Poluição do meio ambiente faz Prefeitura de Itaguaí ser contra construção de novo terminal de minério

De acordo com especialistas, o novo terminal pode intensificar a degradação ambiental da região, provocar o aumento da poluição e trazer prejuízos para a saúde da população

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Porto de Itaguaí/Reprodução

Nem tudo o que parece progresso, progresso é. Seguindo essa linha de raciocínio, a Prefeitura de Itaguaí enviou um ofício para os governos Federal e Estadual pedindo um novo minério de ferro não seja construído no município da região metropolitana do Rio. 

De acordo com especialistas, o novo terminal pode intensificar a degradação ambiental da região, provocar o aumento da poluição e trazer prejuízos para a saúde da população. Para o biólogo Mário Moscatelli, a história de degradação da Baía de Sepetiba se assemelha a da Baía de Guanabara.

“Crescimento urbano desordenado, falta de saneamento universalizado, transformando a baía hidrográfica num valão de esgoto. Todo esse esgoto e grande volume de lixo rumando para a Baía de Sepetiba. Além disso, historicamente, aconteceram grandes transformações na hidrodinâmica daquela baía, tanto para viabilização do Porto de Sepetiba como também pelo processo de macrodrenagem da bacia hidrográfica local”, disse ao G1..

Wagner Victer, que foi conselheiro de Docas por mais de 8 anos e também secretário de Estado da área Portuária, discorda dos benefícios a serem trazidos para o Estado do Rio de Janeiro, com a construção do novo terminal em Itaguaí. Segundo ele, a medida será uma grande erro econômico e ambiental.

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“Acho uma péssima notícia para o Estado. Isso não é para comemorar, é para chorar! Essas atividades são extremamente poluidoras e já temos alguns terminais de minério, na Baía de Sepetiba, com licenças ambientais vencidas, como a da Vale, na Ilha da Madeira. Há operações de minério também para Terniun (que pelo menos transforma em aço), CSN e Porto do Sudeste. Ser corredor de exportação de commodities produzidas em outros estados é um retrocesso, uma vez que não gera empregos, não agrega nada à economia Fluminense. Além de não pagar impostos, sendo que as empresas ainda colocam o endereço fiscal fora do estado onde está a mina, não impactando na transferência de impostos federais e no PIB do Rio. Ficamos basicamente com a poeira e a poluição, além das míseras contribuições de Royalties da mineração. É errado do ponto de vista do Estado. Observem, se o Porto de Santos, em São Paulo, aceitaria essa carga. Nossos portos de vocação para indústrias e serviços, como Itaguaí e Açu, se tornam meros corredores para outros estados. Isso, sim, impacta o meio ambiente marinho daquela bela Baía de Sepetiba,” afirmou victer

Cerca de 85% do minério de ferro do país é escoado por Itaguaí. Na cidade, o material é colocado em navios, de onde segue para os países compradores. Moradores de Itaguaí e pescadores denunciam que o minério lançado na água vai parar no manguezal. Autoridades do município afirmam que por conta do aumento da capacidade de escoamento do minério de ferro no porto, a estrutura passaria a ser de 30 bilhões de toneladas por ano.

Rubem Vieira, prefeito de Itaguaí, comentou sobre os problemas que o minério lançado no mar pode trazer para a cidade: “Eu acho que o filme Surfista prateado foi inspirado em Coroa Grande e na Ilha da Madeira. A pessoa que entrar no mar sai igual o Surfista Prateado de tanto minério no corpo“, disse o prefeito.

Como se não bastassem os danos ao meio ambiente e aos moradores de Itaguaí, a ampliação do Porto vem com outro problema. De acordo com o prefeito, a cidade fica com apenas uma parte dos impostos gerados com o comércio do minério de ferro.

Em nota, a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico disse que a implantação do terminal é de competência federal e conduzida pela Companhia Docas. No comunicado foi dito que o governo do estado vem trabalhando para implementar uma rota de gás natural, que poderá tornar o Porto de Itaguaí um dos polos de escoamento de gás natural do Rio.

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1 COMENTÁRIO

  1. O Estado do RJ necessitando de investimentos e quem é servidor público, já com o seu salário garantido, pode sempre se dar ao luxo de renegar novos empregos, não é mesmo? Os outros que se lasquem. Deixem esse porto para o Espirito Santo, pro Paraná, pros outros estados: deixem a oportunidade para quem quer trabalhar.

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