Uma história que percorreu os séculos, e ainda hoje assombra milhares de pessoas ao redor do mundo. Frankenstein, ou o Prometeu Moderno, é um romance gótico escrito pela inglesa Mary Shelley, em 1018. Em resumo, a história narra as aventuras de um estudioso das ciências naturais e alquimia, o cientista Victor Frankenstein.
Após ser encontrado vagando pelo Polo Norte, e ser resgatado pela tripulação do barco sob o comando de Walton, Victor começa a contar sua história para o capitão. Em pouco mais de 180 páginas, o leitor se depara com uma história assombrosa, sobre um monstro meio humano, meio máquina, que causa o terror em um pequeno vilarejo.
Mas, afinal, o que Frankenstein, criado há mais de dois séculos, tem a ver com o século XXI, e o nosso avanço tecnológico, como as tecnologias de NFT, Bitcoin casino, e carros autônomos? Simplesmente tudo. Pouca gente sabe, mas a história de Frankenstein é, na verdade, uma analogia à Revolução Industrial, e as invenções das máquinas que assustavam mais do que causavam alegria.
Uma máquina num corpo humano
Considerado o primeiro livro de ficção científica, Frankenstein é muito mais do que uma história de terror para assustar crianças. A escritora Mary era uma grande entusiasta dos movimentos populares que surgiram na Europa, em meados do século XIX, que contestavam o uso das máquinas no cotidiano da vida dos trabalhadores.
O período, que ficou conhecido como a Primeira Revolução Industrial, ocorreu principalmente na Inglaterra, o primeiro país a se industrializar, onde Mary nasceu. Assistindo as novas mudanças trazidas pelas máquinas a vapor, e o medo que elas causavam na população local, a escritora desenvolveu o monstro à imagem e semelhança das novas máquinas.
Quem ler a história ou assistir às dezenas de adaptações para o cinema, pode facilmente perceber as várias referências a essa situação histórica que acontecia na época, onde os cidadãos, armados de foices e instrumentos de trabalho, perseguiam Frankenstein pela noite escura do vilarejo. A verdade é que Frankenstein deixou de ser nosso inimigo para se tornar nosso melhor amigo.
As máquinas estão do nosso lado
Passado o terror inicial causado pela chegada das primeiras máquinas, a compreensão de que elas não roubariam os empregos, mas ajudariam na criação de novos postos de trabalhos, e no desenvolvimento social e econômico mundial, acabou se criando. Mais de 200 anos depois estamos nós, com as máquinas em nossos bolsos, escritórios e carros.
Hoje, graças a tecnologia, há milhares de novas funções de trabalho disponíveis para quem estiver disposto a aprender um pouco mais sobre a linguagem da tecnologia. A tendência é que, cada vez mais, as profissões sejam substituídas por novas formas de trabalho, amparadas pelas novas máquinas, que surgem todos os anos.
Resta saber se a nossa sociedade está preparada para lidar com as máquinas de uma maneira amigável. Tudo o que não podemos fazer é retornar ao século XIX, onde uma máquina era perseguida e destruída como se fosse a maior inimiga da humanidade, como aconteceu recentemente no Rio de Janeiro.