A busca pela cadelinha Mia terminou com um desfecho trágico. Na manhã desta segunda-feira (24), a Polícia Civil fez uma diligência na casa do adestrador do animal, em Guaratiba, na Zona Oeste do Rio, após investigações e encontrou o corpo do animal.
No dia 13 fevereiro, o adestrador Mário Sérgio Dornelas, dono da “Mansão Pet”, que funciona desde dezembro, telefonou para a família da golden retriever para informar que o animal havia fugido da casa de muro e portões altos e sem fachada.
Mia, que tinha apenas 11 meses, foi hospedada na “Mansão Pet”, no dia 9 de janeiro, para ficar somete três dias, mas Dornelas ofereceu aos tutores um serviço de 30 dias para treinar a cadela. Os donos de Mia, então, contrataram o serviço. Após o fim do prazo, o suposto adestrador pediu para o animal ficar mais 15 dias com ele.
O alongamento do prazo, segundo Francine Banchi, tutora do animal, teria sido pedido: “Porque ele disse que ela não estava 100% no xixi e no coco durante o passeio. E que aí ele ia ter certeza que estaria me entregando ela 100% adestrada, né?”, repercutiu o G1.
Mia deveria ter voltado para a casa no dia 14 de fevereiro.
Durante a diligência realizada pela Polícia Civil, o corpo de Mia foi encontrado enterrado no quintal da “Mansão Pet”, nesta segunda-feira.
Os restos mortais do animal foram desenterrados pelos voluntários do grupo Nas Garras da Lei, que defende animais vítimas de maus-tratos.
“Verificamos o quintal e vimos que ali no canto a terra estava mexida. Então, já é sinal de que algo estava enterrado ali. Aí, com toda a técnica para não deteriorar mais o corpinho da Mia, cavamos, cavamos em volta, retiramos, e constatamos através de chip, que ela tinha chip, que era a Mia”, explicou Jack Calderini, agente do Nas Garras da Lei, segundo o G1.
Para verificar a fuga de Mia, os tutores da cadela acessarem as câmeras de segurança da vizinhança e não encontrarem nenhum vestígio de fuga do animal. Começou uma busca incansável de 10 dias atrás de Mia, com Mário Sérgio publicando um vídeo nas redes sociais para justificar o sumiço da cadela:
“A Mia fugiu lá da minha casa onde ela estava fazendo adestramento, onde ela estava fazendo adaptação do adestramento e a gente sabe que isso às vezes com cachorro, cachorro foge, cachorro vai pra rua, cachorro sai. Quem conhece meu trabalho, sabe como eu sou com os animais, como eu amo, como eu trato. Anos que eu tenho aqui de adestramento. Eu maltratar animais? Isso não acontece”, disse Dornellas que, nesta segunda-feira, não estava na casa quando os Agentes da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente e da Delegacia de Guaratiba chegaram ao local, onde entraram com a permissão de familiares do suposto adestrador.
Na “Mansão Pet”, os policiais encontraram mais três cachorros em um ambiente fétido, com fezes e urina espalhados pelo local. A água era servida aos animais em um balde e estava suja. Não havia ração.
A Polícia Civil fará uma perícia para analisar se os animais sofriam mais tratos.
Os familiares de Mário Sérgio disseram à Polícia que ele sempre foi dedicado com os animais, tendo escolhido a casa para oferecer um espaço melhor para cuidar deles.
Para os tutores da Mia, encontrar o corpo da cachorrinha foi doloroso e, ao mesmo tempo um alívio, pois outros animais não passarão por essa situação.
“Uma dor que não dá para explicar, mas também a certeza de que ela morreu para salvar outros cachorros que estavam aqui em situação de maus-tratos e a gente ia não saber o que ia acontecer. Então, ela cumpriu a missão dela e a gente vai levar o nome dela para sempre”, disse a tutora de Mia.
