Polícia Civil investiga ataque hacker contra a Associação Religiosa Israelita

Os criminosos postaram mensagens de ofensa e ódio contra os membros da ARI, junto com símbolos nazistas e imagens de Hitler

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Associação Religiosa Israelita (ARI) (Foto: Divulgação)

A Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) investiga um ataque feito por hackers contra membros da Associação Religiosa Israelita (ARI). Os criminosos teriam invadido em uma página virtual do grupo na noite do último domingo (22), quando uma reunião on-line interna, em homenagem a Dora Fraifeld, ex-diretora da escola Eliezer Max, em Botafogo, na Zona Sul do Rio, teria sido alvo dos ataques.

A corporação instaurou inquérito para apurar os fatos nesta segunda-feira (23/08).

Junto com símbolos nazistas e imagens de Hitler, os criminosos postaram mensagens de ofensa e ódio contra os membros da ARI:

“Vou entrar em sinagogas e matar todos para ver o sofrimento de vocês, imundos”,

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“Vamos queimar a ARI”

“Morte aos nossos”

Em seguida, os invasores publicaram um vídeo com um casal fazendo sexo.

Federação relata aumento de ataques

A Federação Israelita do Rio de Janeiro (Fierj) divulgou nesta segunda-feira um comunicado, assinado por Alberto David Klein, presidente da instituição, em repúdio aos ataques sofridos pela ARI.

Além de cobrar por investigações que responsabilizem os autores do ataque virtual, a Fierj também indicou que o número de crimes como esse está crescendo no Rio de Janeiro.

Observamos que está acontecendo um aumento considerável desses crimes. Reforçamos que é preciso educação e conscientização para que a sociedade aceite a diversidade. Exigimos a apuração pelas autoridades competentes desse episódio que vitimou a ARI e queremos mais do que isso. Entendemos ser necessário que as autoridades desta cidade, deste estado e deste país posicionem-se contra o antissemitismo e a perseguição a minorias“, dizia um trecho da nota da Fierj.

CPI da Intolerância Religiosa

O relator da CPI da Intolerância Religiosa da Alerj, o deputado Átila Nunes (MDB), informou que, segundo dados do ISP repassados para a comissão, o Estado do Rio de Janeiro registrou, em média, três casos de intolerância religiosa por dia. Em 2020, foram 1,3 mil registros no estado.

É fundamental que a Decradi investigue a fundo a autoria dos ataques por parte de hackers nazistas que invadiram uma transmissão da sinagoga, em Botafogo, durante uma reza virtual, no fim de semana. Os hackers colocaram imagens de Hitler, suástica e soldados alemães, pedindo a morte de judeus. Um absurdo. Não podemos tolerar atos como esses“, disse Átila Nunes ao G1.

Intolerância religiosa poderá ser denunciada pelo 190

Os casos de intolerância religiosa agora podem ser denunciados por meio do canal 190. A iniciativa partiu de uma articulação entre a presidência da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), comandada pelo deputado André Ceciliano (PT), o Ministério Público Federal (MPF), a Secretaria de Polícia Militar, outras instituições de segurança pública e movimentos sociais. As regras para atuação dos agentes policiais em cada tipo de caso foram especificadas em um boletim interno do órgão no dia 02 deste mês.

Estamos vivendo tempos difíceis de intolerância em todos os níveis, e a intolerância religiosa é uma delas. Por isso é muito importante que o Estado do Rio de Janeiro disponha de mecanismos de reconhecimento de crimes deste tipo e possa ajudar a identificar e a combater práticas preconceituosas. Atuar contra qualquer tipo de preconceito sempre foi uma das lutas da Alerj, por isso recebemos e intermediamos encontro entre representantes dos movimentos contra a intolerância e as Polícias Civil e Militar, além da Seap. O respeito à liberdade de escolha é fundamental para a democracia, essa é uma união de forças contra a intolerância. Quem ganha é a população”, afirmou Ceciliano.

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