Policiais da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) apreenderam 168 mil aparelhos de TV box importados de forma irregular, em Itaguaí, na Baixada Fluminense, nesta quarta-feira (21/10). A operação está em andamento e o número de material apreendido pode aumentar. A ação foi deflagrada em parceria com a Receita Federal, por meio da Divisão de Vigilância e Repressão ao Contrabando e Descaminho.
Esta é a maior apreensão desses aparelhos já realizada no país. De acordo com as investigações, os equipamentos são considerados os novos “gatonet“. A carga foi localizada após troca de informações e um trabalho de integração entre as polícias Civil e Federal e Receita Federal, em continuidade a ações realizadas para apreender equipamentos eletrônicos irregulares e coibir a prática deste tipo de crime.
“Esse é mais um duro golpe nas milícias que atuam no estado do Rio de Janeiro, uma vez que ocorre a desarticulação de um importante braço financeiro do crime organizado, representando um prejuízo superior a R$ 100 milhões apenas as apreensões decorrentes da operação de hoje (quarta-feira)“, comentou Fabrício Oliveira Pereira, delegado titular da Core.
Paralelo das milícias no Rio de Janeiro
Nos últimos anos as ações da milícia vem se intensificando não só na capital, mas como em todo estado. Na Praça Seca, na Zona Oeste da cidade, os criminosos estão invadindo apartamentos e colocando os imóveis a venda. Moradores que não estavam em casa tiveram suas casas vendidas no espaço de tempo de cerca de três meses. Os imóveis já estão ocupados por outras famílias.
Além disso, o crime organizado cobra uma ‘taxa de segurança’ de quem vive no local.
Traficantes e milicianos também estão interrompendo o serviço de internet de moradores e assumindo o controle da distribuição de sinal em várias regiões do Rio de Janeiro.
Controle territorial dos criminosos
Segundo o Mapa dos Grupos Armados do Rio de Janeiro, elaborado pelo Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos (GEN) da Universidade Federal Fluminense (UFF) As milícias controlam 57,5% do território da capital do Rio de Janeiro, de acordo com o cenário de 2019. Os grupos dominam 25,5% dos bairros da cidade. A predominância abrange, no total, 2,2 milhões de habitantes, o que equivale a 12,7% da população carioca, considerando estimativa populacional do IBGE do ano passado. O estudo mostra que o poderio das milícias é maior que o de todas as facções juntas quando analisada a extensão territorial.