Porque o belíssimo “Amor, Sublime Amor” de Steven Spielberg não me cativou

Sara Rodrigues diz que a nova adaptação de West Side Story não a cativou mas no cinema havia quem soluçasse sem parar com a obra

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Amantes de musicais já devem estar batendo palminhas de ansiedade para assistir à nova adaptação de “West Side Story”, ou “Amor, Sublime Amor”, nesta quinta-feira (9/12) nos cinemas. Inspirado em Romeu e Julieta, de William Shakespeare, o musical ganhou um remake dirigido por Steven Spielberg, após 60 anos do primeiro filme.

Se a composição de um musical se tratasse apenas da estética, das interpretações e vozes, com certeza “Amor, Sublime Amor” estaria no topo. Afinal, Spielberg conseguiu traduzir em imagens e sons a realidade de uma Nova Iorque que ainda dá pequenos passos em busca da união entre estadunidenses e porto-riquenhos. Mas o cinema não é só estética, é também emoção.

O enredo se passa no Upper East Side (NY), em 1957, quando duas gangues rivais buscam comandar o território do bairro. Os Jets, gangue formada por ‘cidadãos americanos’, e os Sharks, que representam o povo porto-riquenho recém-chegado na cidade em busca de melhores oportunidades. No meio de tudo isso, os jovens Tony (Ansel Elgort) e Maria (Rachel Zegler) se apaixonam e passam a viver um romance proibido.

Mas logo na sinopse já sabemos que existe um casal apaixonado e que não pode ficar junto, por que isso não gera emoção? Apesar da escolha dos personagens com lindas vozes ter sido excelente, a aparição deles é muito cansativa e demoramos muito a conhecer a história dos protagonistas. Quando finalmente consegui ‘quase’ me apegar a algum deles, logo o diretor nos levava a outra cena com novos personagens. Isso contribui para que não haja uma conexão imediata.

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Mas para ser honesta, há quem tenha se deliciado com a obra e soluçado sem parar de emoção com a história, mas essa mesma pessoa conseguia, dentro da sala de cinema, cantar cada parte da letra e com certeza já tinha um vínculo emocional com o musical. Claro que não foi só isso, os intérpretes conseguem se entregar de corpo e alma às canções e demonstrar uma dor irreparável nas cenas.

Vale dar um destaque especial à Ariana DeBose, que dá vida à personagem de Anita, uma porto-riquenha que namora o líder da gangue dos Sharks. DeBose, que já vem trilhando um lindo caminho em musicais como “A Festa de Formatura” e “Hamilton”, talvez seja a merecedora de um prêmio de melhor atriz coadjuvante por toda a sua performance, carisma e firmeza ao interpretar Anita.

Mesmo sem muitas emoções, “Amor, Sublime Amor” é um filme bonito e que merece ser assistido pela direção de fotografia, os figurinos, danças e canções apresentadas. Com certeza terá um lugar especial na temporada de premiações. Assista, a partir de 9 de dezembro nos cinemas.

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Jornalista, produtora e apresentadora do podcast cineaspectos. Como amante do cinema, ficou imersa em roteiros fantásticos, conheceu a beleza dos filmes de máfia e os incompreendidos dramas europeus. Sara adora desbravar a singularidade do cinema brasileiro, e acompanha de perto os principais festivais e mostras ao redor do mundo.
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