Foi descoberto por pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) que o novo coronavírus pode se manter ativo no organismo de uma pessoa infectada por um longo período de tempo. Além disso, identificaram que, ao contrário do que se imaginava, ele pode ser transmitido mesmo após a segunda semana de infecção.
Durante a pesquisa, foi identificada uma paciente que se manteve com resultado positivo do teste RT-PCR – que identifica a presença do vírus no organismo – durante cinco meses.
Segundo a chefe do Departamento de Doenças Infeccionas da Faculdade de Medicina da UFRJ e coordenadora do Centro de Triagem e Diagnóstico da Covid-19 na universidade, Teresinha Marta Castineiras, o estudo derrubou a tese de que o novo coronavírus perde a capacidade de transmissão após a segunda semana do contágio.
“Ainda a partir do 30º dia, uma parcela que era de mais de 20% se mantinha positivo. E essa paciente em particular [que testou positivo durante cinco meses] nos chamou muita atenção porque ela se manteve positiva por um tempo muito longo”, disse.
Os pesquisadores se dedicaram a identificar se a pessoa infectada poderia transmitir o vírus mesmo após a segunda semana de contágio. Até então, outras pesquisas sugeriam que o microrganismo perdia sua capacidade de multiplicação, ou seja, que não haveria risco de contágio.
“Essa crença vem do fato de ter sido tão difícil nos experimentos divulgados internacionalmente reproduzir essa replicação in vitro, mas não é o que a gente está encontrando aqui nos experimentos no nosso grupo. Uma parte do nosso estudo mostrou que sim, que o vírus tem capacidade de se replicar [enquanto está presente no organismo, indiferente do período de contágio]”, afirmou.