior, o prefeito confirmou que as agremiações Império Serrano, Unidos da Ponte e Unidos de Bangu receberão apoio para minimizar os impactos da tragédia.
Os policiais que entraram no galpão e efetuaram o resgate de três vítimas desacordadas mereciam uma medalha ou homenagem por bravura hein.