Nesta terça-feira (15/06), foi realizada pela Prefeitura do Rio, através da Secretaria de Planejamento Urbano, a segunda Audiência Pública Regional do processo de revisão do Plano Diretor de Desenvolvimento Sustentável da cidade. A reunião teve como tema a Área de Planejamento 2 (AP2), que inclui os bairros da Zona Sul e da Grande Tijuca e contou com a presença de técnicos municipais, vereadores, representantes da sociedade civil organizada e de associações de moradores locais.
O debate foi feito de forma híbrida, ou seja, com participação presencial no auditório do Planetário da Gávea e também com presença em sala virtual, além de transmissão ao vivo pelo Youtube.
A Coordenadora de Planejamento Local, Mariana Barroso, apresentou os conceitos e a proposta de Zoneamento previstos para a área. O Zoneamento é a ferramenta urbanística que determina a regulamentação quanto ao uso e a ocupação do solo.
“Desde o Plano Diretor de 1992, temos uma diretriz que é a reconversão e o incentivo à mescla de usos: permitir que as pessoas morem perto do trabalho ou trabalhem em suas residências. Nós tínhamos essa diretriz, mas a legislação ainda era monofuncional, desde a década de 70. Agora, perseguimos que essa diretriz possa de fato acontecer”, disse.
Entre os tópicos, foram debatidos os desafios da região, como por exemplo: sustentabilidade, habitação nas comunidades e a presença de imóveis públicos sem destinação na AP2.
Teresa Condé, representante da AMAJB – Associação de Moradores e Amigos do Jardim Botânico, apontou a necessidade de um Plano de Estruturação Urbana (PEU) para o bairro Jardim Botânico. “Não é possível que se continue um Plano Diretor, sem um cuidado especial com calçadas, com mobilidade, com postes e até emaranhados de fios”. Já Luiza Carneiro, da Associação de Moradores da Gávea, ressaltou a satisfação dos moradores com a resolução para o Parque Sustentável da Gávea. “Estamos muito felizes com o Parque Sustentável, foi a solução mais harmônica para o bairro”.
O Secretário de Planejamento Urbano, Washington Fajardo, pontuou, como um desafio, a questão dos imóveis públicos vazios. “Como a AP2 possui grandes valores imobiliários, o que acaba acontecendo é que o Estado recorre a esses imóveis quando precisa de recursos. Esse é um ponto que precisa ser visto com muita atenção: fazer com que esses imóveis, possam de fato realizar sua função pública”.
Sobre o Plano de Estruturação Urbana, o secretário afirmou que a cidade precisa ter uma normalidade funcional de desenho urbanístico. “Queremos que o PEU assuma essa capacidade efetiva de trazer desenho urbano de qualidade, mas sem “monumentalizar” as intervenções urbanas”.